Educação física e estética: um olhar sensível para o se-movimentar humano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIJUI |
Texto Completo: | http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/1827 |
Resumo: | O desafio de olhar para o fenômeno ‘movimento humano’ é a centralidade desta pesquisa. Percebe-se que não basta apenas olhar, é preciso compreender o sentido que se dá ao movimento e reconhecê-lo como o movimentar do sujeito, que possui como traço distintivo e inalienável a dimensão estética e expressiva. Esta dissertação discute as possibilidades do corpo na perspectiva do diálogo entre o corpo e o mundo, visualizando uma possível reconstrução da ação pedagógica da Educação Física atenta à dimensão estética do movimento, tomando-o como manifestação da cultura corporal de movimento e expressão do fenômeno relacional ‘ser humano-mundo’, tal como o compreende Merleau-Ponty. Nesse esforço de reflexão acerca da Educação Física e de sua prática no contexto escolar, o estudo vale-se das contribuições de autores como Santin, Bracht, Kunz, Betti, González e Fensterseifer, os quais buscam elucidar a identidade dessa disciplina escolar, acreditando nas suas possibilidades de enriquecimento na educação escolar. A pesquisa de campo aconteceu na Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, do município de Vista Gaúcha/RS, com 20 alunos do 1º ano do Ensino Médio, protagonistas das memórias e práticas aqui apresentadas. Na escola tomaram-se as aulas de Educação Física como espaço-tempo, em que a aprendizagem se faz pela mediação dos sentidos e o meio ao qual ele está inserido. Considerou-se que trabalhar com o ensino do movimento humano sem pensar na dimensão estética é limitá-lo à cópia, imitação e repressão dos sentimentos de ser e estar no mundo. A pesquisa culmina na prática docente sustentada em uma metodologia atenta à dimensão estética, buscando despertar no aluno algo que lhe é próprio, mas que não tem encontrado espaço adequado no âmbito da EF escolar, seja pela priorização de outras dimensões do humano, seja pelo simples fato de não ser reconhecida como uma dimensão que possa ser tematizada. É preciso entender que quando se trabalha com o ensino se está atuando com sujeitos que terão que fazer, das questões ensinadas, aprendizagens suas, dando uma dimensão própria para os temas abordados. Dessa forma, sob o olhar da dimensão estética em meio às experiências vivenciadas, pode-se afirmar que o movimento do sujeito, na ótica da teoria do se-movimentar, não se torna um objeto técnico, mas uma pré-condição para as diferentes experiências humanas. Quanto à aula de Educação Física, não se preconiza que esta deixe de trabalhar a técnica e o rendimento, mas que ambos não ocupem a centralidade das aulas, permitindo ao aluno enriquecer suas experiências de movimento. Considera-se necessário, então, transcender a centralidade dos rendimentos motores do corpo, preservando o sentido humano do se-movimentar e, assim, efetivar o espaço do fazer pedagógico de modo coerente com a especificidade da educação escolar para a formação humana. |
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O desafio de olhar para o fenômeno ‘movimento humano’ é a centralidade desta pesquisa. Percebe-se que não basta apenas olhar, é preciso compreender o sentido que se dá ao movimento e reconhecê-lo como o movimentar do sujeito, que possui como traço distintivo e inalienável a dimensão estética e expressiva. Esta dissertação discute as possibilidades do corpo na perspectiva do diálogo entre o corpo e o mundo, visualizando uma possível reconstrução da ação pedagógica da Educação Física atenta à dimensão estética do movimento, tomando-o como manifestação da cultura corporal de movimento e expressão do fenômeno relacional ‘ser humano-mundo’, tal como o compreende Merleau-Ponty. Nesse esforço de reflexão acerca da Educação Física e de sua prática no contexto escolar, o estudo vale-se das contribuições de autores como Santin, Bracht, Kunz, Betti, González e Fensterseifer, os quais buscam elucidar a identidade dessa disciplina escolar, acreditando nas suas possibilidades de enriquecimento na educação escolar. A pesquisa de campo aconteceu na Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, do município de Vista Gaúcha/RS, com 20 alunos do 1º ano do Ensino Médio, protagonistas das memórias e práticas aqui apresentadas. Na escola tomaram-se as aulas de Educação Física como espaço-tempo, em que a aprendizagem se faz pela mediação dos sentidos