A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GIANDOTTI, Fabiane
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: FERNANDES, Bárbara, PIMENTEL, Renata Marcelle Lara
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7122
Resumo: De que maneira a apropriação que o telejornalismo faz do lugar social ocupado pelo sujeito, na relação com o acontecimento, afeta o modo com que sujeito e notícia são discursivamente significados? Partindo de tal incômodo, e visando responder à problemática, objetiva-se investigar como o telejornalismo se apropria desse lugar, a fim de compreender de que forma esse processo participa da constituição dos sentidos da notícia no discurso telejornalístico. Para tanto, busca-se estudar o sujeito na condição de “autoridade para dizer” e o sujeito “autorizado a dizer”, na relação com suas posições no discurso; analisar se o discurso telejornalístico silencia, apaga e/ou evidencia especificidades do sujeito na instauração de evidências ou se sustenta a tensa relação entre reprodução e deslocamentos de sentidos; observar processos de identificação do sujeito no discurso telejornalístico; explicitar lugares de contradição entre o discurso do sujeito e o discurso institucional telejornalístico a fim de problematizar a sustentação de um discurso único/unificado. Nessa perspectiva, o objeto de investigação configura-se como sendo o sujeito em sua relação com o acontecimento na produção do discurso jornalístico televisivo. Os procedimentos teórico-analíticos são centrados na Análise de Discurso (AD) da Escola Francesa, fundada pelo filósofo Michel Pêcheux. Ao trabalhar a ideologia não como ocultação ou mascaramento, mas como aquilo que torna evidente o que não é, a AD permite questionar as evidências postas pela instituição jornalística, e que se presentificam na notícia ao produzir a naturalização dos sentidos. Isso significa que estes, ao serem tratados como evidentes, passam a ser aceitos sem questionamento, e a AD leva justamente a pensar de forma discursiva o jornalismo ao problematizar seus pré-construídos. O fato de se apropriar dos lugares sociais leva o jornalista à suposta idéia de controle dos sentidos noticiosos, conduzindo o conteúdo no intuito de direcionar a significação daquilo que apresenta como novidade. No entanto, ao estar sujeito à língua e à história, é afetado por (e também conduz a) processos de identificação que passam a (re)produzir a “normatividade” e a ilusão de normalidade do sistema jurídico-religioso, criando efeitos de evidência que levam ao não questionamento. Para a análise do percurso discursivo, toma-se como material destinado à composição do corpus bruto analítico dois telejornais veiculados em tvs comerciais abertas: o Jornal Nacional (Rede Globo) e o Jornal da Band (Rede Bandeirantes de Televisão). A escolha de tais telejornais justifica-se pelo fato de ambos apresentarem, nas condições em que são produzidos, características marcadas por traços de oposição, ao menos em termos político-partidário, que podem ou não estar sustentados discursivamente. Considerando-se também a abrangência territorial, a audiência na emissora e a repercussão nacional, a caracterização de veículo de comunicação de massa, além do fator credibilidade no meio social e/ou telejornalístico.
id UNICESU -1_bb40a9a4d36f3f25b0417bac1558a56d
oai_identifier_str oai:rdu.unicesumar.edu.br:123456789/7122
network_acronym_str UNICESU -1
network_name_str Repositório Digital Unicesumar
repository_id_str
spelling A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICAFuncionamento discursivoTelejornalismoDiscursoDe que maneira a apropriação que o telejornalismo faz do lugar social ocupado pelo sujeito, na relação com o acontecimento, afeta o modo com que sujeito e notícia são discursivamente significados? Partindo de tal incômodo, e visando responder à problemática, objetiva-se investigar como o telejornalismo se apropria desse lugar, a fim de compreender de que forma esse processo participa da constituição dos sentidos da notícia no discurso telejornalístico. Para tanto, busca-se estudar o sujeito na condição de “autoridade para dizer” e o sujeito “autorizado a dizer”, na relação com suas posições no discurso; analisar se o discurso telejornalístico silencia, apaga e/ou evidencia especificidades do sujeito na instauração de evidências ou se sustenta a tensa relação entre reprodução e deslocamentos de sentidos; observar processos de identificação do sujeito no discurso telejornalístico; explicitar lugares de contradição entre o discurso do sujeito e o discurso institucional telejornalístico a fim de problematizar a sustentação de um discurso único/unificado. Nessa perspectiva, o objeto de investigação configura-se como sendo o sujeito em sua relação com o acontecimento na produção do discurso jornalístico televisivo. Os procedimentos teórico-analíticos são centrados na Análise de Discurso (AD) da Escola Francesa, fundada pelo filósofo Michel Pêcheux. Ao trabalhar a ideologia não como ocultação ou mascaramento, mas como aquilo que torna evidente o que não é, a AD permite questionar as evidências postas pela instituição jornalística, e que se presentificam na notícia ao produzir a naturalização dos sentidos. Isso significa que estes, ao serem tratados como evidentes, passam a ser aceitos sem questionamento, e a AD leva justamente a pensar de forma discursiva o jornalismo ao problematizar seus pré-construídos. O fato de se apropriar dos lugares sociais leva o jornalista à suposta idéia de controle dos sentidos noticiosos, conduzindo o conteúdo no intuito de direcionar a significação daquilo que apresenta como novidade. No entanto, ao estar sujeito à língua e à história, é afetado por (e também conduz a) processos de identificação que passam a (re)produzir a “normatividade” e a ilusão de normalidade do sistema jurídico-religioso, criando efeitos de evidência que levam ao não questionamento. Para a análise do percurso discursivo, toma-se como