NÃO UNIÃO HIPERTRÓFICA SECUNDÁRIA A ARMA DE FOGO EM UM FALCÃO-PEREGRINO: RELATO DE CASO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NASCIMENTO, DAVID HENRIQUE DA SILVA DO
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: BARBOSA, LUCAS VINÍCIUS DE SOUZA, LOPES, POLIANA DE ARAÚJO, BASTOS, CARLA RESENDE, VASQUES, GABRIELA MARIA BENEDETTI
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: UNINGÁ Review
Texto Completo: https://revista.uninga.br/uningareviews/article/view/3108
Resumo: A não união hipertrófica é definida pelo excesso de proliferação óssea em extremidades de uma fratura, sem sinais de consolidação e reparação do osso envolvido, quando ocorre, resulta em déficits de movimentação levando até a impotência funcional do membro acometido. Os Falcões-peregrinos (Falco peregrinus) são classificados como aves de rapina, possuem estrutura de garra formada por dígitos do membro pélvico, e por meio dela, capturam suas presas em voo. O trabalho teve como objetivo relatar o caso de um falcão, da espécie Falco peregrinus, com não união hipertrófica de fratura aberta em tibiotarso esquerdo causada por arma de fogo. Foi atendido na Clínica Veterinária Uningá um Falcão-peregrino resgatado pelo serviço de proteção ambiental de Maringá, com lesão aparente em membro pélvico esquerdo, aparente estresse e perda de peso. O animal foi anestesiado, seguindo protocolo específico para a espécie, para a realização da limpeza da ferida e do exame radiográfico. Na radiografia, observou-se fratura completa transversa de porção proximal de tibiotarso esquerdo, com desvio de eixo ósseo acompanhada de calo ósseo exuberante e esclerose de bordos da fratura, compatível com não união hipertrófica. Em tecidos adjacentes a fratura, observou-se pequenas estruturas metálicas, compatíveis com lesão de arma de fogo. O animal foi encaminhado à recinto adaptado para a sua espécie e foi medicado com analgésico, anti-inflamatório, antibiótico e manejo dietético proteico. Não foi possível a realização da cirurgia corretiva, uma vez que o animal não apresentou bom estado geral em cativeiro, mantendo-se estressado e hiporéxico. A possibilidade de soltura após a melhora da lesão foi descartada, uma vez que a utilização da garra esquerda foi comprometida pela impossibilidade de extensão e flexão do membro. Após uma semana de evolução do caso, observou-se piora da ferida, com necrose e secreção amarelada, estabeleceu-se diagnóstico presuntivo de osteomielite e infecção da ferida. O animal foi a óbito após 2 semanas da captura, tendo como possível causa a septicemia associada à hiporexia. Com o relato, conclui-se que a não união hipertrófica localizada em membro pélvico em aves de rapina é determinante para prognóstico de soltura do animal, uma vez que incapacita sua preensão de presa.
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