Inclusão social: inclusão de pessoas com necessidades especiais no Sicredi

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Petry, Fabiana Denise
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIJUI
Texto Completo: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/3253
Resumo: O Brasil possui, atualmente, leis de apoio aos portadores de necessidades especiais, as quais lhes asseguram direitos de igualdade quanto ao atendimento escolar, bem como, Lei de Cotas que determina que empresas com mais de 100 funcionários deva ter de 2% a 5% de seu quadro funcional preenchido por PNEs. São consideradas pessoas com deficiência, qualquer indivíduo que tenha algum tipo de limitação comprovada, seja ela auditiva, visual, motora, mental, ou múltipla. Estipula-se que, no mundo todo tenha cerca de 6,5 bilhões de pessoas e, destas, 600 milhões são portadoras de alguma deficiência, sendo que este número está aumentando. Rocha (2006) afirma que isso se dá em função, não apenas de nascimentos, mas devido a conflitos e acidentes, os quais são responsáveis pelo aumento significativo de cerca de 3 milhões de deficientes, no mundo, por ano. No Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23,9% da população possuem alguma deficiência e, destes, apenas 23,6% executam alguma atividade empregatícia. O Sicredi União RS busca cumprir a determinação da Lei de Cotas (8.213/91), além de estimular e facilitar a inclusão de pessoas com deficiência, o fato é que se percebe que os PNEs têm pouco interesse em buscar trabalho no setor financeiro. O propósito central desse trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo para entender o porquê da baixa procura de PNEs por vagas de trabalho no setor financeiro e, principalmente, na Cooperativa de Crédito Sicredi União RS. A coleta de dados deu-se através de observação, questionário e entrevista. O questionário de múltipla escolha foi aplicado aos PNEs das instituições AFAPENE, ADEFISA e da escola APADA, a entrevista com roteiro semiestruturado foi aplicada com o RH do Sicredi, informalmente realizou-se ainda entrevista com as orientadoras da escola e instituições de apoio, além da professora universitária Keli Krause, a qual é portadora de deficiência auditiva. Vergara (2000), afirma que a entrevista é um procedimento no qual se faz perguntas a alguém que oralmente fornece as respostas. Já o questionário, segundo o mesmo autor, é uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. Os entrevistados e respondentes dos questionários foram abordados dentro de seu ambiente habitual e de forma presencial. Foram entrevistados 45 portadores de necessidades especiais da cidade de Santa Rosa, com idade acima de 18 anos, e que nunca trabalharam em empresa formal. Dentre os 45 respondentes, 60% são do sexo masculino, e 40% do sexo feminino, estudantes da escola APADA e instituições de apoio AFAPENE e ADEFISA. O público entrevistado é maior de 18 anos, estando estes, aptos a ingressar no mercado de trabalho. Quanto à busca de vagas de trabalho no mercado em geral, percebeu-se que 16% dos respondentes entregaram currículo ao menos uma vez, 11% tentaram duas vezes, 22% tentaram mais de duas vezes e 51% dos entrevistados nunca buscaram uma vaga de emprego, o que nos remete a certa falta de interesse e apoio por parte destes. Nesse mesmo contexto, sabe-se que, quanto a trabalhar no Sicredi, 44% dos entrevistados gostariam de uma oportunidade na empresa, porém muitos destes não conhecem a instituição e imaginam ser um banco, ao invés de ser uma cooperativa de crédito. Com base em sua vontade de trabalhar, questionaram-se os PNEs quanto à entrega de currículos no Sicredi, sendo que o resultado aponta que 87% nunca entregou currículo no Sicredi, 4 respondentes entregaram uma vez e 2 pessoas apenas duas vezes ou mais. Na pesquisa, percebeu-se que poucos, mais precisamente apenas 4 dos PNEs conhecem