SURTO DE INTOXICAÇÃO CRÔNICA POR COBRE EM OVINOS NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MICHELAZZO, Mariana de Mello Zanim
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: BARROS, Mário Cesar Romio Brandão, CARRILHO, Fábio Ernandes, HEADLEY, Selwyn Arlington, SANTOS, Rogério C.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7530
Resumo: A intoxicação por cobre tem sido descrita em várias espécies de animais domésticos; entre essas, os ovinos são muito mais sensíveis à intoxicação. A maioria dos surtos de intoxicação crônica por cobre em ovinos ocorre através da ingestão acidental de sal mineral destinado aos bovinos. Este trabalho descreve um surto de intoxicação por cobre em ovinos na região de Maringá. Numa propriedade localizada há 50 km de Maringá, sete de 14 ovinos, de ambos os sexos e faixas etárias diferentes foram encontrados mortos. Os animais foram suplementados por sal mineral destinado aos bovinos. As mortes dos ovinos se iniciaram a partir de janeiro deste ano; o fornecimento do sal mineral começou durante o ano de 2004. Um desses animais foi necropsiado no Laboratório de Patologia Veterinária/CESUMAR. Na necropsia, observou-se icterícia acentuada nas membranas visíveis, no tecido subcutâneo, no tecido adiposo nas cavidades corporais e na serosa dos órgãos cavitários; enegrecimento difuso dos rins; aumento e congestão esplênicos; e a bexiga repleta de urina enegrecida (hemoglobinúria). Tecidos selecionados foram fixados em solução de formalina a 10% e processados para avaliação histopatológica de rotina; amostras do fígado foram enviadas para determinar o teor de cobre. As alterações histológicas foram caracterizadas por hepatite, necrótica, multifocal, acentuada com degeneração hepatocelular discreta, proliferação discreta das células epiteliais dos ductos biliares, bile estase canalicular e ductal; necrose tubular, multifocal, acentuada com cilindros hialinos intratubulares nos rins; e exaustão dos folículos linfóides e hemossiderose no baço. A avaliação do teor de cobre no fígado pelo método de espectrometria de absorção atômica (realizada na Universidade Federal de Santa Maria), revelou 1.314,42mg/Kg (± 2%) de cobre. As alterações patológicas descritas associadas ao teor de cobre encontrado no fígado desse animal são características da intoxicação crônica por cobre. A intoxicação por cobre nos ovinos pode ocorrer em quatro formas principais: (1) uma forma aguda, caracterizada pela ingestão de doses elevadas de cobre; (2) uma forma crônica primária, causada pelo consumo de alimentos contendo níveis elevados de cobre; (3) intoxicação crônica fitogênea, associada ao consumo de pastagens contendo níveis normais de cobre e teores reduzidos de molibdênio; e (4) intoxicação crônica hepatógena, caracterizada pelo acúmulo de cobre em conseqüência de lesões hepáticas causadas por plantas que contêm alcalóides pirrolizidínicos. Neste caso, a morte dos ovinos foi induzida pela ingestão de sal mineral contendo quantidades elevadas de cobre. Os ovinos são altamente sensíveis ao cobre e mesmo dentro dos níveis recomendados, pode induzir lesões nesses animais. Consequentemente recomenda-se que o cobre não deve ser adicionado a composição de ingredientes na fabricação de sal mineral destinado aos ovinos.
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