Auditoria e feedback : efeitos sobre a pratica obstetrica e os resultados da atenção a saude

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Maria Laura Costa do, 1979-
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1608130
Resumo: Orientadores: Jose Guilherme Cecatti, Helaine Maria Besteti Pires Milanez
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spelling Auditoria e feedback : efeitos sobre a pratica obstetrica e os resultados da atenção a saudeAudit and feedback : effects on professional obstetrical practice and health care outcomesAuditoriaTrabalho de partoObstetríciaCesáreaGravidezAuditLabor, obstetricsCesarean sectionPregnancyOrientadores: Jose Guilherme Cecatti, Helaine Maria Besteti Pires MilanezDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias MedicasResumo: Introdução: Auditoria e Feedback, estratégia de intervenção na prática médica, sendo um resumo da atuação durante certo período, com posterior formulação de recomendações para a melhoria do serviço estudado. Sua efetividade ainda é incerta em Obstetrícia. Objetivo: Estudar o processo de Auditoria e Feedback em Obstetrícia e implementar o uso do material da Reproductive Health Library. Avaliar o possível efeito da intervenção sobre as taxas de parto por cesárea, com a utilização da classificação de Robson. Métodos: coleta prospectiva de dados sobre os seis parâmetros obstétricos selecionados segundo publicações baseadas em evidência, antes e depois de um período de intervenção, preparado após análise dos índices de prevalência de cada prática: episiotomia seletiva, cardiotocografia contínua durante o trabalho de parto em gestações de baixo risco, antibioticoprofilaxia no parto por cesárea, uterotônico no terceiro período do parto, indução de parto às 41 semanas em gestações de baixo risco e suporte contínuo durante o trabalho de parto. Realizado agrupamento de todos os partos segundo a classificação de Robson, em 10 grupos, levando em conta o antecedente obstétrico, tipo de gestação, curso do trabalho de parto e idade gestacional. Resultados: os dois períodos foram similares quanto às características obstétricas gerais. Com relação aos parâmetros selecionados, foi observada redução significativa do uso de episiotomia seletiva (RR 0.84 IC95% 0.73-0.97), embora o mesmo não tenha ocorrido entre as primigestas (p=0,315), aumento na presença de acompanhante durante o trabalho de parto (RR 1.42; 1.24-1.63) e adequação de uso de uterotônico (ocitocina 10UI) no terceiro período (p<0,0001). Segundo a classificação de Robson, não ocorreu alteração no índice global de partos cesárea nos dois períodos estudados (respectivamente 45.5% e 43.3%). Houve predomínio do Grupo 3 (multipara sem cesárea anterior, feto único, cefálico, de termo, trabalho de parto espontâneo) com índices de 28.5 e 26.8% respectivamente. O segundo mais prevalente foi o Grupo 1 (nulípara, feto único, cefálico, termo e trabalho de parto espontâneo), com 25.5 e 22.6% do total de partos, seguido pelo Grupo 5 (multípara com cesárea prévia, feto único, cefálico, gestação de termo), com taxas de 22.9 e 21.3% respectivamente. O Grupo 5 foi também responsável pela maior contribuição ao número total de cesáreas (36.4 e 34.6% nos dois períodos). Os Grupos 2 (nulípara, feto único, cefálico, de termo, em trabalho de parto induzido ou cesárea antes de trabalho de parto) e 4 (multípara, feto único, cefálico, de termo, em trabalho de parto induzido ou cesárea antes de trabalho de parto), embora tenham pouca contribuição ao número total de partos, demonstraram altos índices de cesárea dentro do seus grupos. O grupo 10, composto por prematuros, foi o quarto mais prevalente, também com altos índices de cesárea no seu grupo, porém com redução significativa entre os períodos pré e pós-intervenção (p=0.0058). Conclusão: o processo de Auditoria e feedback pode ser utilizado como mecanismo de implementação em obstetrícia, sobretudo quando a equipe é receptiva a mudanças.Abstract: Background: Audit and feedback is a widely used strategy to improve professional practice and can be defined as any summary of clinical performance of health care over a period of time, which may include recommendations for clinical action. Its effectiveness is still uncertain in Obstetrics. Objectives: to assess the effects of audit and feedback on the practice of healthcare professionals and patient outcomes and to implement the use of RHL material as a routine in medical practice; to evaluate the effect of the intervention over the incidence of caesarean