Incontinência urinária em mulheres idosas de um Município do Noroeste do Paraná: prevalência e efeito de um programa de exercícios físicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: INHOTI, Priscila Almeida
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/578
Resumo: A incontinência urinária (IU) é descrita como qualquer perda involuntária de urina e pode ser classificada em três tipos principais considerando os sintomas: incontinência urinária de esforço (IUE), que é a perda urinária associada às atividades e manifestações que aumentam a pressão intra-abdominal; incontinência urinária de urgência (IUU), definida como perda involuntária de urina associada a um forte desejo de urgência de urinar, e incontinência urinária mista (IUM), quando existe associação dos sintomas de incontinência de esforço e de urgência. Apesar de acometer ambos os sexos, sua prevalência é maior nas mulheres, principalmente após os 60 anos. Os quadros IU geram implicações sociais, emocionais, ocupacionais, econômicas e na qualidade de vida da população. Objetivo: verificar a prevalência de IU em idosas cadastradas nas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Maringá – PR, analisar sua influência na qualidade de vida dessa população e avaliar o efeito da cinesioterapia uroginecológica nas mulheres consideradas fisicamente ativas. Materiais e métodos: trata-se de um estudo de abordagem quantitativa constituído por duas fases. Na primeira fase foi realizada uma pesquisa do tipo transversal, de base populacional, com mulheres idosas residentes na cidade de Maringá – Paraná, cujos dados foram coletados entre março e agosto de 2015, em visitas domiciliares. A segunda fase caracterizou-se por um programa de intervenção com 10 sessões de exercícios físicos, duas vezes por semana, realizados por idosas fisicamente ativas selecionadas a partir da primeira fase. Em ambas as fases participaram do estudo mulheres com idade ≥ 60 anos. Para a primeira fase da pesquisa o tamanho da amostra (n=376) foi calculado aplicando-se regra para o cálculo de amostras para proporções, considerando-se o fator de correção para populações finitas. Para verificar a frequência, quantidade de perda urinária e o impacto da incontinência urinária na qualidade de vida das idosas, utilizou-se um questionário validado para o português, específico para incontinência urinária, o International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF). O questionário usado como instrumento para avaliar o nível de atividade física foi o IPAQ - International Physical Activity Questionnaire, versão adaptada, o qual é utilizado para populações especiais, como é o caso do idoso. Para analisar a presença de ansiedade, empregou-se a primeira parte do Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Da amostra de 376 idosas, foram selecionadas 30 que eram praticantes de atividades físicas regularmente. Estas senhoras se submeteram a um protocolo de intervenção caracterizado por exercícios físicos para o fortalecimento do assoalho pélvico (10 sessões, duas vezes por semana, com duração de 45 minutos). O pré e pós-teste se deram por meio da aplicação do pad test de uma hora (teste do absorvente), o qual possibilita uma avaliação objetiva da IU. Os dados foram analisados no programa SAS versão 9.3. Para os testes de hipóteses, o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A média de idade das participantes foi de 73,36±4,53 anos. A prevalência de IU foi de 74,73%. A maioria das idosas (60,90%) não possuía nenhuma escolaridade ou tinha o ensino fundamental incompleto. O número de gestações apresentou associação com a IU (p = 0,0295). O tipo de IU mais comum foi a mista (51,60%). Não foi encontrada associação entre o nível de atividade física e a presença de IU. As idosas com relatos de maior interferência da IU na qualidade de vida (48,93%) apresentaram maiores níveis de ansiedade (p=0,0051). Verificou-se forte correlação entre o escore da IU e o impacto da perda de urina na qualidade de vida (p=0,0001). Em relação à intervenção, a comparação entre o peso do absorvente nos momentos pré (1,1856g±1,77g) e pós-protocolo (0,2443±0,39) demonstrou diminuição significativa de perda de urina entre as idosas (p=0,0001). Conclusão: A prevalência de incontinência urinária identificada neste estudo foi alta, com forte influência negativa na qualidade de vida das idosas, o que alerta para a necessidade de medidas de intervenção para essa população. Conclui-se, ainda, que as 10 sessões de cinesioterapia reduziu a perda de urina das idosas.
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