EDUCAÇÃO E JUSTIÇA EM PLATÃO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FÁVARO, Heloísa Mesquita
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: BORDIN, Reginaldo Aliçandro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7203
Resumo: O presente trabalho objetiva apresentar a proposta de educação e de justiça na República de Platão (427 – 347 a.C.), um dos pensadores mais influentes da humanidade. A importância deste autor e do estudo não se deve exclusivamente pela vivacidade de seu pensamento, mas por uma filosofia que lançou luzes aos problemas de sua época, e que podem oferecer subsídios para a Filosofia da Educação e a Ciência Política atuais. Para a realização do trabalho foram cotejadas as principais obras do autor, especialmente a República, sua obra mais conhecida. Nela, o filósofo apresentou sua decepção com a vida política, especialmente com a demagogia dos democratas que se alastrava pelas cidades gregas no século IV a.C. Frente ao relativismo político, especialmente vindo dos sofistas, procurou unir o saber teórico com a prática política, transformando a função do homem de Estado num filósofo-rei, papel que coube à educação. Para isso, propôs ao Estado que garantisse a educação de seus pares, sob a justificativa de que uma cidade justa supõe homens orientados pela reta filosofia, o que indica a necessidade de buscar os fundamentos teóricos e morais do agir humano. Assim, entendia que caberia à educação formar o homem, segundo o critério da ciência racional, para conduzir a vida pública e responder às necessidades práticas do homem grego. Além disso, esse critério, que definia o verdadeiro orador, por oposição aos sofistas, qualificava também os que tinham apenas uma família e sua casa para reger. Portanto, fosse qual fosse o campo da atividade humana, a educação era dotada de um alcance e valores universais. Com essas características a educação em Platão tinha relevante função social, na medida em que o homem que alcançava o conhecimento filosófico deveria conduzir a vida pública com justiça, garantindo e preservando a unidade da cidade. Mas, obviamente, a educação não era exclusividade das elites políticas. Outros agentes não foram esquecidos, apesar de receber tratamentos diferenciados. Enquanto uns trabalhavam e obedeciam, outros garantiam a segurança interna e, finalmente, havia os que exerciam autoridade soberana e mantinham a coletividade. Até onde for possível, política e educação são espaços privilegiados na manutenção da ordem pública. Contudo, outros setores deram sua contribuição na manutenção dessa sociedade, a exemplo da justiça. Para Platão, a justiça se realiza no Estado politicamente organizado, isto é, quando todos os indivíduos realizam funções que lhes foram determinadas. É justo o homem que realiza sua virtude: executar a parte do trabalho que lhe compete, tendo em vista a unidade da cidade. Coube à educação procurar cumprir com seus fins, ao propor um modelo de homem e de sociedade que respondesse às necessidades postas pelo mundo grego. Portanto, sua proposta pedagógica, resultado das condições materiais e espirituais, encontrou na política e na justiça instrumentos eficazes para a manutenção da vida coletiva.
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