A APROPRIAÇÃO DO SUJEITO E DO ACONTECIMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA NOTÍCIA TELEJORNALÍSTICA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital Unicesumar |
Texto Completo: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7122 |
Resumo: | De que maneira a apropriação que o telejornalismo faz do lugar social ocupado pelo sujeito, na relação com o acontecimento, afeta o modo com que sujeito e notícia são discursivamente significados? Partindo de tal incômodo, e visando responder à problemática, objetiva-se investigar como o telejornalismo se apropria desse lugar, a fim de compreender de que forma esse processo participa da constituição dos sentidos da notícia no discurso telejornalístico. Para tanto, busca-se estudar o sujeito na condição de “autoridade para dizer” e o sujeito “autorizado a dizer”, na relação com suas posições no discurso; analisar se o discurso telejornalístico silencia, apaga e/ou evidencia especificidades do sujeito na instauração de evidências ou se sustenta a tensa relação entre reprodução e deslocamentos de sentidos; observar processos de identificação do sujeito no discurso telejornalístico; explicitar lugares de contradição entre o discurso do sujeito e o discurso institucional telejornalístico a fim de problematizar a sustentação de um discurso único/unificado. Nessa perspectiva, o objeto de investigação configura-se como sendo o sujeito em sua relação com o acontecimento na produção do discurso jornalístico televisivo. Os procedimentos teórico-analíticos são centrados na Análise de Discurso (AD) da Escola Francesa, fundada pelo filósofo Michel Pêcheux. Ao trabalhar a ideologia não como ocultação ou mascaramento, mas como aquilo que torna evidente o que não é, a AD permite questionar as evidências postas pela instituição jornalística, e que se presentificam na notícia ao produzir a naturalização dos sentidos. Isso significa que estes, ao serem tratados como evidentes, passam a ser aceitos sem questionamento, e a AD leva justamente a pensar de forma discursiva o jornalismo ao problematizar seus pré-construídos. O fato de se apropriar dos lugares sociais leva o jornalista à suposta idéia de controle dos sentidos noticiosos, conduzindo o conteúdo no intuito de direcionar a significação daquilo que apresenta como novidade. No entanto, ao estar sujeito à língua e à história, é afetado por (e também conduz a) processos de identificação que passam a (re)produzir a “normatividade” e a ilusão de normalidade do sistema jurídico-religioso, criando efeitos de evidência que levam ao não questionamento. Para a análise do percurso discursivo, toma-se como material destinado à composição do corpus bruto analítico dois telejornais veiculados em tvs comerciais abertas: o Jornal Nacional (Rede Globo) e o Jornal da Band (Rede Bandeirantes de Televisão). A escolha de tais telejornais justifica-se pelo fato de ambos apresentarem, nas condições em que são produzidos, características marcadas por traços de oposição, ao menos em termos político-partidário, que podem ou não estar sustentados discursivamente. Considerando-se também a abrangência territorial, a audiência na emissora e a repercussão nacional, a caracterização de veículo de comunicação de massa, além do fator credibilidade no meio social e/ou telejornalístico. |
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