A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Research, Society and Development |
Texto Completo: | https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39729 |
Resumo: | O Louco nem sempre é aquele que tem algum distúrbio mental, mas aquele que de alguma forma ousou quebrar as regras da sociedade de alguma forma, ou àquelas pessoas que de alguma maneira não são aceitas por não estar de acordo com os “padrões” pré-definidos, como aconteceu a Idade Média, onde as mulheres que ousavam se destacar eram queimadas como bruxas na fogueira pela Santa Inquisição. Este trabalho tem como objetivo apresentar um retrato histórico do surgimento dos manicômios e da luta antimanicomial, com foco no antigo Hospital Colônia, da cidade de Barbacena. No Brasil na década 1900, com a implantação do Hospital Colônia, em Barbacena, aconteceu que muitas pessoas foram tratadas como loucas por não se encaixarem nos “padrões” sociais que eram levados pelo chamado “Trem de Doidos” até Barbacena e deixados no Colônia, lá eram despidos de suas identidades, longe de suas famílias e casas, diante de uma realidade cruel e atroz, não lhe resta senão seguir em frente no seu papel de louco, no teatro da vida. Assim, vendo os anos escorrendo por suas mãos assistindo o companheiro de caminhada deitado em uma cama, atrás das cortinas fechadas. Só escutando os urros, que vem do eletrochoque esperando a expectativa da chegada, daqueles que lá estão, só se escutam os urros por trás da coxia e de repente, se faz o silêncio de dor e cansaço que o eletrochoque causou por aqueles homens de branco que pareciam anjo, mas que no fim só traziam dor, às vezes ao despertar acontecia da cortina se abrir e emoção não mais existir, pois a lobotomia foi feita ali. E agora uma alma jaz e emoções jamais existirá. Felizmente, alguns vão ver o fechamento destas prisões e terão o seu direito de retorno à sociedade, mesmo que haja lutas contra, não conseguirão reabrir as prisões mentais, pois saúde mental não se vende, saúde mental não se prende. |
id |
UNIFEI_a1ff1ce9b7bbbf502b65432dcc0e6c60 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/39729 |
network_acronym_str |
UNIFEI |
network_name_str |
Research, Society and Development |
repository_id_str |
|
spelling |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no BrasilThe historicity of madness and the anti-asylum struggle and deinstitutionalization in BrazilLa historicidad de la locura y la lucha contra el asilo y la desinstitucionalización en BrasilCrazinessCologneBarbacenaAnti-asylumLaw No. 10.216.LocuraColoniaBarbacenaAnti-asiloLey N° 10.216.LoucuraColôniaBarbacenaAntimanicomialLei nº 10.216.O Louco nem sempre é aquele que tem algum distúrbio mental, mas aquele que de alguma forma ousou quebrar as regras da sociedade de alguma forma, ou àquelas pessoas que de alguma maneira não são aceitas por não estar de acordo com os “padrões” pré-definidos, como aconteceu a Idade Média, onde as mulheres que ousavam se destacar eram queimadas como bruxas na fogueira pela Santa Inquisição. Este trabalho tem como objetivo apresentar um retrato histórico do surgimento dos manicômios e da luta antimanicomial, com foco no antigo Hospital Colônia, da cidade de Barbacena. No Brasil na década 1900, com a implantação do Hospital Colônia, em Barbacena, aconteceu que muitas pessoas foram tratadas como loucas por não se encaixarem nos “padrões” sociais que eram levados pelo chamado “Trem de Doidos” até Barbacena e deixados no Colônia, lá eram despidos de suas identidades, longe de suas famílias e casas, diante de uma realidade cruel e atroz, não lhe resta senão seguir em frente no seu papel de louco, no teatro da vida. Assim, vendo os anos escorrendo por suas mãos assistindo o companheiro de caminhada deitado em uma cama, atrás das cortinas fechadas. Só escutando os urros, que vem do eletrochoque esperando a expectativa da chegada, daqueles que lá estão, só se escutam os urros por trás da coxia e de repente, se faz o silêncio de dor e cansaço que o eletrochoque causou por aqueles homens de branco que pareciam anjo, mas que no fim só traziam dor, às vezes ao despertar acontecia da cortina se abrir e emoção não mais existir, pois a lobotomia foi feita ali. E agora uma alma jaz e emoções jamais existirá. Felizmente, alguns vão ver o fechamento destas prisões e terão o seu direito de retorno à sociedade, mesmo que haja lutas contra, não conseguirão reabrir as prisões mentais, pois saúde mental não se vende, saúde mental não se prende.The Fool is not always the one who has a mental disorder, but the one who somehow dared to break the rules of society in some way, or those people who somehow are not accepted for not being in accordance