material destinado à composição do corpus bruto analítico dois telejornais veiculados em tvs comerciais abertas: o Jornal Nacional (Rede Globo) e o Jornal da Band (Rede Bandeirantes de Televisão). A escolha de tais telejornais justifica-se pelo fato de ambos apresentarem, nas condições em que são produzidos, características marcadas por traços de oposição, ao menos em termos político-partidário, que podem ou não estar sustentados discursivamente. Considerando-se também a abrangência territorial, a audiência na emissora e a repercussão nacional, a caracterização de veículo de comunicação de massa, além do fator credibilidade no meio social e/ou telejornalístico.UNIVERSIDADE CESUMARBrasilUNICESUMAR2021-02-03T17:47:49Z2005-10-192021-02-03T17:47:49Z2005-10-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7122porGIANDOTTI, FabianeFERNANDES, BárbaraPIMENTEL, Renata Marcelle Larainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Digital Unicesumarinstname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)instacron:UniCesumar2021-02-04T05:40:44ZRepositório InstitucionalPRI
dc.title.none.fl_str_mv A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
title A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
spellingShingle A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
GIANDOTTI, Fabiane
Funcionamento discursivo
Telejornalismo
Discurso
title_short A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
title_full A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
title_fullStr A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
title_full_unstemmed A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
title_sort A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
author GIANDOTTI, Fabiane
author_facet GIANDOTTI, Fabiane
FERNANDES, Bárbara
PIMENTEL, Renata Marcelle Lara
author_role author
author2 FERNANDES, Bárbara
PIMENTEL, Renata Marcelle Lara
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv GIANDOTTI, Fabiane
FERNANDES, Bárbara
PIMENTEL, Renata Marcelle Lara
dc.subject.por.fl_str_mv Funcionamento discursivo
Telejornalismo
Discurso
topic Funcionamento discursivo
Telejornalismo
Discurso
description De que maneira a apropriação que o telejornalismo faz do lugar social ocupado pelo sujeito, na relação com o acontecimento, afeta o modo com que sujeito e notícia são discursivamente significados? Partindo de tal incômodo, e visando responder à problemática, objetiva-se investigar como o telejornalismo se apropria desse lugar, a fim de compreender de que forma esse processo participa da constituição dos sentidos da notícia no discurso telejornalístico. Para tanto, busca-se estudar o sujeito na condição de “autoridade para dizer” e o sujeito “autorizado a dizer”, na relação com suas posições no discurso; analisar se o discurso telejornalístico silencia, apaga e/ou evidencia especificidades do sujeito na instauração de evidências ou se sustenta a tensa relação entre reprodução e deslocamentos de sentidos; observar processos de identificação do sujeito no discurso telejornalístico; explicitar lugares de contradição entre o discurso do sujeito e o discurso institucional telejornalístico a fim de problematizar a sustentação de um discurso único/unificado. Nessa perspectiva, o objeto de investigação configura-se como sendo o sujeito em sua relação com o acontecimento na produção do discurso jornalístico televisivo. Os procedimentos teórico-analíticos são centrados na Análise de Discurso (AD) da Escola Francesa, fundada pelo filósofo Michel Pêcheux. Ao trabalhar a ideologia não como ocultação ou mascaramento, mas como aquilo que torna evidente o que não é, a AD permite questionar as evidências postas pela instituição jornalística, e que se presentificam na notícia ao produzir a naturalização dos sentidos. Isso significa que estes, ao serem tratados como evidentes, passam a ser aceitos sem questionamento, e a AD leva justamente a pensar de forma discursiva o jornalismo ao problematizar seus pré-construídos. O fato de se apropriar dos lugares sociais leva o jornalista à suposta idéia de controle dos sentidos noticiosos, conduzindo o conteúdo no intuito de direcionar a significação daquilo que apresenta como novidade. No entanto, ao estar sujeito à língua e à história, é afetado por (e também conduz a) processos de identificação que passam a (re)produzir a “normatividade” e a ilusão de normalidade do sistema jurídico-religioso, criando efeitos de evidência que levam ao não questionamento. Para a análise do percurso discursivo, toma-se como material destinado à composição do corpus bruto analítico dois telejornais veiculados em tvs comerciais abertas: o Jornal Nacional (Rede Globo) e o Jornal da Band (Rede Bandeirantes de Televisão). A escolha de tais telejornais justifica-se pelo fato de ambos apresentarem, nas condições em que são produzidos, características marcadas por traços de oposição, ao menos em termos político-partidário, que podem ou não estar sustentados discursivamente. Considerando-se também a abrangência territorial, a audiência na emissora e a repercussão nacional, a caracterização de veículo de comunicação de massa, além do fator credibilidade no meio social e/ou telejornalístico.
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-10-19
2005-10-19
2021-02-03T17:47:49Z
2021-02-03T17:47:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7122
url http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7122
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
UNICESUMAR
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
UNICESUMAR
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Digital Unicesumar
instname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron:UniCesumar
instname_str Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron_str UniCesumar
institution UniCesumar
reponame_str Repositório Digital Unicesumar
collection Repositório Digital Unicesumar
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1747771932378398720