As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIJUI |
Texto Completo: | http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6069 |
Resumo: | Esta tese tem como objetivo analisar o capítulo 1 do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2013-2015) – “Igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica” – e o Programa Mulheres Mil. E ainda, de modo particular, compreender a produção de significações em um grupo de mulheres beneficiárias desse Programa. Para tanto, recorri à análise documental, às análises descritiva, conceitual e normativa de Peter et al. (2007), a entrevistas narrativas e à análise do conteúdo. Os resultados permitiram concluir que o III PNPM e o Programa Mulheres Mil emergem no contexto contemporâneo econômico neoliberal, que tem no indivíduo – nas mulheres – a sua força de trabalho, o seu capital. A educação profissional atravessa essas políticas como forma de aprimorar o capital humano e incluir produtivamente as mulheres em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho público, assalariado e/ou empreendedor, o que denomino de economização do social. O trabalho e a consequente geração de renda são fundamentais nesse contexto neoliberal para um suposto desenvolvimento da igualdade e da autonomia econômica para as mulheres, valores esses que justificam a existências dessas políticas públicas, para a modificação das relações de gênero existentes no país. Contudo, as significações produzidas nas mulheres beneficiárias mostraram resultados diferentes dos propostos nas análises dos documentos. A educação profissional, nesse caso, atende aos interesses do capital, utilizando a capacitação das mulheres para o desenvolvimento econômico do país. Além disso, são políticas compensatórias de desiguais condições históricas e sociais enfrentadas por elas, que não contemplam o direito à diferença de gênero e que contribuem para uma igualdade e autonomia econômica imaginárias, e não reais. Trata-se de uma educação pobre, que capacita mulheres pobres para a realização de atividades operacionais, que não exigem o desenvolvimento intelectivo, desvalorizadas socialmente e com baixa remuneração. Dessa forma, as mulheres pobres têm acesso, ainda que mínimo, à renda, ao consumo imediato, mas não modificam suas precárias condições de vida em longo prazo. Assim, são necessárias mudanças educacionais que aliem a educação básica de qualidade com a educação profissional, na direção de formar cidadãs conscientes econômica, social, cultural e politicamente, que preparem as mulheres não somente para o ingresso no mundo do trabalho público e para a geração de renda, mas que eduquem para a vida. |
id |
UNIJ_3233b3d886b3fcee8068c37caf29aab7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/6069 |
network_acronym_str |
UNIJ |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNIJUI |
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisAs significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres2019-07-2420172019-07-24T18:46:49Z2019-07-24T18:46:49ZEsta tese tem como objetivo analisar o capítulo 1 do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2013-2015) – “Igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica” – e o Programa Mulheres Mil. E ainda, de modo particular, compreender a produção de significações em um grupo de mulheres beneficiárias desse Programa. Para tanto, recorri à análise documental, às análises descritiva, conceitual e normativa de Peter et al. (2007), a entrevistas narrativas e à análise do conteúdo. Os resultados permitiram concluir que o III PNPM e o Programa Mulheres Mil emergem no contexto contemporâneo econômico neoliberal, que tem no indivíduo – nas mulheres – a sua força de trabalho, o seu capital. A educação profissional atravessa essas políticas como forma de aprimorar o capital humano e incluir produtivamente as mulheres em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho público, assalariado e/ou empreendedor, o que denomino de economização do social. O trabalho e a consequente geração de renda são fundamentais nesse contexto neoliberal para um suposto desenvolvimento da igualdade e da autonomia econômica para as mulheres, valores esses que justificam a existências dessas políticas públicas, para a modificação das relações de gênero existentes no país. Contudo, as significações produzidas nas mulheres beneficiárias mostraram resultados diferentes dos propostos nas análises dos documentos. A educação profissional, nesse caso, atende aos interesses do capital, utilizando a capacitação das mulheres para o desenvolvimento econômico do país. Além disso, são políticas compensatórias de desiguais condições históricas e sociais enfrentadas por elas, que não contemplam o direito à diferença de gênero e que contribuem para