Felicidade lí­quida: do mal-estar em Freud ao mal-estar em Bauman

• Autor(a) principal: da Silva, Edison Francisco
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: de Souza Abrantes, Diego Saimon
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP
• Texto Completo: https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/6809
• topic: mal-estar, consumo; sociedade de/do consumo; felicidade; desamparo.

O presente estudo pretendeu identificar na obra de Bauman, O mal-estar da pós-modernidade (1997), aspectos que corroboram a ideia de Freud, exposta em O mal-estar na civilização (1930), de que existe um mal-estar instalado nas sociedades civilizadas, bem como discutir os reflexos de tais aspectos na sociedade atual. Para essa realização, fez-se uma revisão bibliográfica em Psicanálise, de método comparativo, à luz da análise de conteúdo, tendo-se analisado 76 obras, pois este artigo resulta de um amplo estudo monográfico. A pesquisa desenvolveu-se a partir da descrição da civilização de Freud e da pós-modernidade de Bauman, seguido da correlação psicanalítica entre ambas. Desse material investigativo, depreendeu-se que o homem é um sujeito que parece estar sempre em situação desconfortável diante da vida socializada. Na civilização freudiana, esse desconforto se revela a parir da renúncia pulsional que todos têm que fazer. Na pós-modernidade, o incômodo se reflete nas relações frágeis entre as pessoas, a fragmentação das instituições e a dificuldade dos sujeitos em constituir suas identidades, o que potencializa a condição de desamparo dos homens, natural, segundo Freud. Diante da vivência inevitável do desamparo, a sublimação se coloca como uma saída possível.