Desafios e estratégias das equipes de saúde da família no cuidado à saúde mental : o saber da experiência e a experiência de não-saber

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guedes da Silva, Felipe, 1991-
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/19322
Resumo: Orientador: Gastão Wagner de Sousa Campos
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spelling Desafios e estratégias das equipes de saúde da família no cuidado à saúde mental : o saber da experiência e a experiência de não-saberChallenges and strategies of family health teams in mental health care : knowledge from experience and the experience of not-knowingSaúde mentalAtenção primária à saúdePessoal de saúdeMental healthPrimary health careHealth personnelOrientador: Gastão Wagner de Sousa CamposDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Ciências MédicasResumo: São muitas as aproximações entre o campo da Saúde Mental e o da Atenção Primária à Saúde (APS), mas também são variados os desafios na inclusão das questões de saúde mental na prática dos profissionais das Equipes de Saúde da Família (EqSF). O crescimento da prevalência dos casos de saúde mental, juntamente com o número insuficiente de profissionais especializados apontam para uma lacuna nesse campo de cuidados reconhecida internacionalmente. Nos últimos anos, inúmeras iniciativas têm buscado ampliar o objeto de intervenção em saúde para além das questões biológicas e, apesar da importância dos cuidados em saúde mental na APS estar prevista nos documentos e diretrizes oficiais, eles nem sempre acontecem de forma efetiva nas unidades de saúde. Levando isso em consideração, este trabalho busca analisar as dificuldades encontradas por profissionais das EqSF no atendimento dos casos com componente importante de Saúde Mental. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas semi-estruturadas com 15 profissionais das EqSF, a saber: coordenadores, médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem. Os profissionais atuam em três Centros de Saúde da cidade de Campinas. As entrevistas foram analisadas a partir da análise de conteúdo temática. Os resultados apontam que os profissionais se sentem pouco capacitados para o atendimento aos casos com componentes de saúde mental. A sensação de despreparo precipita encaminhamentos dentro da própria equipe e parcela significativa dos entrevistados identifica que um dos principais problemas é a falta de especialistas, como psicólogos e psiquiatras. Em geral, os atendimentos se concentram nos médicos e a medicação é uma das principais ofertas diante desses casos. Uma parcela dos entrevistados sente-se apta a acolher os casos, mas não a seguir o acompanhamento. As equipes relatam que lidam com uma série de casos difíceis e destacam o cuidado aos pacientes em crise, como os que trazem mais dificuldades; isso está atrelado também ao medo que os profissionais dizem sentir no atendimento a esses casos. A maior parte dos entrevistados não destaca nenhuma experiência positiva na formação ou na trajetória profissional, mas experiências anteriores ruins parecem determinar a preferência por esta área durante a atuação profissional. Os trabalhadores entrevistados apontam a calma e paciência como características daqueles profissionais que atendem melhor esses casos e frisam que os profissionais que interagem menos têm mais dificuldade, o que leva a pensar a escuta e capacidade de acolhimento dos profissionais como sendo influenciadas pela capacidade de interagir melhor com os pacientes. Os dados apontam a necessidade de incluir capacitações voltadas aos trabalhadores da APS sobre saúde mental, permitindo que os aspectos pessoais sejam também trabalhados, considerando a importância dessas questões na disponibilidade dos profissionais em atenderem esses casos, mas também de incentivar uma postura ética que permita aos profissionais escutarem os usuários a partir do reconhecimento de uma singularidade que eles ignoram. Demanda-se também uma melhor definição sobre os fluxos de atendimento nas unidades, o que poderia aumentar a clareza das EqSF sobre as suas atribuições. Os cuidados em Saúde Mental na APS são fundamentais na ampliação do acesso, na redução do estigma e na criação de estratégias não medicalizantesAbstract: There are many connections between the field of Mental Health and Primary Health Care (PHC) but there are also various challenges in incorporating mental health issues into the practice of Family Health Team (FHT) professionals. The growing prevalence of mental health cases, coupled with the insufficient number of specialized professionals, points to a recognized international gap in this field of care. In recent years, numerous initiatives have sought to broaden the scope of health intervention beyond biological issues, and despite the importance of mental health care in PHC being outlined in official documents and guidelines, it does not always happen effectively in health units. Taking this into consideration, this study aims to analyze the difficulties encountered by FHT professionals in dealing with cases with a significant mental health component. Data were obtained from semi-structured interviews with 15 FHT professionals, including coordinators, doctors, nurses, and nursing technicians. The professionals work in three Health Centers in the city of Campinas. The interviews were analyzed using thematic content analysis. The results indicate that professionals feel inadequately equipped to handle cases with mental health components. The sense of unpreparedness leads to referrals within the team itself, and a significant portion of the interviewees identifies the lack of specialists, such as psychologists and psychiatrists, as one of the main problems. In general, the focus of care is on doctors, and medication is one of the main offerings for these cases. Some interviewees feel capable of providing initial support but not continuing follow-up care. The teams report dealing with a range of challenging cases and highlight the care for patients in crisis as particularly difficult; this is also linked to the fear that professionals express in dealing with these cases. Most interviewees do not highlight any positive experiences in their training or professional trajectory, but negative past experiences seem to determine a preference for this area during professional practice. The interviewed workers point out calmness and patience as characteristics of those professionals who handle these cases better and emphasize that professionals who interact less have more difficulty, suggesting that listening and the ability to provide support are influenced by the ability to interact better with patients. The data highlight the need to include training for PHC workers on mental health, allowing personal aspects to be addressed as well, considering the importance of these issues in the professionals' readiness to handle such cases. It also encourages an ethical stance that allows professionals to listen to users based on the recognition of a uniqueness that they may overlook. There is also a demand for a better definition of care pathways in units, which could increase FHT's clarity about their responsibilities. Mental health care in PHC is crucial for expanding access, reducing stigma, and creating non-medicalizing strategiesAbertoMestradoPolítica, Planejamento e Gestão em SaúdeMestre em Saúde Coletiva[s.n.]Campos, Gastão Wagner de Sousa, 1952-Moretto, Maria Lívia TourinhoSantos, Deivisson Vianna Dantas dosUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde ColetivaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASGuedes da Silva, Felipe, 1991-20242024-02-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (159 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/19322GUEDES DA SILVA, Felipe. Desafios e estratégias das equipes de saúde da família no cuidado à saúde mental: o saber da experiência e a experiência de não-saber. 2024. 1 recurso online (159 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/19322. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1394297Cover: https://repositorio.unicamp.br/capa/capa?codigo=1394297Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-24T10:29:00Zoai::1394297Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2024-07-24T10:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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