uma igualdade e autonomia econômica imaginárias, e não reais. Trata-se de uma educação pobre, que capacita mulheres pobres para a realização de atividades operacionais, que não exigem o desenvolvimento intelectivo, desvalorizadas socialmente e com baixa remuneração. Dessa forma, as mulheres pobres têm acesso, ainda que mínimo, à renda, ao consumo imediato, mas não modificam suas precárias condições de vida em longo prazo. Assim, são necessárias mudanças educacionais que aliem a educação básica de qualidade com a educação profissional, na direção de formar cidadãs conscientes econômica, social, cultural e politicamente, que preparem as mulheres não somente para o ingresso no mundo do trabalho público e para a geração de renda, mas que eduquem para a vida.96 f.Ciências humanas.Educação.Educação profissional.Mulheres pobres.Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.Programa Mulheres Mil.Trabalho. Ihttp://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6069DMD_hdl_123456789/6069Trindade, Fernanda de Magalhãesporreponame:Repositório Institucional da UNIJUIinstname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sulinstacron:UNIJUIinfo:eu-repo/semantics/openAccessFernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdf.txthttp://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/123456789/6069/3/Fernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdf.txttext/plain181750http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/123456789/6069/3/Fernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdf.txt193d8a744f90a4a1c0a3fabe6306aa39MD5123456789_6069_3Fernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdfhttp://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/123456789/6069/1/Fernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdfapplication/pdf453663http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/123456789/6069/1/Fernanda%20de%20Magalh%c3%a3es%20Trindade.pdfae0a95ad082ed535b33866bdeb22d0c3MD5123456789_6069_12019-07-27T06:39:19Zmail@mail.com - |
dc.title.none.fl_str_mv |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
title |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
spellingShingle |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres Trindade, Fernanda de Magalhães Ciências humanas. Educação. Educação profissional. Mulheres pobres. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Programa Mulheres Mil. Trabalho. I |
title_short |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
title_full |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
title_fullStr |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
title_full_unstemmed |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
title_sort |
As significações do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Programa Mulheres Mil: educação profissional para mulheres pobres |
author |
Trindade, Fernanda de Magalhães |
author_facet |
Trindade, Fernanda de Magalhães |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Trindade, Fernanda de Magalhães |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ciências humanas. Educação. Educação profissional. Mulheres pobres. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Programa Mulheres Mil. Trabalho. I |
topic |
Ciências humanas. Educação. Educação profissional. Mulheres pobres. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Programa Mulheres Mil. Trabalho. I |
dc.description.abstract.none.fl_txt_mv |
Esta tese tem como objetivo analisar o capítulo 1 do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2013-2015) – “Igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica” – e o Programa Mulheres Mil. E ainda, de modo particular, compreender a produção de significações em um grupo de mulheres beneficiárias desse Programa. Para tanto, recorri à análise documental, às análises descritiva, conceitual e normativa de Peter et al. (2007), a entrevistas narrativas e à análise do conteúdo. Os resultados permitiram concluir que o III PNPM e o Programa Mulheres Mil emergem no contexto contemporâneo econômico neoliberal, que tem no indivíduo – nas mulheres – a sua força de trabalho, o seu capital. A educação profissional atravessa essas políticas como forma de aprimorar o capital humano e incluir produtivamente as mulheres em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho público, assalariado e/ou empreendedor, o que denomino de economização do social. O trabalho e a consequente geração de renda são fundamentais nesse contexto neoliberal para um suposto desenvolvimento da igualdade e da autonomia econômica para as mulheres, valores esses que justificam a existências dessas políticas públicas, para a modificação das relações de gênero existentes no país. Contudo, as significações produzidas nas