sections, according to the Robson's classification, in 10 groups. Methods: The study proposed has an audit and feedback design and was conducted in the obstetric Unit of the University of Campinas, Brazil, between the years 2007- 2008. It started by providing up to date estimates of prevalence rates of six audit standards underwritten by evidence-based recommendations: selective episiotomy; continuous electronic fetal monitoring during uncomplicated labour of low risk pregnant women; antibiotic prophylaxis for women undergoing caesarean section; use of oxytocin after delivery as one of the procedures of active management of third stage of labour; routine induction of labour at 41 weeks for uncomplicated pregnancies and continuous support for women during childbirth. The results were then analyzed and presented as feedback to clinical practice. Active information based on the WHO Reproductive Health Library (RHL) was prepared to remind important and reliable health care interventions during meetings with the whole maternity staff. After four months, the same practices were again measured and analyzed to compare data and assess if the intervention was effective. All caesarean sections were evaluated according to Robson's Classification to study a possible effect of the intervention on caesarean rates. Results: both periods studied showed equivalency in the total number of deliveries, vaginal and caesarean births, forceps and deliveries in nulliparous. Considering the obstetric practices evaluated, there was a significant reduction in selective episiotomy (RR 0.84 95%CI 0.73-0.97), but not in nulliparous (p=0.315); an increase in continuous support for women during childbirth (RR 1.42; 1.24-1.63). There was also a change in the institution protocol for the use of uterotonic (oxitocyn) during third stage of labor, with a shift to the WHO recommended dosage of 10UI (p<0.0001). There was no change observed in the use of continuous electronic fetal monitoring, routine induction of labour at 41 weeks for uncomplicated pregnancies and antibiotic prophylaxis in caesarean sections. Considering caesarean sections, there was no prevalence change after intervention. Robson's classification was applied and Group 3 (multiparous excluding previous CS, single, cephalic, =37 weeks, spontaneous labour) accounted for the largest proportion of deliveries, 28.5% and 26.8% in both periods. Group 1 (nulliparous, single, cephalic, =37 weeks, spontaneous labour) was the second largest one, with 25.5% and 22.6% respectively, while Group 5 (previous caesarean section, single, cephalic, =37 weeks) was the third, with percentages of 22.9% and 21.3% respectively. Group 5 also represented the most prevalent when considering only caesarean sections, accounting for 36.4% and 34.6% in both periods. Groups 2 (nulliparous, single, cephalic, =37 weeks, induction or CS before labour) and 4 (multiparous excluding previous CS, single, cephalic, =37 weeks, induction or CS before labour) had low contribution for the total number of deliveries, however they had higher rates of caesarean sections within each group. Group 10 (all single, cephalic, = 36 weeks, including previous CS) represented the fourth largest among all deliveries, with respectively 6.6% and 8.6%. Within its group, the rate of caesarean section was high, with a significant decrease from 70.5% to 42.6%, from pre to post intervention period (p=0.0058). Conclusion: Audit and feedback can be used as a successful implementation tool in obstetrics, especially when the medical staff is open and receptive to change.MestradoTocoginecologiaMestre em Tocoginecologia[s.n.]Cecatti, José Guilherme, 1957-Mayer-Milanez, Helaine Maria Besteti, 1965-Mattar, RosianeSilva, João Luiz de Carvalho Pinto eUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em TocoginecologiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASNascimento, Maria Laura Costa do, 1979-2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf117f.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1608130NASCIMENTO, Maria Laura Costa do. Auditoria e feedback: efeitos sobre a pratica obstetrica e os resultados da atenção a saude. 2008. 117f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1608130. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/434011porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T05:20:33Zoai::434011Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T05:20:33Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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