Natureza e indígenas no poema A Confederação dos Tamoios: a História ficcional do Brasil romântico de Magalhães e Alencar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Cristina
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Lenz, Thiago
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Almanack (Guarulhos)
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1375
Resumo: História e literatura exprimem sentidos ao mundo social por meio de narrativas que subsidiam a investigação histórica, com pistas fragmentárias de suas redes de interlocução social e intertextual. Em consonância com esses pressupostos teórico-metodológicos este artigo tem como objetivo analisar a natureza e o indianismo preconizados pelo romantismo brasileiro, por meio do estudo da polêmica entre Domingos José Gonçalves de Magalhães e José de Alencar. A Confederação dos Tamoios (1856), poema épico escrito por Magalhães e narrado em forma de versos, descrevia o conflito empreendido pelos índios Tamoios no período de 1554 a 1567, contra os portugueses e sua prática de escravização indígena. O poema não teve uma aceitação totalmente elogiosa, com destaque para as críticas de José de Alencar que, sob o pseudônimo de Ig, alegou que o formato de epopeia não captava o heroísmo idealizado às personagens indígenas e às especificidades do Brasil, mediante o pouco destaque atribuído às características da natureza. O ponto de convergência na abordagem de ambos era a ênfase na figura do indígena, gestada a partir de uma aproximação com os relatos de cronistas, mas por intermédio de maneiras distintas de usufruto: Magalhães adotava a fidelidade ao “testemunho”, sem a idealização; enquanto Alencar seguiu o caminho inverso e poetizou os nativos. Tais embates literários confirmaram a formulação de uma literatura romântica, pautada no estudo de cronistas para a composição de textos ficcionais, demarcando a evidência da fluidez entre História e Literatura no universo letrado oitocentista.
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