mulheres beneficiárias mostraram resultados diferentes dos propostos nas análises dos documentos. A educação profissional, nesse caso, atende aos interesses do capital, utilizando a capacitação das mulheres para o desenvolvimento econômico do país. Além disso, são políticas compensatórias de desiguais condições históricas e sociais enfrentadas por elas, que não contemplam o direito à diferença de gênero e que contribuem para uma igualdade e autonomia econômica imaginárias, e não reais. Trata-se de uma educação pobre, que capacita mulheres pobres para a realização de atividades operacionais, que não exigem o desenvolvimento intelectivo, desvalorizadas socialmente e com baixa remuneração. Dessa forma, as mulheres pobres têm acesso, ainda que mínimo, à renda, ao consumo imediato, mas não modificam suas precárias condições de vida em longo prazo. Assim, são necessárias mudanças educacionais que aliem a educação básica de qualidade com a educação profissional, na direção de formar cidadãs conscientes econômica, social, cultural e politicamente, que preparem as mulheres não somente para o ingresso no mundo do trabalho público e para a geração de renda, mas que eduquem para a vida. 96 f. |
description |
Esta tese tem como objetivo analisar o capítulo 1 do III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2013-2015) – “Igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica” – e o Programa Mulheres Mil. E ainda, de modo particular, compreender a produção de significações em um grupo de mulheres beneficiárias desse Programa. Para tanto, recorri à análise documental, às análises descritiva, conceitual e normativa de Peter et al. (2007), a entrevistas narrativas e à análise do conteúdo. Os resultados permitiram concluir que o III PNPM e o Programa Mulheres Mil emergem no contexto contemporâneo econômico neoliberal, que tem no indivíduo – nas mulheres – a sua força de trabalho, o seu capital. A educação profissional atravessa essas políticas como forma de aprimorar o capital humano e incluir produtivamente as mulheres em situação de vulnerabilidade social no mundo do trabalho público, assalariado e/ou empreendedor, o que denomino de economização do social. O trabalho e a consequente geração de renda são fundamentais nesse contexto neoliberal para um suposto desenvolvimento da igualdade e da autonomia econômica para as mulheres, valores esses que justificam a existências dessas políticas públicas, para a modificação das relações de gênero existentes no país. Contudo, as significações produzidas nas mulheres beneficiárias mostraram resultados diferentes dos propostos nas análises dos documentos. A educação profissional, nesse caso, atende aos interesses do capital, utilizando a capacitação das mulheres para o desenvolvimento econômico do país. Além disso, são políticas compensatórias de desiguais condições históricas e sociais enfrentadas por elas, que não contemplam o direito à diferença de gênero e que contribuem para uma igualdade e autonomia econômica imaginárias, e não reais. Trata-se de uma educação pobre, que capacita mulheres pobres para a realização de atividades operacionais, que não exigem o desenvolvimento intelectivo, desvalorizadas socialmente e com baixa remuneração. Dessa forma, as mulheres pobres têm acesso, ainda que mínimo, à renda, ao consumo imediato, mas não modificam suas precárias condições de vida em longo prazo. Assim, são necessárias mudanças educacionais que aliem a educação básica de qualidade com a educação profissional, na direção de formar cidadãs conscientes econômica, social, cultural e politicamente, que preparem as mulheres não somente para o ingresso no mundo do trabalho público e para a geração de renda, mas que eduquem para a vida. |
publishDate |
2017 |
dc.date.available.fl_str_mv |
2017 2019-07-24T18:46:49Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-07-24 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-07-24T18:46:49Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
format |
doctoralThesis |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6069 DMD_hdl_123456789/6069 |
url |
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6069 |
identifier_str_mv |
DMD_hdl_123456789/6069 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.bitstream.fl_str_mv |
text/plain application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNIJUI instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul instacron:UNIJUI |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNIJUI |
collection |
Repositório Institucional da UNIJUI |
instname_str |
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul |
instacron_str |
UNIJUI |
institution |
UNIJUI |
repository.name.fl_str_mv |
-
|
repository.mail.fl_str_mv |
mail@mail.com |
_version_ |
1640274697413197824 |