Avaliação de transtorno depressivo, percepção de apoio social e adesão ao tratamento para dependência química

• Autor(a) principal: Tozati, Ligia Peres
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/982
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA; Dependência química; Adesão ao tratamento; Transtorno depressivo; Apoio social

O tratamento da dependência química é um desafio para a Saúde Pública, entre as dificuldades encontrados neste contexto, a adesão ao tratamento tem apresentado relevância nos estudos, que .revelam diversos fatores associados, tais como, estados emocionais negativos, dificuldades em tolerar frustrações, comorbidades psicopatológicas, ausência de suporte familiar e social, entre outros. O objetivo deste estudo foi avaliar transtorno depressivo, a percepção de apoio social e adesão ao tratamento da dependência química em uma amostra de pacientes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS-AD) de um município do interior de São Paulo. Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo, com delineamento descritivo. Participaram da pesquisa 35 pacientes, maiores de 18 anos, de ambos os sexos que iniciaram o tratamento entre fevereiro a maio de 2014. Os instrumentos utilizados foram entrevista para identificação de dados sociodemográficos e uso de drogas; Escala de Apoio Social; Questionário para triagem do uso de álcool e outras substâncias (ASSIST) e Entrevista Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSMIV (SCID) para diagnóstico de depressão. Foram utilizadas técnicas não paramétricas para comparar os grupos, por meio dos testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e para as associações os testes exato de Fisher e Qui-quadrado. A significância estatística foi de p<0,05. A maioria dos participantes eram do sexo masculino (68,57%), casados (48,57%), desempregados (65,71%), com baixa renda (67,71%), baixa escolaridade (65,72%) e idade média de 38 anos (DP=11,58). Observou-se que 88,57% dos participantes eram usuários de múltiplas drogas e 60% dos pacientes já haviam realizado tratamentos anteriores. A droga de maior consumo foi o álcool (94,29%), seguida pelo tabaco (74,29%), cocaína/crack (60%), maconha (45,71%). Na avaliação da percepção de apoio social, observou-se que grande parte dos sujeitos apresentavam altos índices de apoio (média=74,80), evidenciando que a percepção de apoio estavam preservadas. Apresentaram depressão 51,43% dos participantes, entre as mulheres a frequência foi de 81,8%. Os resultados das comparações de apoio social apontam que os indivíduos que não frequentaram grupos de autoajuda apresentaram percentuais significativamente maiores de interação social positiva do que aqueles que frequentaram (p=0,05), também apresentaram pontuações médias significativamente maiores de apoio afetivo (p<0,01) e apoio emocional (p=0,04) os participantes que não residiam sozinhos e os participantes com depressão apresentaram pior percepção de apoio material (p=0,04). Aderiram ao tratamento um total de 12 (34%) participantes ao longo de 90 dias de tratamento, todavia não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre adesão e depressão, estado civil, escolaridade, situação laboral, classificação econômica, tratamentos anteriores, participação de grupo de autoajuda, frequência de atividade artística/física, usuários de múltiplas drogas, reside sozinho e estado de saúde. Palavras-chave: Dependência química; adesão ao tratamento; transtorno depressivo; apoio social.