as exigências para trabalhar no Sicredi, embora 51% dos entrevistados afirmam que sentir-se-iam felizes em trabalhar na empresa. Como fatores de limitação, percebe-se que 27% dos entrevistados acreditam ter problemas de acessibilidade e locomoção, 18% medo de não serem aceitos pelos colegas, 18% acreditam na incapacidade de assumir uma função na instituição, 8 entrevistados, ou seja, 18% responderam “outros”, onde um nunca pensou em trabalhar, 1 não especificou o motivo, e 6 têm medo de perder o benefício de INSS, já que este é suspenso após efetivado contrato de vínculo empregatício. Além disso, 7% acreditam na inexistência de vagas e 7% têm receio quanto à adaptação na função. Os números apresentados até o momento levam a um resultado confuso, onde se percebe que os PNEs são desencorajados a buscar alguma vaga de emprego, já que a pesquisa mostra resultados quanto a limitações de acessibilidade, aceitação dos colegas, e incapacidade de assumir uma função como principais motivos limitadores do interesse em trabalhar no Sicredi. Entretanto, ao comparar que apenas 6 dos entrevistados já levaram currículo alguma vez na instituição, visualiza-se que os demais nem mesmo buscaram alguma vaga de emprego para terem certeza de suas limitações, tendo em vista que o Sicredi dispõe acessibilidade facilitada, bem como, colaboradores instruídos para inclusão de portadores de deficiência. Por tarefas mais atraentes, 17% sentem-se aptos a trabalhar na limpeza, 15% cópias e documentos, 15% trabalhar no computador, 13% separar correspondências, 12% arquivar e arrumar papéis, 12% atender telefone e pessoas, 9% manutenção, 5% atender no caixa e 2% outras atividades. Durante toda a pesquisa, buscou-se entender vários quesitos quanto ao mercado de trabalho interligado ao Sicredi. Na percepção dos respondentes 71% destes, afirmam que ter um emprego é muito importante, 18% não têm interesse em trabalhar e 9% consideram que ter um emprego é pouco importante. Com este embasamento, 29% dos entrevistados não se sentem prontos para trabalhar, e 44% buscarão uma oportunidade quando tiver vontade. Até o momento esses dados revelam que os PNEs são pouco apoiados e incentivados a buscar vagas de emprego, especialmente no setor financeiro. As orientadoras citam que os pais, familiares e pessoas mais próximas aos portadores de necessidades especiais falham quando os superprotegem e bloqueiam seus interesses em ser independentes, tendo em vista que estes indivíduos, atualmente, são assessorados por benefício de INSS. Como última questão, buscou-se saber qual salário os entrevistados acham ser interessante, nesse sentido, chegou-se a conclusão que 33% trabalhariam por um salário de até R$ 1.000,00, 27% um salário mínimo, 22% de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 e 18% mais de R$ 2.000,00. Subentende-se então que 60% dos entrevistados aceitariam emprego de até R$ 1.000,00, o que está abaixo da média do mercado financeiro. Através desta pesquisa, buscou-se entender o porquê da baixa procura por vagas de trabalho em instituições financeiras, mas especificamente no Sicredi. Com base nos resultados apresentados na pesquisa, percebe-se que os PNEs não recebem apoio e motivação suficientes para adentrar ao mercado de trabalho, além disso, são superprotegidos por seus pais e familiares, os quais restringem suas capacidades reais de desempenho. Também se percebeu através de observação, que o ensino repassado nas escolas de ensino especial é muito precário, o que limita o desenvolvimento dos frequentadores. É necessária uma mudança de cultura na sociedade em geral, a qual deve olhar PNEs como pessoas capazes, para assim, criarem-se ações de inclusão social a nível familiar, onde se ministrem encontros para influenciar e encorajar estes indivíduos a saírem de sua zona de conforto e perder o receio de adentrar ao mercado de trabalho formal.
