Do interdito a "o real como o impossível" : hipótese sobre a transmissão em psicanálise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mazaferro, Renata, 1972-
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1615824
Resumo: Orientador: Cláudia Thereza Guimarães de Lemos
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spelling Do interdito a "o real como o impossível" : hipótese sobre a transmissão em psicanáliseFrom the interdicted to "the real as the impossible" : a hypothesis on transmission in psychoanalysisTransmissão (Psicanalise)Sujeito (Psicanálise)Relações objetais (Psicanalise)Psicanálise lacanianaTransmission (Psychoanalysis)Subject (Psychoanalysis)Object relations (Psychoanalysis)Lacanian psychoanalysisOrientador: Cláudia Thereza Guimarães de LemosTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Parte-se, nesta tese, da fantasia conforme apresentada por Freud através do sonho dos lobos, no caso História de uma neurose infantil (1918[1914]). Segundo Freud, o sonho dos lobos é "ativação" da cena de coito do casal parental. Jamais lembrada, "fantasia fundamental", a cena impossível de simbolizar é "construção da análise". Freud não recua diante do não simbolizável, mas Lacan o nomeia: real. A transmissão em psicanálise é efeito do não simbolizável? O segundo capítulo trata da fantasia como narrativa e da frase da fantasia. Herói de todas as histórias, maciçamente presente na fantasia como narrativa, o "eu" está ausente na frase da fantasia de espancamento. A frase intermediária, não simbolizável - uma construção da análise - permite a reconstrução do "eu". Flagrante da cena de constituição do inconsciente, a frase possibilita uma gramática e a depreensão de uma lógica gramatical da fantasia. Por ser articulação significante, tal qual a narrativa, a frase é considerada um deslocamento de Freud na questão da fantasia. O terceiro capítulo apresenta o passo de Lacan. Com a lógica do fantasma, a frase enquanto estrutura gramatical é considerada para ser implodida. Da frase resta o objeto a, na frase da fantasia de espancamento: o olhar. O objeto a apresenta-se como corpo, mas não "corpo total": não especularizável, o objeto a é queda, aquilo que desgarra ou se afasta do corpo de que depende. A castração possibilita definir a função do objeto a em seu estatuto lógico. Na subjetivação, o sujeito ocupa o lugar do objeto a. A lógica do fantasma inclui o objeto a na lógica do significante. Uma narrativa de caso, forma de transmissão em psicanálise, é apresentada no quarto capítulo. O capítulo final, a passagem de "o impossível é o real" a "o real é o impossível", considera: enquanto o complexo de Édipo se funda no interdito - o impossível de simbolizar, nos termos de Lacan: 'o impossível é o real' - a fórmula "não há relação sexual", axioma lacaniano da castração, se funda em "o real é o impossível". Efeito de estrutura, 'o real como o impossível' faz existir a hipótese desta tese: o não simbolizável, o interdito representado pelo complexo de Édipo - 'o impossível é o real' - funda o campo freudiano e produz a transmissão em psicanáliseAbstract: This thesis is based on fantasy as Freud presented this concept in the dream about the wolves in the clinical case entitled The History of an Infantile Neurosis (1918[1914]). According to Freud, this dream was an "activation" of the scene of intercourse between the Wolf Man's parents. This "fundamental fantasy", this scene, that is never remembered and cannot be symbolized, is a "construction of analysis." Freud never backed down on the idea of non-symbolizable, but Lacan called it "real." Is transmission in psychoanalysis the effect of the non-symbolizable? The second chapter of the thesis discusses the fantasy as narrative and the phrase of the fantasy. The hero of all stories, unmistakably present in the fantasy as narrative, the "I" (or the "ego") is absent from the phrase of the fantasy of being beaten. The intermediate phrase, which is non-symbolizable - it is a construction of analysis - enables the "ego" to be reconstructed. The phrase is an instantaneous glance at the scene of the constitution of the unconscious and enables the existence of a grammar and a detachment from a grammatical logic of the fantasy. As it is a signifying articulation, as is the narrative, a phrase is considered a displacement by Freud in the question of the fantasy. The third chapter presents Lacan's advance. With the logic of the fantasy, the phrase as grammatical structure is considered for implosion. In the phrase of the fantasy of beating only object a remains: the gaze. Object a is seen as body, but not "total body": unspecularizable, object a is fall, something that comes loose from, or moves away from, the body it depends on. Castration makes it possible to define the function of object a in its status in logic. In subjectivation the subject occupies the place of object a. The logic of the fantasy includes object a in the logic of the signifier. The narrative of a case, on a form of transmission in psychoanalysis, is presented in Chapter Four. The last chapter, the passage from "the impossible is the real" to "the real is the impossible," considers that: whereas the Oedipus complex is founded on the interdicted - what cannot be symbolized, in Lacan's terms: 'the impossible is the real' - the formula "there is no sexual relationship," Lacan's axiom for castration - is founded on "the real is the impossible." As the effect of structure, "the real as the impossible" brings the hypothesis of this thesis into existence: the not-symbolizable, the interdicted represented by the Oedipus complex - "the impossible is the real" - founds the Freudian field and produces transmission in psychoanalysisDoutoradoLingüísticaDoutor em Linguística[s.n.]Lemos, Claudia Thereza Guimarães de, 1934-Veras, Maria Viviane do AmaralLeite, Nina Virginia de AraújoVorcaro, Angela Maria ResendeLemos, Maria Teresa Guimarães deUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em LinguísticaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMazaferro, Renata, 1972-20112011-01-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf80 f. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1615824MAZAFERRO, Renata. Do interdito a "o real como o impossível": hipótese sobre a transmissão em psicanálise. 2011. 80 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1615824. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/803814porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T06:20:30Zoai::803814Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T06:20:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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