A pratica de interpretação na escola : uma abordagem discursiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584635 |
Resumo: | Orientador: Eduardo Roberto Junqueira Guimarães |
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A pratica de interpretação na escola : uma abordagem discursivaAnálise do discursoLeituraLivros didáticosOrientador: Eduardo Roberto Junqueira GuimarãesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Este estudo tem como propósito uma reflexão sobre a questão da interpretação de textos na escola de primeiro grau. Tem como objetivo específico, explicitar, através de uma abordagem discursiva, o modo como se configura, no campo discursivo do livro didático (LD), o lugar do aluno-leitor, o sujeito interpretante da escola. Esta abordagem propõe como lugar de reflexão, a Análise do Discurso de origem francesa, iniciada por M. Pêcheux. Mediante um dispositivo teórico, fez-se uma análise discursiva de três espaços discursivos do LD: o Dizer dos autores dos LDs, sobre a questão do Estudo de Texto (e da interpretação); a Terminologia; e os Tipos de questões trabalhadas em sala de aula. A análise nos mostrou, nos três espaços discursivos, um lugar de leitor que se configura por uma instabilidade discursiva. Uma instabilidade que se constituí de contradições e ambigüidades, conseqüentemente, oferecendo lugar a uma posição ambígua e contraditória de sujeito-leitor que se mostra, ora como decodificador; ora como leitor "crítico", capaz de reflexão. O trabalho de interpretação proposto pelo LD se caracteriza, essencialmente, por dois tipos de questões: questões centradas no texto (compreensão e interpretação); e questões centradas no leitor (interpretação crítica). O primeiro tipo estabelece uma relação de contigüidade entre leitor e texto. Neste caso, o trabalho de interpretação significa exercício de cópia e/ou imitação do que está escrito no texto; o segundo "devolve" ao leitor a sua '~autonomia", colocando-o na origem do dizer. Neste caso, a resposta pode ser qualquer uma, uma vez que este tipo de questão produz o afastamento entre leitor e texto. Mas, justo, neste lugar de "liberdade" do dizer, é que se pode identificar um paradoxo: a emergência de uma posição de leitor que se nega á dizer, deixando a resposta em branco. Pode-se dizer que o LD se configura como um lugar de interdição à interpretação do aluno-leitor. E identifica-se isso, mais nitidamente, nos tipos de questões que trabalham a relação leitor x texto, e que caracterizam os momentos de compreensão, interpretação e interpretação crítica. E, conclui-se que é na interpretação crítica - o lugar por excelência da interpretação, segundo o LD - que mais se acentua o processo de coerção: o assujeitamento do aluno em "leitor ideal", o leitor consciente e crítico, capaz de controlar o próprio conhecimento. Um sujeito livre, porém, submisso. Um sujeito jurídico. Mas é aí, também, que se identifica um lugar de resistência: o espaço em branco deixado por um leitor que se nega a dizer, não porque não saiba interpretar; mas, porque se nega a dizer o dizer de um outro, imposto pelo LD. O espaço em branco pode significar, assim, um lugar de ruptura: o lugar de um leitor outroAbstract:The purpose of this study is a reflection about reading comprehension work in Elementary School. It aims in particular to explicit by means of a speech-based approach, the way the student reader's place - i.e. the interpreting subject (or indicidual) of school - is shaped in the speech context of a text book (TB). This approach proposes as a place of reflection, the Speech Analysis, of French origin, which began with M. Pêcheux. By means of a theoretical device, a speech-based analysis of three speech points in the TB was carried: The Content said by TB authors on the matter ofText Study (and that of interpretation), the Terminology, and the Types of topics worked on in the classroom. The analysis has shown us, in the three speech points, a reader's position which is characterized by an instability of speech. An instability that is constituted by contradictions and ambiguities, consequently giving place to an ambiguous and contradictory position on the student reader's end, who sometimes appears as a decodifier, sometimes as a "critical" reader who is capable of reflection. The interpretation work proposed by the TB is essentially characterized by two types of questions: the text-centered type of questions (reading comprehension/ understanding questions) and the reader-centered type of questions (critical interpretation questions). The first type establishes a relationship of contiguity between the reader and the text. In this case, the interpretation work is defmed as a copy and/or imitation exerci se of what is written in the text; the second type "restores" the reader's "se1f-sufficiency", placing himlher in the origin of saying (or of speech). ln that case, the answer can be just any answer, because this type of question causes the reader and the text to grow apart. However, it is exactly in this place of "freedom" of speech that one can identify a paradox: the emerging of the position of a reader' who refuses to say, leaving a blank! answer. It can be said that the Text Book is like a place for interdiction to the student' reader's interpretation. And that is more clearly identified in the types of questions that work on the text-reader relationship and which characterize the moments of comprehension, interpretation, and critical interpretation. And so we conclude that critical interpretation - which is par excellence the place for interpretation, according to the TB is where the process of coercion is more accentuated, i.e., the making of a student an "ideal reader", the critical and conscious reader, capable of controlling hislher own knowledge. A free subject (or individual), though submissive. A jurídical subject (or individual). But that is also where a place for resistance is identified: the blank space left by a reader who refuses to say, not because he/she is not capable of interpreting, but because he/she refuses to say the Content said by somebody else, which is imposed on himlher by the TB. A blank space can, therefore, mean a place for rupture: a place for a reader who is the otherMestradoMestre em Linguística[s.n.]Guimarães, Eduardo, 1948-Guimarães, Eduardo, 1948-Nunes, José HortaSerrani, Silvana MabelUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em LinguísticaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASRezende, Maria A.S. (Maria Aparecida da Silva)19971997-02-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf155f. : il.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584635REZENDE, Maria A.S. (Maria Aparecida da Silva). A pratica de interpretação na escola: uma abordagem discursiva. 1997. 155f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584635. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/115233porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T02:35:41Zoai::115233Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T02:35:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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