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Rocha (2006) afirma que isso se dá em função, não apenas de nascimentos, mas devido a conflitos e acidentes, os quais são responsáveis pelo aumento significativo de cerca de 3 milhões de deficientes, no mundo, por ano. No Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23,9% da população possuem alguma deficiência e, destes, apenas 23,6% executam alguma atividade empregatícia. O Sicredi União RS busca cumprir a determinação da Lei de Cotas (8.213/91), além de estimular e facilitar a inclusão de pessoas com deficiência, o fato é que se percebe que os PNEs têm pouco interesse em buscar trabalho no setor financeiro. O propósito central desse trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo para entender o porquê da baixa procura de PNEs por vagas de trabalho no setor financeiro e, principalmente, na Cooperativa de Crédito Sicredi União RS. A coleta de dados deu-se através de observação, questionário e entrevista. 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Dentre os 45 respondentes, 60% são do sexo masculino, e 40% do sexo feminino, estudantes da escola APADA e instituições de apoio AFAPENE e ADEFISA. O público entrevistado é maior de 18 anos, estando estes, aptos a ingressar no mercado de trabalho. Quanto à busca de vagas de trabalho no mercado em geral, percebeu-se que 16% dos respondentes entregaram currículo ao menos uma vez, 11% tentaram duas vezes, 22% tentaram mais de duas vezes e 51% dos entrevistados nunca buscaram uma vaga de emprego, o que nos remete a certa falta de interesse e apoio por parte destes. Nesse mesmo contexto, sabe-se que, quanto a trabalhar no Sicredi, 44% dos entrevistados gostariam de uma oportunidade na empresa, porém muitos destes não conhecem a instituição e imaginam ser um banco, ao invés de ser uma cooperativa de crédito. Com base em sua vontade de trabalhar, questionaram-se os PNEs quanto à entrega de currículos no Sicredi, sendo que o resultado aponta que 87% nunca entregou currículo no Sicredi, 4 respondentes entregaram uma vez e 2 pessoas apenas duas vezes ou mais. Na pesquisa, percebeu-se que poucos, mais precisamente apenas 4 dos PNEs conhecem as exigências para trabalhar no Sicredi, embora 51% dos entrevistados afirmam que sentir-se-iam felizes em trabalhar na empresa. Como fatores de limitação, percebe-se que 27% dos entrevistados acreditam ter problemas de acessibilidade e locomoção, 18% medo de não serem aceitos pelos colegas, 18% acreditam na incapacidade de assumir uma função na instituição, 8 entrevistados, ou seja, 18% responderam “outros”, onde um nunca pensou em trabalhar, 1 não especificou o motivo, e 6 têm medo de perder o benefício de INSS, já que este é suspenso após efetivado contrato de vínculo empregatício. Além disso, 7% acreditam na inexistência de vagas e 7% têm receio quanto à adaptação na função. Os números apresentados até o momento levam a um resultado confuso, onde se percebe que os PNEs são desencorajados a buscar alguma vaga de emprego, já que a pesquisa mostra resultados quanto a limitações de acessibilidade, aceitação dos colegas, e incapacidade de assumir uma função como principais motivos limitadores do interesse em trabalhar no Sicredi. Entretanto, ao comparar que apenas 6 dos entrevistados já levaram currículo alguma vez na instituição, visualiza-se que os demais nem mesmo buscaram alguma vaga de emprego para terem certeza de suas limitações, tendo em vista que o Sicredi dispõe acessibilidade facilitada, bem como, colaboradores instruídos para inclusão de portadores de deficiência. Por tarefas mais atraentes, 17% sentem-se aptos a trabalhar na limpeza, 15% cópias e documentos, 15% trabalhar no computador, 13% separar correspondências, 12% arquivar e arrumar papéis, 12% atender telefone e pessoas, 9% manutenção, 5% atender no caixa e 2% outras atividades. Durante toda a pesquisa, buscou-se entender vários quesitos quanto ao mercado de trabalho interligado ao Sicredi. Na percepção dos respondentes 71% destes, afirmam que ter um emprego é muito importante, 18% não têm interesse em trabalhar e 9% consideram que ter um emprego é pouco importante. Com este embasamento, 29% dos entrevistados não se sentem prontos para trabalhar, e 44% buscarão uma oportunidade quando tiver vontade. Até o momento esses dados revelam que os PNEs são pouco apoiados e incentivados a buscar vagas de emprego, especialmente no setor financeiro. As orientadoras citam que os pais, familiares e pessoas mais próximas aos portadores de necessidades especiais falham quando os superprotegem e bloqueiam seus