with the pre-established “standards”. defined, as what happened in the Middle Ages, when the Holy Inquisition burned women who dared to stand out like witches at the stake. This work aims to present a historical picture of the emergence of asylums and the anti-asylum struggle, focusing on the former Hospital Colônia, in the city of Barbacena. In Brazil in the 1900s, with the implementation of the Hospital Colônia, in Barbacena, it happened that many people were treated like crazy for not fitting into the social “standards” that were taken by the so-called “Trem de Doidos” to Barbacena and left in the Colony, there they were stripped of their identities, far from their families and homes, faced with cruel and atrocious reality, all that was left for him was to move forward in his role as a madman, in the theater of life. Thus, seeing the years slipping through his hands watching his hiking companion lying on a bed, behind the closed curtains. Just listening to the roars, which come from the electroshock waiting for the arrival, of those who are there, you can only hear the roars behind the aisle and suddenly, there is the silence of pain and tiredness that the electroshock caused by those men in white that seemed like an angel, but that in the end only brought pain, sometimes when waking up the curtain opened and emotion no longer existed because the lobotomy was performed there. And now a soul lies and emotions will never exist. Fortunately, some will see these prisons closed and will have their right to return to society, even if there are fights against it, they will not be able to reopen mental prisons, because mental health is not sold, and mental health is not arrested.El Loco no siempre es el que tiene un trastorno mental, sino el que de alguna manera se atrevió a romper las reglas de la sociedad de alguna manera, o aquellas personas que de alguna manera no son aceptadas por no estar de acuerdo con los “estándares” preestablecidos. . definido, como lo que sucedía en la Edad Media, cuando las mujeres que se atrevían a destacar eran quemadas como brujas en la hoguera por la Santa Inquisición. Este trabajo tiene como objetivo presentar un cuadro histórico del surgimiento de los asilos y la lucha contra el asilo, centrándose en el ex Hospital Colônia, en la ciudad de Barbacena. En Brasil en la década de 1900, con la implementación del Hospital Colônia, en Barbacena, sucedió que muchas personas fueron tratadas como locas por no encajar en los “estándares” sociales que fueron llevados por los llamados “Trem de Doidos” a Barbacena. y dejados en la Colonia, allí fueron despojados de sus identidades, lejos de sus familias y hogares, frente a la cruel y atroz realidad, lo único que le quedaba era seguir adelante en su papel de loco, en el teatro de la vida. . Así, viendo los años deslizándose entre sus manos mirando a su compañero de caminata acostado en una cama, detrás de las cortinas cerradas. Con solo escuchar los rugidos, que vienen del electrochoque esperando la llegada, de los que están ahí, solo se escuchan los rugidos detrás del pasillo y de pronto, se hace el silencio de dolor y cansancio que el electrochoque provocó por esos hombres en blanco que parecía un ángel, pero que al final solo traía dolor, a veces al despertar se abría el telón y ya no existía la emoción porque allí se hacía la lobotomía. Y ahora un alma miente y las emociones nunca existirán. Afortunadamente, algunos verán cerradas estas cárceles y tendrán derecho a volver a la sociedad, aunque haya luchas contra eso, no podrán reabrir las cárceles mentales, porque la salud mental no se vende, y la salud mental no se detiene.Research, Society and Development2023-01-04info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3972910.33448/rsd-v12i1.39729Research, Society and Development; Vol. 12 No. 1; e11512139729Research, Society and Development; Vol. 12 Núm. 1; e11512139729Research, Society and Development; v. 12 n. 1; e115121397292525-3409reponame:Research, Society and Developmentinstname:Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)instacron:UNIFEIporhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39729/32443Copyright (c) 2023 Vanêssa de Moura Cantaruti Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessOliveira , Vanêssa de Moura Cantaruti 2023-01-13T10:30:42Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/39729Revistahttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/indexPUBhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/oairsd.articles@gmail.com2525-34092525-3409opendoar:2023-01-13T10:30:42Research, Society and Development - Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil The historicity of madness and the anti-asylum struggle and deinstitutionalization in Brazil La historicidad de la locura y la lucha contra el asilo y la desinstitucionalización en Brasil |
