Sentido e participação na atividade de panificação das mulheres do empreendimento econômico solidário oito de junho sob a ótica da teoria social da aprendizagem

• Autor(a) principal: Paixão, Marcia Valéria
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2798
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO; Aprendizagem; Administração - Participação dos empregados; Economia social; Empreendedorismo social

Este estudo nasceu do desejo de compreender a aprendizagem de sujeitos pertencentes a empreendimentos econômicos nascidos da economia solidária, mais especificamente do grupo produtivo de panificação das mulheres produtoras rurais do Assentamento Oito de Junho. A perspectiva da Teoria Social da Aprendizagem nos revelou o conhecimento como resultado da participação ativa de sujeitos em comunidades de práticas, em sistemas de atividades, e inúmeras perguntas nasceram pela busca dessa compreensão, delineando um objetivo que se traduziu em revelar o sentido da atividade e da participação em uma forma organizacional que foge das tradicionais empresas capitalistas. Conjugando nossos pressupostos epistemológicos com as propostas de Engestrom e Nicolini, formamos um pacote metodológico coerente com um homem concreto e social, um homem que tem voz, usando da etnografia e da história oral como meios para encontrar as respostas a partir das experiências desses sujeitos. As respostas nos revelaram o sentido da atividade como a busca de identidade e o sentido da participação pelo desejo de afiliação social. Esses sentidos são absorvidos por outros sistemas de atividade que formam uma teia de colaboração que dá origem a um objeto potencialmente compartilhado, gerador de contradições e que leva as mulheres a questionarem a todo o momento a atividade atual, relacionando-a a uma forma futura. Essa relação, ao se conectar com os elementos do contexto, incorpora novas contradições, provocando o desenvolvimento de uma atividade de aprendizagem e levando o sistema de atividade a um ciclo expansivo. E ainda a revelação do potencial fugitivo do objeto da indústria mostrou uma aprendizagem que nasceu de uma força que visa à criação de um padrão de atividade qualitativamente novo para atender os motivos dos vários sistemas, exigindo a mediação de novos conceitos teóricos a fim de ampliar o horizonte de possibilidades da indústria. Assim, unindo a prática, materialidade de seus motivos, à teoria, composta pelas discussões para que a atividade prática se realize, as mulheres reposicionaram as suas formas de participação na vida social, ligando-se ao mundo externo, promovendo sua aprendizagem. E na medida em que o objeto de panificação alcança mais sistemas de atividades, somado ao desejo de incluir mais assentadas na indústria, mais as mulheres se movem para uma nova zona proximal, em um movimento expansivo que provoca a transformação e leva à criação de um projeto coletivo, remodelando o sistema de atividade e consolidando uma nova prática.