interesses em ser independentes, tendo em vista que estes indivíduos, atualmente, são assessorados por benefício de INSS. Como última questão, buscou-se saber qual salário os entrevistados acham ser interessante, nesse sentido, chegou-se a conclusão que 33% trabalhariam por um salário de até R$ 1.000,00, 27% um salário mínimo, 22% de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 e 18% mais de R$ 2.000,00. Subentende-se então que 60% dos entrevistados aceitariam emprego de até R$ 1.000,00, o que está abaixo da média do mercado financeiro. Através desta pesquisa, buscou-se entender o porquê da baixa procura por vagas de trabalho em instituições financeiras, mas especificamente no Sicredi. Com base nos resultados apresentados na pesquisa, percebe-se que os PNEs não recebem apoio e motivação suficientes para adentrar ao mercado de trabalho, além disso, são superprotegidos por seus pais e familiares, os quais restringem suas capacidades reais de desempenho. Também se percebeu através de observação, que o ensino repassado nas escolas de ensino especial é muito precário, o que limita o desenvolvimento dos frequentadores. 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No Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23,9% da população possuem alguma deficiência e, destes, apenas 23,6% executam alguma atividade empregatícia. O Sicredi União RS busca cumprir a determinação da Lei de Cotas (8.213/91), além de estimular e facilitar a inclusão de pessoas com deficiência, o fato é que se percebe que os PNEs têm pouco interesse em buscar trabalho no setor financeiro. O propósito central desse trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo para entender o porquê da baixa procura de PNEs por vagas de trabalho no setor financeiro e, principalmente, na Cooperativa de Crédito Sicredi União RS. A coleta de dados deu-se através de observação, questionário e entrevista. O questionário de múltipla escolha foi aplicado aos PNEs das instituições AFAPENE, ADEFISA e da escola APADA, a entrevista com roteiro semiestruturado foi aplicada com o RH do Sicredi, informalmente realizou-se ainda entrevista com as orientadoras da escola e instituições de apoio, além da professora universitária Keli Krause, a qual é portadora de deficiência auditiva. Vergara (2000), afirma que a entrevista é um procedimento no qual se faz perguntas a alguém que oralmente fornece as respostas. Já o questionário, segundo o mesmo autor, é uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. Os entrevistados e respondentes dos questionários foram abordados dentro de seu ambiente habitual e de forma presencial. Foram entrevistados 45 portadores de necessidades especiais da cidade de Santa Rosa, com idade acima de 18 anos, e que nunca trabalharam em empresa formal. Dentre os 45 respondentes, 60% são do sexo masculino, e 40% do sexo feminino, estudantes da escola APADA e instituições de apoio AFAPENE e ADEFISA. O público entrevistado é maior de 18 anos, estando estes, aptos a ingressar no mercado de trabalho. Quanto à busca de vagas de trabalho no mercado em geral, percebeu-se que 16% dos respondentes entregaram currículo ao menos uma vez, 11% tentaram duas vezes, 22% tentaram mais de duas vezes e 51% dos entrevistados nunca buscaram uma vaga de emprego, o que nos remete a certa falta de interesse e apoio por parte destes. Nesse mesmo contexto, sabe-se que, quanto a trabalhar no Sicredi, 44% dos entrevistados gostariam de uma oportunidade na empresa, porém muitos destes não conhecem a instituição e imaginam ser um banco, ao invés de ser uma cooperativa de crédito. Com base em sua vontade de trabalhar, questionaram-se os PNEs quanto à entrega de currículos no Sicredi, sendo que o resultado aponta que 87% nunca entregou currículo no Sicredi, 4 respondentes entregaram uma vez e 2 pessoas apenas duas vezes ou mais. Na pesquisa, percebeu-se que poucos, mais precisamente apenas 4 dos PNEs conhecem as exigências para trabalhar no Sicredi, embora 51% dos entrevistados afirmam que sentir-se-iam felizes em trabalhar na empresa. Como fatores de limitação, percebe-se que 27% dos entrevistados acreditam ter problemas de acessibilidade e locomoção, 18% medo de não serem aceitos pelos colegas, 18% acreditam na incapacidade de assumir uma função na instituição, 8 entrevistados, ou seja, 18% responderam “outros”, onde um nunca pensou em trabalhar, 1 não especificou o motivo, e 6 têm medo de perder o benefício de INSS, já que este é suspenso após efetivado contrato de vínculo empregatício. Além disso, 7% acreditam na inexistência de vagas e 7% têm receio