Associações telomericas como indicadores de instabilidade cromossomica em pacientes com leucemias mieloides e sindromes mielodisplasicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcolan, Cleber Fontoura
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1588237
Resumo: Orientador: Christine Hackel
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spelling Associações telomericas como indicadores de instabilidade cromossomica em pacientes com leucemias mieloides e sindromes mielodisplasicasCâncerTumoresHematologiaLeucemiaOrientador: Christine HackelDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Do ponto de vista citogenético, as associações entre alterações cromossômicas específicas e diferentes tipos de neoplasias hematológicas estão bem estabelecidas. Porém, as associações teloméricas (tas), que são associações que envolvem as regiões terminais dos cromossomos, conhecidas como telômeros, são observadas esporadicamente em processos neoplásicos, questionando-se seu potencial como indicador biológico de exposição ocupacional à agentes genotóxicos do meio ambiente. Tais associações podem ser derivadas da redução do comprimento do telômero e da inibição da telomerase, refletindo-se em instabilidade cromossômica. Com o objetivo de analisar o cariótipo e verificar a ocorrência das tas em SMD e leucemias mielóides, foram analisadas metáfases de células de aspirado de medula óssea de 30 pacientes (10 SMD, 10 LMA e 10 LMC), em sua maioria, provenientes da zona rural. A comparação dos dados relativos a freqüência de tas nos diferentes grupos de neoplasias hematológicas foi realizada pelo teste não paramétrico de Kruskal Wallis, adotado o nível de significância de 5%. Na análise do cariótipo das SMD, as alterações clonais encontradas foram a monossomia do cromossomo 7, associada à monossomia dos cromossomos 13 e 20, a trissomia dos cromossomos 21, 15 e 19 e a tetrassomia do cromossomo 22. Também foram observados novos rearranjos estruturais envolvendo as regiões 2q37, 4q35, 7p22, 9p11, 12p13, e 12q24. Dentre as alterações cromossômicas de natureza clonal encontradas em LMA, destacaram-se a trissomia do cromossomo 14 e as monossomias dos cromossomos 1, 7 e 22, a deleção do braço longo do cromossomo 7 e a presença do cromossomo Philadelphia. Nas LMC, os resultados da análise do cariótipo revelaram a presença do cromossomo Philadelphia (Ph), como principal alteração de natureza clonal, sendo observado também, um segundo cromossomo Ph e a nulissomia do Y como alterações cromossômicas secundárias em alguns pacientes. Outras alterações de natureza não-clonal foram observadas ocasionalmente, como poliploidias, hipo e hiperdiploidias, cromossomos marcadores, quebras cromatídicas e separação precoce de centrômero. Em relação às tas, nossos resultados mostraram a presença desse fenômeno em todos os pacientes com SMD e LMA e em 8 dos 10 pacientes com LMC. A freqüência de tas foi mais elevada nas SMO; as LMA apresentaram freqüência intermediária e as LMC apresentaram freqüência mais baixa. A comparação das freqüências de metáfases com associações teloméricas entre os três grupos de neoplasias hematológicas apresentou diferença significativa entre SMO e LMC (p <0.01), enquanto não foram observadas diferenças significativas das LMA em relação às SMO (p > 0.05) e das LMA em relação às LMC (p > 0.05). Tendo em vista os resultados obtidos, é possível que os agroquímicos possam ser inibidores da atividade de telomerase, atingindo preferencialmente as células tronco da medula óssea, desencadeando assim uma perda de repetições teloméricas, cuja expressão citogenética inicial seria representada pelas tas. Desse modo, as tas poderiam ser consideradas indicadores de instabilidade cromossômica relacionada à exposição aos genotóxicos do meio ambiente. No entanto, nossos dados são apenas indicativos, pois na casuística por nós examinada há um predomínio de indivíduos do meio rural, não sendo possível comparar os dados com indivíduos não-expostos ocupacionalmente a esses produtos, sendo necessário posteriores estudos citogenéticos e moleculares para a investigação do encurtamento dos telômeros e da atividade da telomerase nas tas, em indivíduos expostos e não expostos a agroquímicosAbstract: The associations between specific chromosomal abnormalities and different types of hematological neoplasias are well established. However, telomeric associations (tas), which are associations between termini regions of chromosomes (telomeres), are sporadicly observed in neoplasias, leading to the question about their role as a biological indicator of occupational exposure to environmental genotoxic agents. These associations can arise in consequence of shortening telomere length and the inhibition of telomerase activity, reflecting in chromosomal instabiblity The objective of this work was to determine the karyotype and to verify the occurrence of tas in MOS and acute or chronic myeloid leukemias (AML and CML). Metaphases of bone marrow cells of 30 patients (10 with MOS, 10 with AML and 10 with CML) were analyzed. The comparison of tas frequency data in these different hematological neoplasias was realized by the Kruskal Wallis test with significance levei of 5%. In the MOS patients, the clonal cytogenetic abnormalities findings were: monosomy of chromosome 7 in association with monosomy of chromosomes 13 and 20, trisomy of chromosomes 15, 19, 21, and tetrasomy of chromosome 22. New structural rearrangements were observed involving the 2q37, 4q35, 9p11, 12p13, 7p21 and 12q24 regions. Non-clonal chromosomal abnormalities were observed in AML,such as the trisomy of chromosome 14 and monosomy of chromosomes 1, 7 and 22, deletion of short arm of chromosome 7 and the presence of Philadelphia (Ph) chromosome. In CML, the results showed the presence of Ph chromosome as the principal clonal abnormality, as expected. An extra Ph chromosome and monosomy of chromosome Y, which are secondary chromosomal abnormalities, were also observed in some patients. Other non-clonal abnormalities such as poliploidy, hipodiploidy, hiperdiploidy, marker chromosome, chromatid break and precoce centromere division were occasionally observed. Wrth regard to tas, our results showed the presence this phenomenon in ali patients with MOS, AML and in eight among ten patients with CML. The frequency of metaphases with tas was higher in MOS; AML showed intermediate frequency and CML lower frequency. The comparison of these data showed significative difference between MOS and CML (p<O.O1), whereas no significative levels between AML regard to MOS (p>O.O5) and CML (p>O.O5) were detected. Considering our results, it's possible to suppose that agrochemicals can be inhibitors of telomerase activity, preferentially attaining the stem cells of bone marrow, leading to the loss of telomeric sequences and to the cytogenetic expression of tas. Thus, tas can be considered an indicator of chromosomal instability, related to environmental exposure to pesticides. However, our data are only indicative, because in the present study, there was a predominancy of individuais from rural zone, not allowing us to compare these data with occupational non-exposed individuais. Additional cytogenetics and molecular studies should be performed to investigate the relationship between telomerase activity and shortening telomere length with tas, in patients with hematological disease, exposed or non-exposed to environmental genotoxic agents such as pesticidesMestradoBiologia CelularMestre em Biologia Celular e Estrutural[s.n.]Hackel, Christine, 1955-2013Böttcher-Luiz, Fátima AparecidaCampos, Nilma Lucia ViguettiUniversidade Estadual de Campinas. Instituto de BiologiaPrograma de Pós-Graduação em Biologia Celular e EstruturalUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMarcolan, Cleber Fontoura19991999-12-14T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf82f. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1588237MARCOLAN, Cleber Fontoura. Associações telomericas como indicadores de instabilidade cromossomica em pacientes com leucemias mieloides e sindromes mielodisplasicas. 1999. 82f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1588237. Acesso em: 14 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/182853porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-08T10:41:46Zoai::182853Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2020-10-08T10:41:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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