Maldonado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rua (Campinas. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8663445 |
Resumo: | O corpo de Salvador Maldonado ficou desaparecido por dois meses, depois de o jovem de 28 anos ter participado de um protesto em defesa da comunidade mapuche Pu Lof em Resistência, na comuna rural de Cushamen, a 1º de agosto de 2017. No dia 17 de outubro daquele ano, porém, o ativista foi encontrado sem vida no rio Chubut, próximo ao local onde a polícia nacional (“gendarmería”) havia repreendido, de forma truculenta, o ato mapuche, em agosto. A partir daí, o debate público, as organizações sociais e a família de Maldonado cobraram investigação do governo nesse caso, que mostra luzes/sombras do poder, frente aos direitos humanos (BARBUTO, 2017). Sustentada por peritos, a versão oficial para a morte do ativista é de afogamento, negando, portanto, a repressão violenta dos policiais e a responsabilidade do Estado. O desaparecimento e a morte de Maldonado ressoaram em diversas mobilizações sociais no segundo semestre de 2017 na Argentina, viabilizando, entre outros, o ativismo artístico (CAPASSO, BUGNONE, 2019). Ao mesmo tempo, a “inscrição” do militante em fotografias/cartazes de movimentos sociais no espaço urbano marca, segundo Catela (2019), o cenário violento da relação entre Estado e povos originários, como os mapuches, e, também, remete aos regimes autoritários, na história recente da América Latina e, em especial, a da Argentina. Há três anos da desaparição/morte de Maldonado, inicio esta série de foto-colagens com a Imagem 1, sobre cartazes afixados nas paredes de Buenos Aires, capital argentina. Nela, vemos fragmentos de dois anúncios, parcialmente rasgados, nos quais lemos “aparición con vida ya de Santiago Maldonado” e “el gobierno y el Estado son responsables”. Em ambos, reproduz-se, em desdobramento, uma fotografia de um cartaz de manifestação pela vida do mapuche (no canto superior, à direita) e uma imagem contrastada dele (no canto inferior, à esquerda). A esta foto-colagem chamo, a princípio, de “abstrata”, porque mostra esse funcionamento de desdobramento do cartaz, que remete a outros cartazes/dizeres, dentro de certa memória do ativismo latino-americano. |
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