A performatividade do discurso feminino na obra o remorso de Baltazar Serapião, de Valter Hugo Mãe

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Bruna Soares
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/2732
Resumo: O presente trabalho analisa a performatividade do discurso feminino na obra o remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe. Para isso, relacionamos literatura e linguagem e atribuímos sentido à leitura, adotando os procedimentos propostos pela performatividade da linguagem aplicada ao gênero, noção desenvolvida no interior da Teoria Queer de Judith Butler (2003), relida por Sara Salih (2015). A partir de teorias enunciativas e pragmáticas, encontramos em Butler (2003), e principalmente em Salih (2015), o fundamento teórico mais relevante para nosso estudo, porque, ao estudar o queer, o estranho, ao estudar o modo como a identidade de gênero se constitui, ela permite refletir sobre o gênero feminino e sua constituição enquanto sujeito, mostrando de que forma a performatividade do dizer do gênero feminino se apresenta na obra. Considerando a especificidade do literário e o modo como elementos estruturais podem ser significantes e produzir significados diferentes é que analisamos o narrador, o tempo e o espaço enquanto míticos. Assim, podemos compreender a ideia do mito, como algo que se repete infinitamente, apresentando-se com um caráter de exemplaridade e independe sua relação histórica, podendo existir em qualquer lugar e tempo. Assim, os conceitos de tempo e espaço, no contexto mítico, apresentam-se como algo que tende a se repetir constantemente. Zilbermann (1977) chama esse tempo de absoluto e esse espaço de totalizante, evidenciando a impossibilidade de fragmentar o tempo ou de particularizar o espaço, daí a falta de uma marcação temporal e espacial específicas, quando tratamos do mito. Desenvolvemos uma pesquisa de caráter bibliográfico sobre a obra em estudo, adotando uma concepção enunciativa de linguagem. Mas enunciação vem associada à pragmática, ou seja, temos por base o ato de fala, o estudo de enunciados. Para isso utilizamos a noção de recorte proposta por Guimarães (2011) para avaliar a citacionalidade do discurso feminino. Com a noção de recorte assumimos a impossibilidade de dar conta da obra na sua totalidade. Percebemos que a constituição do gênero ocorre pela citação, que é a repetição de signos produzidos em contextos diferentes. O desaparecimento da citação da personagem feminina significa abrir mão da linguagem enquanto ação, da constituição da identidade de gênero, o que se dá pela linguagem. Se entendemos a identidade de gênero como performativa, percebemos que a crescente perda de direito à linguagem coincide não só com o apagamento do gênero, mas com um processo de desumanização. Logo, entendemos a obra em estudo como uma narrativa exemplar da condição feminina. O protagonista é um sujeito determinado pela sociedade patriarcal em que está inserido; sua vida é conduzida pelos valores dessa sociedade. Ao contar a história, ele permite que o leitor reflita sobre ela, sobre a condição feminina e seu silenciamento. Rompendo, assim, com a circularidade do mito e abrindo uma possibilidade de historicidade. Ao contar, baltazar recoloca também a peformatividade da linguagem: diante dessa narrativa, as mulheres, em especial, podem refletir sobre si e pela citacionalidade construírem-se enquanto sujeitos.
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A partir de teorias enunciativas e pragmáticas, encontramos em Butler (2003), e principalmente em Salih (2015), o fundamento teórico mais relevante para nosso estudo, porque, ao estudar o queer, o estranho, ao estudar o modo como a identidade de gênero se constitui, ela permite refletir sobre o gênero feminino e sua constituição enquanto sujeito, mostrando de que forma a performatividade do dizer do gênero feminino se apresenta na obra. Considerando a especificidade do literário e o modo como elementos estruturais podem ser significantes e produzir significados diferentes é que analisamos o narrador, o tempo e o espaço enquanto míticos. Assim, podemos compreender a ideia do mito, como algo que se repete infinitamente, apresentando-se com um caráter de exemplaridade e independe sua relação histórica, podendo existir em qualquer lugar e tempo. Assim, os conceitos de tempo e espaço, no contexto mítico, apresentam-se como algo que tende a se repetir constantemente. Zilbermann (1977) chama esse tempo de absoluto e esse espaço de totalizante, evidenciando a impossibilidade de fragmentar o tempo ou de particularizar o espaço, daí a falta de uma marcação temporal e espacial específicas, quando tratamos do mito. Desenvolvemos uma pesquisa de caráter bibliográfico sobre a obra em estudo, adotando uma concepção enunciativa de linguagem. Mas enunciação vem associada à pragmática, ou seja, temos por base o ato de fala, o estudo de enunciados. Para isso utilizamos a noção de recorte proposta por Guimarães (2011) para avaliar a citacionalidade do discurso feminino. Com a noção de recorte assumimos a impossibilidade de dar conta da obra na sua totalidade. Percebemos que a constituição do gênero ocorre pela citação, que é a repetição de signos produzidos em contextos diferentes. O desaparecimento da citação da personagem feminina