O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Suxberger, Antonio Henrique Graciano
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Pasiani, Rochelle Pastana Ribeiro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
Texto Completo: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4618
Resumo: O presente artigo insere-se na análise dos arranjos institucionais referentes ao uso da inteligência como instrumento de auxílio na persecução penal e na prevenção de delitos financeiros. Pretende demonstrar que o regime administrativo de produção de inteligência financeira serve às finalidades de prevenção e detecção de ilícitos emergentes de avanços tecnológicos contemporâneos e dos riscos a estes associados, sem a utilização de sanções necessariamente de cunho penal. Sua eficiência decorre da atribuição de responsabilidades a diferentes atores direta ou indiretamente envolvidos no fluxo financeiro de ativos ilícitos, garantindo a cooperação entre entes privados e autoridades governamentais mediante a instituição de mecanismos de mútua confiança e de fiscalização, bem como da imposição de sanções administrativas suficientemente dissuasivas no caso de descumprimento das obrigações impostas. Esse regime está fundamentado no tripé: identificação de clientes, manutenção de registros e comunicação às Unidades de Inteligência Financeira de operações suspeitas. Essas medidas auxiliam no cumprimento tanto da função prevenção geral positiva e negativa de delitos, bem como na produção probatória. Apesar de ser considerada pela jurisprudência como relevante auxílio à persecução penal de ilícitos, ainda não há consenso sobre a extensão da utilidade deste novo mecanismo no processo penal. O regime administrativo de produção de inteligência financeira não dirige diretamente, portanto, a fomentar a persecução penal, nem desonera investigadores de produzirem posteriormente as provas aptas a demonstrarem a culpabilidade dos acusados. Metodologicamente, o artigo se vale da análise de conteúdo, especialmente do regime normativo dos órgãos de inteligência financeira, de análise documental de julgados de Tribunais Superiores a respeito da consideração do material produzido por esses órgãos e de revisão bibliográfica específica sobre o tema.
id UNICEUB-3_440667ebf8406d2eaab93153e8597150
oai_identifier_str oai:oai.uniceub.emnuvens.com.br:article/4618
network_acronym_str UNICEUB-3
network_name_str Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
repository_id_str
spelling O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionadosPolíticas Públicas; Arranjos institucionais; Direito Processual Penallavagem de dinheiro; inteligência financeira; arranjos institucionais; COAF; comunicação de operação suspeita; controle penal.O presente artigo insere-se na análise dos arranjos institucionais referentes ao uso da inteligência como instrumento de auxílio na persecução penal e na prevenção de delitos financeiros. Pretende demonstrar que o regime administrativo de produção de inteligência financeira serve às finalidades de prevenção e detecção de ilícitos emergentes de avanços tecnológicos contemporâneos e dos riscos a estes associados, sem a utilização de sanções necessariamente de cunho penal. Sua eficiência decorre da atribuição de responsabilidades a diferentes atores direta ou indiretamente envolvidos no fluxo financeiro de ativos ilícitos, garantindo a cooperação entre entes privados e autoridades governamentais mediante a instituição de mecanismos de mútua confiança e de fiscalização, bem como da imposição de sanções administrativas suficientemente dissuasivas no caso de descumprimento das obrigações impostas. Esse regime está fundamentado no tripé: identificação de clientes, manutenção de registros e comunicação às Unidades de Inteligência Financeira de operações suspeitas. Essas medidas auxiliam no cumprimento tanto da função prevenção geral positiva e negativa de delitos, bem como na produção probatória. Apesar de ser considerada pela jurisprudência como relevante auxílio à persecução penal de ilícitos, ainda não há consenso sobre a extensão da utilidade deste novo mecanismo no processo penal. O regime administrativo de produção de inteligência financeira não dirige diretamente, portanto, a fomentar a persecução penal, nem desonera investigadores de produzirem posteriormente as provas aptas a demonstrarem a culpabilidade dos acusados. Metodologicamente, o artigo se vale da análise de conteúdo, especialmente do regime normativo dos órgãos de inteligência financeira, de análise documental de julgados de Tribunais Superiores a respeito da consideração do material produzido por esses órgãos e de revisão bibliográfica específica sobre o tema.UniCEUBSuxberger, Antonio Henrique GracianoPasiani, Rochelle Pastana Ribeiro2018-05-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/461810.5102/rbpp.v8i1.4618Brazilian Journal of Public Policy; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-318Revista Brasileña de Políticas Públicas; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-318Revista Brasileira de Políticas Públicas; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-3182236-16772179-8338reponame:Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)instname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)instacron:UNICEUBporhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4618/3504Direitos autorais 2018 Revista Brasileira de Políticas Públicasinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-12-07T14:10:52Zoai:oai.uniceub.emnuvens.com.br:article/4618Revistahttp://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/RBPPPRIhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/oaiatendimento.seer@uniceub.br||rbppuniceub@gmail.com|| prisqua@gmail.com|| marcelodvarella@gmail.com2236-16772179-8338opendoar:2018-12-07T14:10:52Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online) - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)false
dc.title.none.fl_str_mv O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
title O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
spellingShingle O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
Suxberger, Antonio Henrique Graciano
Políticas Públicas; Arranjos institucionais; Direito Processual Penal
lavagem de dinheiro; inteligência financeira; arranjos institucionais; COAF; comunicação de operação suspeita; controle penal.
