Aspectos da biologia alimentar do Astyanax jacuhiensis (Cope, 1894), no Rio Uruguai Médio, oeste do Rio Grande do Sul, Pampa brasileiro

• Autor(a) principal: Sousa, Andreza Lima de
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/553
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS; Astyanax jacuhiensis; Dieta; Hábito alimentar; Lambari; Diet; Eating habits; Tetra

Este trabalho consiste no estudo da alimentação do Astyanax jacuhiensis, que possui uma extensa distribuição geográfica entre países da América do Sul. O projeto tem o objetivo de identificar o hábito alimentar do Astyanax jacuhienses, encontrado na bacia do rio Uruguai, em seu curso médio, no município de Uruguaiana-RS, Pampa Brasileiro. Referente ao seu hábito alimentar, os lambaris geralmente são onívoros havendo uma preferência alimentar por invertebrados aquáticos. Frequentemente o conteúdo estomacal encontrado nos lambaris apresenta proporções equivalentes de vegetais (sementes, frutos, algas, macrófitas) e animais (insetos aquáticos e terrestres), demonstrando que se trata de uma espécie onívora com tendência herbívoro-insetívora, o que representa uma característica oportunistas. Existem poucos estudos sobre biologia alimentar da espécie na região da Fronteira Oeste do RS. Assim, este trabalho pretende contribuir para o conhecimento do hábito alimentar da espécie, através de coletas mensalmente durante o período de maio de 2014 a abril de 2015. Foram obtidos um total de 243 indivíduos, sendo 132 fêmeas e 111 machos, sendo analisados o comprimento total (Lt), comprimento padrão (Ls), peso total (Wt), comprimento do intestino (Lti), comprimento do estômago (Lte), peso do intestino (Wi) e peso do estômago (We), peso do fígado (Wf) e peso conteúdo estomacal (Wce). Foi determinado o IHS (Wt/Wf) e as relações We/Wt e relação Lte/Wt. Os dados foram analisados através de uma lupa estereomicroscópica, para averiguar os itens que fazem parte da dieta. Também foi calculado o índice de repleção ao longo do ano sendo classificado em quatro tipos de referência de volumes de conteúdo: cheio, parcialmente cheio, parcialmente vazio (1% a 10%) e vazio. Das relações executadas foram obtidos os seguintes resultados: grau de repleção cheio das fêmeas foram compreendidos nos meses de abril a agosto, obtendo um pico nos meses de maio e agosto, e o índice de repleção cheio dos machos registrou durante os meses de novembro a maio, obtendo um pico em fevereiro. IHS, tanto para machos quanto para fêmeas indicou nos meses compreendidos entre maio a agosto, podendo ser observado uma reserva de energia para suportar o período de inverno, onde se registra os picos de IHS nos meses de julho e agosto. As relações We/Wt e LTe/ Wt resultaram em dados semelhantes ao IHS corroborando os dados obtidos. Em relação aos itens analisados do conteúdo estomacal foram encontrados: restos vegetais, restos de insetos, restos de outros animais, arroz e sedimentos. Pode-se concluir que durantes os meses de inverno ambos reservam energia para suportar as temperaturas baixas e também possuem um registro maior de alimento no conteúdo estomacal, porém as fêmeas se alimentam mais nos meses de inverno e os machos nos meses de verão. Sugere-se também que através dos itens encontrados na dieta que a espécie de Astyanax jacuhiensis possui um hábito alimentar onívoro, com tendência herbívora-insetívora.