significa abrir mão da linguagem enquanto ação, da constituição da identidade de gênero, o que se dá pela linguagem. Se entendemos a identidade de gênero como performativa, percebemos que a crescente perda de direito à linguagem coincide não só com o apagamento do gênero, mas com um processo de desumanização. Logo, entendemos a obra em estudo como uma narrativa exemplar da condição feminina. O protagonista é um sujeito determinado pela sociedade patriarcal em que está inserido; sua vida é conduzida pelos valores dessa sociedade. Ao contar a história, ele permite que o leitor reflita sobre ela, sobre a condição feminina e seu silenciamento. Rompendo, assim, com a circularidade do mito e abrindo uma possibilidade de historicidade. Ao contar, baltazar recoloca também a peformatividade da linguagem: diante dessa narrativa, as mulheres, em especial, podem refletir sobre si e pela citacionalidade construírem-se enquanto sujeitos.The present work analyzes the performativity of feminine speech on the book o remorso de baltazar serapião, written by valter hugo mãe. For this, we relate literature and language, and attribute meaning to reading, adopting the procedures proposed by the performativity of language applied to gender, a notion developed within the Queer Theory of Judith Butler, reread by Sara Salih. From the enunciative and pragmatic theories, we find in Butler (2003), and especially in Salih (2015), the most relevant theoretical foundation for our study, because, studying the queer, the stranger, studying the way gender identity is constituted, it can reflect on the female gender and its subject constitution, showing how a feminine gender's performativity of saying is presented. Considering the specificity of the literary and how structural elements can be significant and produce different meanings is that we analyze the narrator, time and space as mythical. Thus, we can understand the idea of myth as something that repeats itself infinitely, presenting itself with a character of exemplarity and independent of its historical relation, being able to exist in any place and time. Then, the concepts of time and space, in the mythical context, appear as something that tends to be repeated constantly. Zilbermann (1977) names this time as absolute and this space as totalizing, and points the impossibility to disintegrate time or to particularize space, and from this came the lack of a specific temporal and spatial marking when dealing with myth. We developed a research of bibliographic character about the book been studied, adopting an enunciative conception of language. But enunciation is associated with pragmatics, that is, we are based on the act of speech, the study of statements. For this, we use the notion of “recorte” proposed by Guimarães (2011) to evaluate the citacionality of female speech. With the notion we assume the impossibility of focusing on all the book, entirely. We realize that the constitution of genre occurs by citation, which is the repetition of signs produced in different contexts. The disappearance of the feminine character's name means to give up language as action, the constitution of gender identity, which is given by language. If we understand gender identity as performative, we perceive that the growing loss of right to language coincides not only with the erasure of gender, but with a dehumanization process. Therefore, we understand the book under study as a narrative model of feminine condition. The protagonist is a subject determined by the patriarchal society in which he is inserted; his life is guided by values of that society. By telling the story, he allows the reader to reflect about it, about the female condition and its silencing. Thus breaking with the circularity of myth and opening up a possibility of historicity. Replacing also the performativity of language: in front of this narrative, women, in particular, can reflect on themselves and construct themselves as subjects by the citacionality.porUniversidade Federal do PampaUNIPAMPABrasilCampus BagéCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESLetrasPerformatividadeCitacionalidadeDiscursoMitoLiteraturaLinguísticaA performatividade do discurso feminino na obra o remorso de Baltazar Serapião, de Valter Hugo Mãeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIPAMPAinstname:Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)instacron:UNIPAMPAORIGINALTCC Bruna Lopes 2016.pdfTCC Bruna Lopes 2016.pdfapplication/pdf756503https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/2732/1/TCC%20Bruna%20Lopes%202016.pdffc240a91ad985d3280fbda32399d7084MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/2732/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTTCC Bruna Lopes 2016.pdf.txtTCC Bruna Lopes 2016.pdf.txtExtracted texttext/plain90837https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/2732/3/TCC%20Bruna%20Lopes%202016.pdf.txt273cd6a61f8ae44fdc3b2f7157a8a565MD53riu/27322018-08-09 15:47:57.326oai:repositorio.unipampa.edu.br:riu/2732TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://dspace.unipampa.edu.br:8080/oai/requestsisbi@unipampa.edu.bropendoar:2018-08-09T18:47:57Repositório Institucional da UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)false
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