title_short O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
title_full O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
title_fullStr O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
title_full_unstemmed O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
title_sort O papel da inteligência financeira na persecução dos crimes de lavagem de dinheiro e ilícitos relacionados
author Suxberger, Antonio Henrique Graciano
author_facet Suxberger, Antonio Henrique Graciano
Pasiani, Rochelle Pastana Ribeiro
author_role author
author2 Pasiani, Rochelle Pastana Ribeiro
author2_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Suxberger, Antonio Henrique Graciano
Pasiani, Rochelle Pastana Ribeiro
dc.subject.por.fl_str_mv Políticas Públicas; Arranjos institucionais; Direito Processual Penal
lavagem de dinheiro; inteligência financeira; arranjos institucionais; COAF; comunicação de operação suspeita; controle penal.
topic Políticas Públicas; Arranjos institucionais; Direito Processual Penal
lavagem de dinheiro; inteligência financeira; arranjos institucionais; COAF; comunicação de operação suspeita; controle penal.
description O presente artigo insere-se na análise dos arranjos institucionais referentes ao uso da inteligência como instrumento de auxílio na persecução penal e na prevenção de delitos financeiros. Pretende demonstrar que o regime administrativo de produção de inteligência financeira serve às finalidades de prevenção e detecção de ilícitos emergentes de avanços tecnológicos contemporâneos e dos riscos a estes associados, sem a utilização de sanções necessariamente de cunho penal. Sua eficiência decorre da atribuição de responsabilidades a diferentes atores direta ou indiretamente envolvidos no fluxo financeiro de ativos ilícitos, garantindo a cooperação entre entes privados e autoridades governamentais mediante a instituição de mecanismos de mútua confiança e de fiscalização, bem como da imposição de sanções administrativas suficientemente dissuasivas no caso de descumprimento das obrigações impostas. Esse regime está fundamentado no tripé: identificação de clientes, manutenção de registros e comunicação às Unidades de Inteligência Financeira de operações suspeitas. Essas medidas auxiliam no cumprimento tanto da função prevenção geral positiva e negativa de delitos, bem como na produção probatória. Apesar de ser considerada pela jurisprudência como relevante auxílio à persecução penal de ilícitos, ainda não há consenso sobre a extensão da utilidade deste novo mecanismo no processo penal. O regime administrativo de produção de inteligência financeira não dirige diretamente, portanto, a fomentar a persecução penal, nem desonera investigadores de produzirem posteriormente as provas aptas a demonstrarem a culpabilidade dos acusados. Metodologicamente, o artigo se vale da análise de conteúdo, especialmente do regime normativo dos órgãos de inteligência financeira, de análise documental de julgados de Tribunais Superiores a respeito da consideração do material produzido por esses órgãos e de revisão bibliográfica específica sobre o tema.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-05-22
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4618
10.5102/rbpp.v8i1.4618
url https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4618
identifier_str_mv 10.5102/rbpp.v8i1.4618
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4618/3504
dc.rights.driver.fl_str_mv Direitos autorais 2018 Revista Brasileira de Políticas Públicas
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Direitos autorais 2018 Revista Brasileira de Políticas Públicas
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UniCEUB
publisher.none.fl_str_mv UniCEUB
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Public Policy; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-318
Revista Brasileña de Políticas Públicas; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-318
Revista Brasileira de Políticas Públicas; v. 8, n. 1 (2018): Políticas públicas e boas práticas para o sistema penal; 289-318
2236-1677
2179-8338
reponame:Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
instname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron:UNICEUB
instname_str Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron_str UNICEUB
institution UNICEUB
reponame_str Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
collection Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online) - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
repository.mail.fl_str_mv atendimento.seer@uniceub.br||rbppuniceub@gmail.com|| prisqua@gmail.com|| marcelodvarella@gmail.com
_version_ 1798328491069931520