Do Feitiço Contra o Feiticeiro: O Protocolo de Consulta Wajãpi Como Instrumento de Agenciamento Cosmopolítico, Contra-Predação e Domesticação
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP |
Texto Completo: | https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/7524 |
Resumo: | Em 1989 a OIT finalmente promulgou a Convenção número 169 queassegura, finalmente, aos povos indígenas o direito a existir como tais e que, cidadãos plenos que passam a ser, participem das tomadas de decisão estatais, de maneira socioculturalmente diferenciada e adequada, justamente para que possam influenciar essas decisões a fim de salvaguardar seus regimes de conhecimentos e relações, consagrando a abertura ao pluralismo jurídico e à jusdiversidade. O Brasil, contudo, só ratifica a Convenção 169 em 2002, incorporando-a ao ordenamento com valor de Constituição Federal – gozando de status supralegal. Juntamente com a Constituição Federal de 1988, a referida OIT 169 assegura aos povos indígenas seu direito a existir enquanto tais, por meio de sua autodeterminação, sendo a consulta prévia o principal mecanismo para isso. Contemplando o Protocolo de Consulta e Consentimento – instrumento pelo qual os povos indígenas se fazem consultar de maneira prévia, livre, informada, de boa-fé e culturalmente adequada como proposto por esses tratados – do povo indígena Wajãpi do Amapá, compreendemos que autodeterminação, autogoverno e respeito à diversidade epistemológica e sociopolítica estão muito mais além daquilo que preveem os operadores do direito: um olhar antropológico demonstra que Protocolos de Consulta são muito mais do que meros conjuntos de regras – leis – e consistem em exercícios cosmopolíticos de contra-predação e domesticação da agência não-indígena, geneticamente etnocida. |
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Do Feitiço Contra o Feiticeiro: O Protocolo de Consulta Wajãpi Como Instrumento de Agenciamento Cosmopolítico, Contra-Predação e DomesticaçãoOIT 169, consulta prévia, jusdiversidade, cosmopolítica, WajãpiEm 1989 a OIT finalmente promulgou a Convenção número 169 queassegura, finalmente, aos povos indígenas o direito a existir como tais e que, cidadãos plenos que passam a ser, participem das tomadas de decisão estatais, de maneira socioculturalmente diferenciada e adequada, justamente para que possam influenciar essas decisões a fim de salvaguardar seus regimes de conhecimentos e relações, consagrando a abertura ao pluralismo jurídico e à jusdiversidade. O Brasil, contudo, só ratifica a Convenção 169 em 2002, incorporando-a ao ordenamento com valor de Constituição Federal – gozando de status supralegal. Juntamente com a Constituição Federal de 1988, a referida OIT 169 assegura aos povos indígenas seu direito a existir enquanto tais, por meio de sua autodeterminação, sendo a consulta prévia o principal mecanismo para isso. Contemplando o Protocolo de Consulta e Consentimento – instrumento pelo qual os povos indígenas se fazem consultar de maneira prévia, livre, informada, de boa-fé e culturalmente adequada como proposto por esses tratados – do povo indígena Wajãpi do Amapá, compreendemos que autodeterminação, autogoverno e respeito à diversidade epistemológica e sociopolítica estão muito mais além daquilo que preveem os operadores do direito: um olhar antropológico demonstra que Protocolos de Consulta são muito mais do que meros conjuntos de regras – leis – e consistem em exercícios cosmopolíticos de contra-predação e domesticação da agência não-indígena, geneticamente etnocida.Universidade Federal do AmapáCaporrino, Bruno Walter2023-07-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/752410.18468/pracs.2022v15n2.p%pPRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP; v. 15, n. 2 (2022): Vol. 15, N. 2 (2022)PRACS: Electronic Humanities Journal of UNIFAP’s Social Sciences Course; v. 15, n. 2 (2022): Vol. 15, N. 2 (2022)1984-4352reponame:PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAPinstname:Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)instacron:UNIFAPporhttps://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/7524/pdfDireitos autorais 2023 PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAPhttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2023-07-01T19:27:18Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/7524Revistahttp://periodicos.unifap.br/index.php/pracsPUBhttps://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/oai||fernandogentry@hotmail.com1984-43521984-4352opendoar:2023-07-01T19:27:18PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)false |
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