e o meio ao qual ele está inserido. Considerou-se que trabalhar com o ensino do movimento humano sem pensar na dimensão estética é limitá-lo à cópia, imitação e repressão dos sentimentos de ser e estar no mundo. A pesquisa culmina na prática docente sustentada em uma metodologia atenta à dimensão estética, buscando despertar no aluno algo que lhe é próprio, mas que não tem encontrado espaço adequado no âmbito da EF escolar, seja pela priorização de outras dimensões do humano, seja pelo simples fato de não ser reconhecida como uma dimensão que possa ser tematizada. É preciso entender que quando se trabalha com o ensino se está atuando com sujeitos que terão que fazer, das questões ensinadas, aprendizagens suas, dando uma dimensão própria para os temas abordados. Dessa forma, sob o olhar da dimensão estética em meio às experiências vivenciadas, pode-se afirmar que o movimento do sujeito, na ótica da teoria do se-movimentar, não se torna um objeto técnico, mas uma pré-condição para as diferentes experiências humanas. Quanto à aula de Educação Física, não se preconiza que esta deixe de trabalhar a técnica e o rendimento, mas que ambos não ocupem a centralidade das aulas, permitindo ao aluno enriquecer suas experiências de movimento. Considera-se necessário, então, transcender a centralidade dos rendimentos motores do corpo, preservando o sentido humano do se-movimentar e, assim, efetivar o espaço do fazer pedagógico de modo coerente com a especificidade da educação escolar para a formação humana. 104 f. |
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O desafio de olhar para o fenômeno ‘movimento humano’ é a centralidade desta pesquisa. Percebe-se que não basta apenas olhar, é preciso compreender o sentido que se dá ao movimento e reconhecê-lo como o movimentar do sujeito, que possui como traço distintivo e inalienável a dimensão estética e expressiva. Esta dissertação discute as possibilidades do corpo na perspectiva do diálogo entre o corpo e o mundo, visualizando uma possível reconstrução da ação pedagógica da Educação Física atenta à dimensão estética do movimento, tomando-o como manifestação da cultura corporal de movimento e expressão do fenômeno relacional ‘ser humano-mundo’, tal como o compreende Merleau-Ponty. Nesse esforço de reflexão acerca da Educação Física e de sua prática no contexto escolar, o estudo vale-se das contribuições de autores como Santin, Bracht, Kunz, Betti, González e Fensterseifer, os quais buscam elucidar a identidade dessa disciplina escolar, acreditando nas suas possibilidades de enriquecimento na educação escolar. A pesquisa de campo aconteceu na Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, do município de Vista Gaúcha/RS, com 20 alunos do 1º ano do Ensino Médio, protagonistas das memórias e práticas aqui apresentadas. Na escola tomaram-se as aulas de Educação Física como espaço-tempo, em que a aprendizagem se faz pela mediação dos sentidos e o meio ao qual ele está inserido. Considerou-se que trabalhar com o ensino do movimento humano sem pensar na dimensão estética é limitá-lo à cópia, imitação e repressão dos sentimentos de ser e estar no mundo. A pesquisa culmina na prática docente sustentada em uma metodologia atenta à dimensão estética, buscando despertar no aluno algo que lhe é próprio, mas que não tem encontrado espaço adequado no âmbito da EF escolar, seja pela priorização de outras dimensões do humano, seja pelo simples fato de não ser reconhecida como uma dimensão que possa ser tematizada. É preciso entender que quando se trabalha com o ensino se está atuando com sujeitos que terão que fazer, das questões ensinadas, aprendizagens suas, dando uma dimensão própria para os temas abordados. Dessa forma, sob o olhar da dimensão estética em meio às experiências vivenciadas, pode-se afirmar que o movimento do sujeito, na ótica da teoria do se-movimentar, não se torna um objeto técnico, mas uma pré-condição para as diferentes experiências humanas. Quanto à aula de Educação Física, não se preconiza que esta deixe de trabalhar a técnica e o rendimento, mas que ambos não ocupem a centralidade das aulas, permitindo ao aluno enriquecer suas experiências de movimento. Considera-se necessário, então, transcender a centralidade dos rendimentos motores do corpo, preservando o sentido humano do se-movimentar e, assim, efetivar o espaço do fazer pedagógico de modo coerente com a especificidade da educação escolar para a formação humana. |
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