title |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
spellingShingle |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil Oliveira , Vanêssa de Moura Cantaruti Craziness Cologne Barbacena Anti-asylum Law No. 10.216. Locura Colonia Barbacena Anti-asilo Ley N° 10.216. Loucura Colônia Barbacena Antimanicomial Lei nº 10.216. |
title_short |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
title_full |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
title_fullStr |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
title_full_unstemmed |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
title_sort |
A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil |
author |
Oliveira , Vanêssa de Moura Cantaruti |
author_facet |
Oliveira , Vanêssa de Moura Cantaruti |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira , Vanêssa de Moura Cantaruti |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Craziness Cologne Barbacena Anti-asylum Law No. 10.216. Locura Colonia Barbacena Anti-asilo Ley N° 10.216. Loucura Colônia Barbacena Antimanicomial Lei nº 10.216. |
topic |
Craziness Cologne Barbacena Anti-asylum Law No. 10.216. Locura Colonia Barbacena Anti-asilo Ley N° 10.216. Loucura Colônia Barbacena Antimanicomial Lei nº 10.216. |
description |
O Louco nem sempre é aquele que tem algum distúrbio mental, mas aquele que de alguma forma ousou quebrar as regras da sociedade de alguma forma, ou àquelas pessoas que de alguma maneira não são aceitas por não estar de acordo com os “padrões” pré-definidos, como aconteceu a Idade Média, onde as mulheres que ousavam se destacar eram queimadas como bruxas na fogueira pela Santa Inquisição. Este trabalho tem como objetivo apresentar um retrato histórico do surgimento dos manicômios e da luta antimanicomial, com foco no antigo Hospital Colônia, da cidade de Barbacena. No Brasil na década 1900, com a implantação do Hospital Colônia, em Barbacena, aconteceu que muitas pessoas foram tratadas como loucas por não se encaixarem nos “padrões” sociais que eram levados pelo chamado “Trem de Doidos” até Barbacena e deixados no Colônia, lá eram despidos de suas identidades, longe de suas famílias e casas, diante de uma realidade cruel e atroz, não lhe resta senão seguir em frente no seu papel de louco, no teatro da vida. Assim, vendo os anos escorrendo por suas mãos assistindo o companheiro de caminhada deitado em uma cama, atrás das cortinas fechadas. Só escutando os urros, que vem do eletrochoque esperando a expectativa da chegada, daqueles que lá estão, só se escutam os urros por trás da coxia e de repente, se faz o silêncio de dor e cansaço que o eletrochoque causou por aqueles homens de branco que pareciam anjo, mas que no fim só traziam dor, às vezes ao despertar acontecia da cortina se abrir e emoção não mais existir, pois a lobotomia foi feita ali. E agora uma alma jaz e emoções jamais existirá. Felizmente, alguns vão ver o fechamento destas prisões e terão o seu direito de retorno à sociedade, mesmo que haja lutas contra, não conseguirão reabrir as prisões mentais, pois saúde mental não se vende, saúde mental não se prende. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-01-04 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39729 10.33448/rsd-v12i1.39729 |
url |
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39729 |
identifier_str_mv |
10.33448/rsd-v12i1.39729 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39729/32443 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2023 Vanêssa de Moura Cantaruti Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2023 Vanêssa de Moura Cantaruti Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Research, Society and Development |
publisher.none.fl_str_mv |
Research, Society and Development |
dc.source.none.fl_str_mv |
Research, Society and Development; Vol. 12 No. 1; e11512139729 Research, Society and Development; Vol. 12 Núm. 1; e11512139729 Research, Society and Development; v. 12 n. 1; e11512139729 2525-3409 reponame:Research, Society and Development instname:Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) instacron:UNIFEI |
instname_str |
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) |
instacron_str |
UNIFEI |
institution |
UNIFEI |
reponame_str |
Research, Society and Development |
collection |
Research, Society and Development |
repository.name.fl_str_mv |
Research, Society and Development - Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) |
repository.mail.fl_str_mv |
rsd.articles@gmail.com |
_version_ |
1797052616214052864 |