A contextualização da matemática como princípio educativo no desenvolvimento do pensamento teórico: exploração de contextos no movimento do pensamento em ascensão do abstrato ao concreto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIJUI |
Texto Completo: | http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6073 |
Resumo: | A contextualização do ensino tem sido discutida pelas políticas públicas orientadoras de currículo como um dos princípios pedagógicos na articulação do processo de reforma curricular encaminhado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394/1996, que visa a romper com o excesso de abstração da matemática e torná-la útil aos alunos. As pesquisas na área da educação matemática têm auferido à contextualização a possibilidade de agregar significado aos conceitos e de facilitar a aprendizagem; no entanto, as propostas de ensino limitam esta proposição em práticas de aplicações e ilustrações, não explorando o processo de aprendizagem do conceito e justificando as novas dificuldades pela falta de interpretação dos alunos. A busca por compreender a práxis da contextualização orientou este estudo a partir do seguinte problema de pesquisa: quais são os elementos necessários para a contextualização do ensino da matemática articular-se ao processo de aprendizagem e desencadear a apropriação dos significados dos conceitos pelos alunos? A pesquisa apoia-se na teoria do ensino desenvolvimental (DAVYDOV, 1982, 1991, 1999, 2009), que, a partir da sua matriz teórica de dialética do pensamento de Marx, direciona a abordagem histórico-cultural de Vigotsky aos processos de ensino e aprendizagem na escola. Nessa perspectiva, reconheço a contextualização como um movimento não só pedagógico, como também didático (GAUTHIER e MARTINEAU, 2001); aliados, representam um princípio educativo, tendo em vista os propósitos da educação, na apropriação do conhecimento poderoso (YOUNG, 2007, 2011), que é fundamental para o desenvolvimento intelectual (VIGOTSKY, 2007, 2008, 2009) dos sujeitos. A contextualização como um princípio educativo redimensiona as concepções didáticas e pedagógicas do professor com vistas à articulação entre o concreto e o abstrato. Metodologicamente, a pesquisa conta com o desenvolvimento de um experimento didático formativo que investiga a contextualização como um princípio educativo do processo de ensino mediante o processo de aprendizagem do conceito função. O estudo teórico aliado ao empírico permitiu estruturar três categorias que redimensionam o fazer didático e pedagógico do professor, traçando elementos considerados indispensáveis para a práxis da contextualização: (i) concepções sobre o conceito: o professor deve ter conhecimento sobre a origem e evolução do conceito a ser ensinado para identificar a sua conexão essencial, bem como sua articulação em um sistema conceitual; (ii) concepções sobre o desenvolvimento do ensino do conceito: as tarefas encaminhadas pelo professor devem problematizar a conexão essencial e o sistema conceitual, explorar sentidos por meio dos contextos e significados que são do conceito para o estabelecimento da relação geral, bem como instrumentalizar o pensamento dos estudantes a partir de sentidos e signos para a significação conceitual. (iii) concepção de aprendizagem: a avaliação da aprendizagem dos conceitos matemáticos deve considerar os processos de pensamento em ascensão do abstrato ao concreto, constituindo o desenvolvimento do pensamento teórico. Dessa forma, ao ser percebida como um princípio educativo, a contextualização redimensiona a postura pedagógica e didática do professor, evidenciando elementos para desencadear o processo de apropriação conceitual e impulsionando o desenvolvimento intelectual dos alunos. |
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A contextualização do ensino tem sido discutida pelas políticas públicas orientadoras de currículo como um dos princípios pedagógicos na articulação do processo de reforma curricular encaminhado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394/1996, que visa a romper com o excesso de abstração da matemática e torná-la útil aos alunos. As pesquisas na área da educação matemática têm auferido à contextualização a possibilidade de agregar significado aos conceitos e de facilitar a aprendizagem; no entanto, as propostas de ensino limitam esta proposição em práticas de aplicações e ilustrações, não explorando o processo de aprendizagem do conceito e justificando as novas dificuldades pela falta de interpretação dos alunos. A busca por compreender a práxis da contextualização orientou este estudo a partir do seguinte problema de pesquisa: quais são os elementos necessários para a contextualização do ensino da matemática articular-se ao processo de aprendizagem e desencadear a apropriação dos significados dos conceitos pelos alunos? A pesquisa apoia-se na teoria do ensino desenvolvimental (DAVYDOV, 1982, 1991, 1999, 2009), que, a partir da sua matriz teórica de dialética do pensamento de Marx, direciona a abordagem histórico-cultural de Vigotsky aos processos de ensino e aprendizagem na escola. Nessa perspectiva, reconheço a contextualização como um movimento não só pedagógico, como também didático (GAUTHIER e MARTINEAU, 2001); aliados, representam um princípio educativo, tendo em vista os propósitos da educação, na apropriação do conhecimento poderoso (YOUNG, 2007, 2011), que é fundamental para o desenvolvimento intelectual (VIGOTSKY, 2007, 2008, 2009) dos sujeitos. A contextualização como um princípio educativo redimensiona as concepções didáticas e pedagógicas do professor com vistas à articulação entre o concreto e o abstrato. Metodologicamente, a pesquisa conta com o desenvolvimento de um experimento didático formativo que investiga a contextualização como um princípio educativo do processo de ensino mediante o processo de aprendizagem do conceito função. O estudo teórico aliado ao empírico permitiu estruturar três categorias que redimensionam o fazer didático e pedagógico do professor, traçando elementos considerados indispensáveis para a práxis da contextualização: (i) concepções sobre o conceito: o professor deve ter conhecimento sobre a origem e evolução do conceito a ser ensinado para identificar a sua conexão essencial, bem como sua articulação em um sistema conceitual; (ii) concepções sobre o desenvolvimento do ensino do conceito: as tarefas encaminhadas pelo professor devem problematizar a conexão essencial e o sistema conceitual, explorar sentidos por meio dos contextos e significados que são do conceito para o estabelecimento da relação geral, bem como instrumentalizar o pensamento dos estudantes a partir de sentidos e signos para a significação conceitual. (iii) concepção de aprendizagem: a avaliação da aprendizagem dos conceitos matemáticos deve considerar os processos de pensamento em ascensão do abstrato ao concreto, constituindo o desenvolvimento do pensamento teórico. Dessa forma, ao ser percebida como um princípio educativo, a contextualização redimensiona a postura pedagógica e didática do professor, evidenciando elementos para desencadear o processo de apropriação conceitual e impulsionando o desenvolvimento intelectual dos alunos. |
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