Sendo-na brincadeira : ser-aí-irmão de crianças com doença crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Marcela Astolphi, 1988-
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/520
Resumo: Orientador: Luciana de Lione Melo
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spelling Sendo-na brincadeira : ser-aí-irmão de crianças com doença crônicaBeing-in play : the existence of siblings of children with chronic diseasesIrmãosFamíliaDoenças crônicasPesquisa qualitativaEnfermagem pediátricaSiblingsFamilyChronic diseaseQualitative researchPediatric nursingOrientador: Luciana de Lione MeloTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de EnfermagemResumo: A doença crônica infantil implica em mudanças e readaptações diversas no cotidiano das famílias envolvidas. As transformações que ocorrem com os familiares, nas rotinas diárias ou nas relações, refletem na adaptação dos irmãos de crianças com doenças crônicas frente à nova situação, uma vez que estes se deparam com um novo mundo, modificado em prol das necessidades da criança doente, desencadeando uma multiplicidade de sentimentos, favorecendo o desenvolvimento de problemas emocionais. A literatura ressalta a importância dos irmãos serem incluídos no plano de cuidados da criança com doença crônica, o que pode colaborar na redução dos efeitos potencialmente negativos sobre sua saúde psicossocial. Contudo, muitas vezes, estes não são reconhecidos como membros da família com necessidades de cuidados, pois não há a percepção de que necessitam de apoio específico em função da pouca idade. Sendo assim, é imperativo rever o cuidado à criança com doença crônica, com vistas a envolver os irmãos. Portanto, compreender o mundo-vida desses irmãos, por meio de estratégias que os auxiliem na compreensão da facticidade de ser irmão de criança com doença crônica, é imprescindível para realização do Cuidado Centrado na Família. O brinquedo terapêutico dramático é considerado uma brincadeira estruturada para criança com idade entre três e 12 anos, com duração de 15 a 45 minutos e proporciona à criança, a explicitação de sentimentos, impulsionando a elaboração de conflitos. O objetivo deste estudo foi compreender, por meio do brinquedo terapêutico dramático, o fenômeno ser-aí-irmão de crianças com doença crônica. A compreensão do fenômeno se deu à luz do referencial fenomenológico existencial de Martin Heidegger. Os irmãos foram convidados a brincar e seus discursos foram gravados em áudio digital e transcritos na íntegra. Emergiram facetas do ser-aí-irmão de crianças com doença crônica que foram organizadas em eixos temáticos: O tempo de brincar, O instante da arte e O cotidiano de estar lançado. A brincadeira abriu possibilidades para o irmão revelar aspectos de sua existência no tempo cronológico. No entanto, esse tempo pôde ser elástico e negociável mediante a necessidade individual, de modo que fossem consideradas todas as expressões para o irmão vir-a-ser em liberdade na sua facticidade. Ao explorarem os brinquedos, os irmãos, por meio do brincar, revelaram modos de ser-aí-irmão de crianças com doença crônica e co-habitar esse mundo que os tocam afetivamente no modo da tristeza, saudade e carinho em relação à criança doente. As atividades cotidianas e a necessidade de cuidados de saúde foram ressaltadas, revelando que o mundo-vida dos irmãos se constrói, constantemente, em torno de ocupações impostas pela doença crônica. Convidá-los para a sessão de brinquedo terapêutico dramático pôde suscitar sentimentos de bem estar e possibilitou, ao irmão, a manifestação do modo como compreende os entes do seu mundo significativo. O brinquedo terapêutico mostrou-se como tecnologia imprescindível para a compreensão do ser-aí-irmão de crianças com doença crônica. Assim, os resultados advindos dessa pesquisa mostram a necessidade dos enfermeiros refletirem sobre sua prática em relação à inclusão dos irmãos no cuidado à criança com doença crônica considerando o Cuidado Centrado na FamíliaAbstract: Chronic conditions in children demand change and readaption from their family’s everyday life. Transformation occurs into their relatives’ everyday routine and/or relationship bonds, and has an impact on their siblings’ process of readaption to this novel situation. Hence they are confronted with a new world that is modified accordingly, liable to provoke multiple feelings that favor the development of emotional problems. Scientific literature emphasizes the importance of brothers and sisters to be included into the caretaking strategies of the chronic disease-affected child, as possible reducing factor of potentially negative effects against the child’s psychosocial health. Nonetheless, siblings are often not acknowledged as care-oriented family members, as there is no perception of their need of specific support, due to their young age. That being said, it is imperative to review support measures to the ill child, with an intention of involving his or her siblings. Therefore, understanding of their life-world, by means of strategies that help them figure out the facticity of having a brother or sister with a chronic condition, is vital to fully functional family-oriented healthcare. Therapeutic-dramatic play is performed as structured play sessions for children between three and twelve years old, during at least 15 minutes and up to 45 minutes, stimulating elicitation of emotions and elaboration of conflicts. The aim of this study is to understand, resorting to therapeutic-dramatic play, the phenomenon of being (Dasein) siblings of children with chronic diseases. Analysis of phenomena was conducted in light of Martin Heidegger’s theoretical background on existential phenomenology. Siblings were invited to play and their speech was recorded as digital audio and fully transcribed thereafter. Facets of Dasein (as siblings-of-children-with-chronic-disease) emerged, qualified among the following thematic lines: Time to play, The instant of art and Everyday situations of being thrown. The process comprised possibilities to the siblings to reveal aspects of their existence in chronological time, although such time was negotiated with each child according to their individual needs. Thus, every expression could be considered for the siblings to become freely in their facticity. While exploring through toys, siblings resorted to play behaviors that unveiled different ways of being siblings of children with chronic diseases. To live with others in the world is sensitizing to their emotions, in the ways of fear, sadness, missing and affection towards the child with a chronic condition. Everyday activities and the need for healthcare were highlighted, revealing that the life-world of siblings in such situation is constantly shaped around duties that a chronic condition demands. Invitation to therapeutic-dramatic play turned out to enhance well-being, while enabling sisters and brothers to understand beings of their significant world. Therapeutic-dramatic play was shown to be essential technology for them to understand their existential relation of being (Dasein), concerning their illness-affected siblings. Thence the results from this study show a necessity of nursing professionals to evaluate their practical work with respect to the inclusion of brothers and sisters in the care of childhood chronic conditions and adequate performance of family-oriented healthcareDoutoradoCuidado e Inovação Tecnológica em Saúde e EnfermagemDoutora em Ciências da SaúdeCAPES88882434704/2019-01[s.n.]Melo, Luciana de Lione, 1973-Ribeiro, Circéa AmaliaEvangelista, Paulo Eduardo Rodrigues AlvesMendes-Castillo, Ana Márcia ChiaradiaToledo, Vanessa PellegrinoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASSouza, Marcela Astolphi, 1988-20202020-08-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (201 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/520SOUZA, Marcela Astolphi. 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