quanto à adaptação na função. Os números apresentados até o momento levam a um resultado confuso, onde se percebe que os PNEs são desencorajados a buscar alguma vaga de emprego, já que a pesquisa mostra resultados quanto a limitações de acessibilidade, aceitação dos colegas, e incapacidade de assumir uma função como principais motivos limitadores do interesse em trabalhar no Sicredi. Entretanto, ao comparar que apenas 6 dos entrevistados já levaram currículo alguma vez na instituição, visualiza-se que os demais nem mesmo buscaram alguma vaga de emprego para terem certeza de suas limitações, tendo em vista que o Sicredi dispõe acessibilidade facilitada, bem como, colaboradores instruídos para inclusão de portadores de deficiência. Por tarefas mais atraentes, 17% sentem-se aptos a trabalhar na limpeza, 15% cópias e documentos, 15% trabalhar no computador, 13% separar correspondências, 12% arquivar e arrumar papéis, 12% atender telefone e pessoas, 9% manutenção, 5% atender no caixa e 2% outras atividades. Durante toda a pesquisa, buscou-se entender vários quesitos quanto ao mercado de trabalho interligado ao Sicredi. Na percepção dos respondentes 71% destes, afirmam que ter um emprego é muito importante, 18% não têm interesse em trabalhar e 9% consideram que ter um emprego é pouco importante. Com este embasamento, 29% dos entrevistados não se sentem prontos para trabalhar, e 44% buscarão uma oportunidade quando tiver vontade. Até o momento esses dados revelam que os PNEs são pouco apoiados e incentivados a buscar vagas de emprego, especialmente no setor financeiro. As orientadoras citam que os pais, familiares e pessoas mais próximas aos portadores de necessidades especiais falham quando os superprotegem e bloqueiam seus interesses em ser independentes, tendo em vista que estes indivíduos, atualmente, são assessorados por benefício de INSS. Como última questão, buscou-se saber qual salário os entrevistados acham ser interessante, nesse sentido, chegou-se a conclusão que 33% trabalhariam por um salário de até R$ 1.000,00, 27% um salário mínimo, 22% de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 e 18% mais de R$ 2.000,00. Subentende-se então que 60% dos entrevistados aceitariam emprego de até R$ 1.000,00, o que está abaixo da média do mercado financeiro. Através desta pesquisa, buscou-se entender o porquê da baixa procura por vagas de trabalho em instituições financeiras, mas especificamente no Sicredi. Com base nos resultados apresentados na pesquisa, percebe-se que os PNEs não recebem apoio e motivação suficientes para adentrar ao mercado de trabalho, além disso, são superprotegidos por seus pais e familiares, os quais restringem suas capacidades reais de desempenho. Também se percebeu através de observação, que o ensino repassado nas escolas de ensino especial é muito precário, o que limita o desenvolvimento dos frequentadores. É necessária uma mudança de cultura na sociedade em geral, a qual deve olhar PNEs como pessoas capazes, para assim, criarem-se ações de inclusão social a nível familiar, onde se ministrem encontros para influenciar e encorajar estes indivíduos a saírem de sua zona de conforto e perder o receio de adentrar ao mercado de trabalho formal.
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No Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23,9% da população possuem alguma deficiência e, destes, apenas 23,6% executam alguma atividade empregatícia. O Sicredi União RS busca cumprir a determinação da Lei de Cotas (8.213/91), além de estimular e facilitar a inclusão de pessoas com deficiência, o fato é que se percebe que os PNEs têm pouco interesse em buscar trabalho no setor financeiro. O propósito central desse trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo para entender o porquê da baixa procura de PNEs por vagas de trabalho no setor financeiro e, principalmente, na Cooperativa de Crédito Sicredi União RS. A coleta de dados deu-se através de observação, questionário e entrevista. O questionário de múltipla escolha foi aplicado aos PNEs das instituições AFAPENE, ADEFISA e da escola APADA, a entrevista com roteiro semiestruturado foi aplicada com o RH do Sicredi, informalmente realizou-se ainda entrevista com as orientadoras da escola e instituições de apoio, além da professora universitária Keli Krause, a qual é portadora de deficiência auditiva. Vergara (2000), afirma que a entrevista é um procedimento no qual se faz perguntas a alguém que oralmente fornece as respostas. Já o questionário, segundo o mesmo autor, é uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. Os entrevistados e respondentes dos questionários foram abordados dentro de seu ambiente habitual e de forma presencial. Foram entrevistados 45 portadores de necessidades especiais da cidade de Santa Rosa, com idade acima de 18 anos, e que nunca trabalharam em empresa formal. 