Constituição do ethos da pessoa surda: uma análise linguística de piadas
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul |
Texto Completo: | https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/717 |
Resumo: | Partindo da análise de piadas sobre surdos, sejam elas contadas ou não por pessoas surdas, este estudo tem como objetivo refletir sobre a constituição do ethos da pessoa com surdez. A razão deste trabalho deve-se ao fato de termos observado que, nas piadas contadas por surdos, o humor retratado está relacionado à menção da própria surdez, a qual está sempre em evidência, quer por meio de um personagem humano, quer por meio de um animal ou de outros seres. Desse modo, o percurso dessa investigação se orienta a partir de questionamentos levantados em torno dos motivos pelos quais isso ocorre: quais as representações dominantes que a pessoa ouvinte tem a respeito da pessoa surda? Será que o ouvinte mantém uma relação de poder sobre o surdo? Será que existe um olhar de ser inferior devido a um corpo “danificado”? Qual o universo de representações que os interlocutores (ouvintes) foram construindo sobre a pessoa surda? Será que por serem vistos como inferiores os surdos tentam retratar a sua problemática nas piadas? Para fundamentar a análise de nosso corpus, baseamo-nos tanto nos pressupostos teóricos da Retórica aristotélica – a partir de considerações feitas especialmente por Amossy (2005), Meyer (2007) e Goffman (2008) – quanto nas considerações sobre o humor, feitas por Bergson (1987), Travaglia (1989), Possenti (1998) e Propp (1992), os quais refletem não só sobre os recursos linguísticos envolvidos na construção do humor, mas também sobre as diferentes funções do humor. Para nossos propósitos, as piadas suscitaram revelações interessantes à luz da retórica, pois, evidentemente, veiculam um sentido apreensível na microestrutura e imensos sentidos no plano macroestrutural, retórico e semântico. As piadas sobre surdo mobilizaram discursos polêmicos que operam com estereótipos (que, como vimos, estão relacionados a preconceitos), retomam discursos profundamente arraigados que se infiltram nas técnicas linguísticas e que veiculam discursos que seriam proibidos nos discursos oficiais e institucionais. Nesse sentido, as piadas adquirem liberdade para circular pela sociedade. Livres de determinados procedimentos de controle do discurso, principalmente, o da palavra proibida, a piada desvela uma representação muito clara do ethos que buscávamos: o risível esconde o grotesco social de, inevitavelmente, instaurar a diferença como um defeito inescondível. |
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2020-06-01T17:48:06Z2020-06-01T17:48:06Z2010-03-12MELO, Heloisa Helena Vallim de. Constituição do ethos da pessoa surda: uma análise linguística de piadas. Franca, 2010. 115 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade de Franca. 2010.https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/717Partindo da análise de piadas sobre surdos, sejam elas contadas ou não por pessoas surdas, este estudo tem como objetivo refletir sobre a constituição do ethos da pessoa com surdez. A razão deste trabalho deve-se ao fato de termos observado que, nas piadas contadas por surdos, o humor retratado está relacionado à menção da própria surdez, a qual está sempre em evidência, quer por meio de um personagem humano, quer por meio de um animal ou de outros seres. Desse modo, o percurso dessa investigação se orienta a partir de questionamentos levantados em torno dos motivos pelos quais isso ocorre: quais as representações dominantes que a pessoa ouvinte tem a respeito da pessoa surda? 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Para nossos propósitos, as piadas suscitaram revelações interessantes à luz da retórica, pois, evidentemente, veiculam um sentido apreensível na microestrutura e imensos sentidos no plano macroestrutural, retórico e semântico. As piadas sobre surdo mobilizaram discursos polêmicos que operam com estereótipos (que, como vimos, estão relacionados a preconceitos), retomam discursos profundamente arraigados que se infiltram nas técnicas linguísticas e que veiculam discursos que seriam proibidos nos discursos oficiais e institucionais. Nesse sentido, as piadas adquirem liberdade para circular pela sociedade. Livres de determinados procedimentos de controle do discurso, principalmente, o da palavra proibida, a piada desvela uma representação muito clara do ethos que buscávamos: o risível esconde o grotesco social de, inevitavelmente, instaurar a diferença como um defeito inescondível.From an analysis of jokes about deaf people, told or not by another deaf, this study tries to reflect about the Ethos constitution of the deaf person. The purpose of this work is dued to the fact of observations we made about jokes, told by deafs, the evidenced humor is related to the mentioned deafness itself, which is always in evidence either by the human character or by an animal or other beings. Thus, the course of this investigation, is oriented from the questioning raised about the reasons why this occurs: which dominant representation the listener person has about the deaf person? Does the listener have a power relation concerning the deaf? Is there a look of an inferior being because of a damaged body? Which is the representation approach that listeners made about the deaf person? Is it because they are held as inferior people that deafs try to report their impairment in jokes? To found the analysis of our corpus, we based on the theoretical presuppositions of the aristotelic rhetorical - from the considerations made especially by Amossy (2005), Meyer (2007) and Goffman (2008), as well as the considerations about humor made by Bergson (1987), Travaglia (1989), Possenti (1998) and Propp (1992), who reflect not only about the linguistic resources involved in the construction of humor, but also about the different functions of it. For our purposes the jokes lead to interesting revelations in the realm of rhetorical, because, undoubtly, carry a learning sense in the microstructure and large meanings in the macrostructure field, rhetorical and semantic. The jokes about deafs mobilized polemic discourses that work with stereotypes (as we have seen, is related to prejudice), resume discourses profoundly rooted that infiltrates in the linguistic techniques and carry discourses that would be forbidden in the official and institutional discourses. In this sense, jokes are free to circulate in the society. Free from the control of the discourse procedures, mainly, that of the forbidden word, the joke shows a very clear representation of the ethos that we searched: the laughable hides the social grotesque from, inevitably, establish the difference as a defect not possible to be hidden.porUniversidade de FrancaPrograma de Mestrado em LinguísticaUNIFRANBrasilPós-GraduaçãoCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICARetóricaEthosHumorPiadaSurdezConstituição do ethos da pessoa surda: uma análise linguística de piadasThe constitution of a deaf person ethos: a linguistic analysis of jokesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFerreira, Luiz Antonio8589530563783945http://lattes.cnpq.br/8589530563783945Barbosa, Marinalva Vieira8103443442362053http://lattes.cnpq.br/8103443442362053Figueiredo, Maria Flávia0501927833510978http://lattes.cnpq.br/05019278335109781290374018255331http://lattes.cnpq.br/1290374018255331Melo, Heloísa Helena Vallim deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sulinstname:Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)instacron:UNICSULORIGINALHeloisa Helena Vallim de Melo.pdfHeloisa Helena Vallim de Melo.pdfapplication/pdf2608223http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/717/1/Heloisa%20Helena%20Vallim%20de%20Melo.pdf2251ed0f7373286f0b92fac840663e32MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/717/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/7172020-06-01 14:49:13.2oai:repositorio.cruzeirodosul.edu.br:123456789/717Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/oai/requestmary.pela@unicid.edu.bropendoar:2020-06-01T17:49:13Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul - Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)false |
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