Saberes e fazeres de dona Santa: a vida comunitária de uma mulher negra benzedeira na Região da Campanha Gaúcha (RS)

• Autor(a) principal: Jacinto, Luis César Rodrigues
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/680
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Mulher negra; Religiosidade; Cultura afro-brasileira; Vida comunitária; Afro-Brazilian culture; Black woman; Religiosity; Community life

A presente monografia tem a finalidade de apresentar as análises e os resultados da pesquisa feita para conclusão do Curso de Pós-Graduação Especialização em Educação e Diversidade Cultural da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) acerca da vida comunitária de uma mulher negra benzedeira na região da Campanha Gaúcha (RS), Dona Santa. O interesse em abordar esta temática surgiu da minha própria trajetória como militante do Movimento Social Negro atuando na referida região e do desejo de poder colaborar para a compreensão da diversidade cultural num espaço onde ainda predomina valores culturais heteronormativos e excludentes, especialmente, em relação às questões étnico-raciais. Embasado nos estudos culturais e nas teorias pós-estruturalistas, trabalho com a História Oral pesquisando a vida comunitária de Dona Santa e, a partir de materiais escritos e de relatos de três mulheres que com ela conviveram, analiso a complexidade das relações sociais e os modos como se produzem identidades e diferenças culturais em âmbito local, destacando os processos de hibridização cultural presentes nas sociedades contemporâneas. Concluo que a vida comunitária de Dona Santa representa uma experiência rica de hibridização cultural manifestada através das suas práticas religiosas de rezas e benzeduras e de realização da Festa Popular de São Cosme e Damião que contribuem para a constituição de uma cultura afrobrasileira local. Entendo que o maior legado de Dona Santa está na rede de relações comunitárias solidárias que constituiu durante toda sua trajetória de vida e nas práticas religiosas que desenvolveu, as quais revelam um misto de elementos culturais diversos e ao mesmo tempo conservam marcas da tradição popular cuja potencialidade está na resistência ao padrão normativo da modernização biopolítica.