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Com base em sua vontade de trabalhar, questionaram-se os PNEs quanto à entrega de currículos no Sicredi, sendo que o resultado aponta que 87% nunca entregou currículo no Sicredi, 4 respondentes entregaram uma vez e 2 pessoas apenas duas vezes ou mais. Na pesquisa, percebeu-se que poucos, mais precisamente apenas 4 dos PNEs conhecem as exigências para trabalhar no Sicredi, embora 51% dos entrevistados afirmam que sentir-se-iam felizes em trabalhar na empresa. Como fatores de limitação, percebe-se que 27% dos entrevistados acreditam ter problemas de acessibilidade e locomoção, 18% medo de não serem aceitos pelos colegas, 18% acreditam na incapacidade de assumir uma função na instituição, 8 entrevistados, ou seja, 18% responderam “outros”, onde um nunca pensou em trabalhar, 1 não especificou o motivo, e 6 têm medo de perder o benefício de INSS, já que este é suspenso após efetivado contrato de vínculo empregatício. Além disso, 7% acreditam na inexistência de vagas e 7% têm receio quanto à adaptação na função. Os números apresentados até o momento levam a um resultado confuso, onde se percebe que os PNEs são desencorajados a buscar alguma vaga de emprego, já que a pesquisa mostra resultados quanto a limitações de acessibilidade, aceitação dos colegas, e incapacidade de assumir uma função como principais motivos limitadores do interesse em trabalhar no Sicredi. Entretanto, ao comparar que apenas 6 dos entrevistados já levaram currículo alguma vez na instituição, visualiza-se que os demais nem mesmo buscaram alguma vaga de emprego para terem certeza de suas limitações, tendo em vista que o Sicredi dispõe acessibilidade facilitada, bem como, colaboradores instruídos para inclusão de portadores de deficiência. Por tarefas mais atraentes, 17% sentem-se aptos a trabalhar na limpeza, 15% cópias e documentos, 15% trabalhar no computador, 13% separar correspondências, 12% arquivar e arrumar papéis, 12% atender telefone e pessoas, 9% manutenção, 5% atender no caixa e 2% outras atividades. Durante toda a pesquisa, buscou-se entender vários quesitos quanto ao mercado de trabalho interligado ao Sicredi. Na percepção dos respondentes 71% destes, afirmam que ter um emprego é muito importante, 18% não têm interesse em trabalhar e 9% consideram que ter um emprego é pouco importante. Com este embasamento, 29% dos entrevistados não se sentem prontos para trabalhar, e 44% buscarão uma oportunidade quando tiver vontade. Até o momento esses dados revelam que os PNEs são pouco apoiados e incentivados a buscar vagas de emprego, especialmente no setor financeiro. As orientadoras citam que os pais, familiares e pessoas mais próximas aos portadores de necessidades especiais falham quando os superprotegem e bloqueiam seus interesses em ser independentes, tendo em vista que estes indivíduos, atualmente, são assessorados por benefício de INSS. Como última questão, buscou-se saber qual salário os entrevistados acham ser interessante, nesse sentido, chegou-se a conclusão que 33% trabalhariam por um salário de até R$ 1.000,00, 27% um salário mínimo, 22% de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 e 18% mais de R$ 2.000,00. Subentende-se então que 60% dos entrevistados aceitariam emprego de até R$ 1.000,00, o que está abaixo da média do mercado financeiro. Através desta pesquisa, buscou-se entender o porquê da baixa procura por vagas de trabalho em instituições financeiras, mas especificamente no Sicredi. Com base nos resultados apresentados na pesquisa, percebe-se que os PNEs não recebem apoio e motivação suficientes para adentrar ao mercado de trabalho, além disso, são superprotegidos por seus pais e familiares, os quais restringem suas capacidades reais de desempenho. Também se percebeu através de observação, que o ensino repassado nas escolas de ensino especial é muito precário, o que limita o desenvolvimento dos frequentadores. É necessária uma mudança de cultura na sociedade em geral, a qual deve olhar PNEs como pessoas capazes, para assim, criarem-se ações de inclusão social a nível familiar, onde se ministrem encontros para influenciar e encorajar estes indivíduos a saírem de sua zona de conforto e perder o receio de adentrar ao mercado de trabalho formal.
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