Comportamento motor como um biomarcador detoxicidade induzida por mancozebe em embriões de peixe-zebra (Danio rerio hamilton-buchanan,1822)

• Autor(a) principal: Mello, Renata Siqueira de
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4541
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Embriotoxicidade; Ecotoxicologia; Ditiocarbamatos; Fungicida; Embryotoxicity; Ecotoxicology; Dithiocarbamates; Fungicide

O fungicida mancozebe, ao longo dos anos, tem sido utilizado em larga escala na proteção de monoculturas. O uso intensivo de pesticidas leva a contaminação de matrizes ambientais, como a água. Estudos anteriores demonstram que o mancozebe pode exercer efeitos pró-oxidantes através da formação de espécies reativas de oxigênio. Tendo em vista o fato de que organismos aquáticos são dependentes do equilíbrio redox para regular processos essenciais ao seu desenvolvimento, qualquer fator que altere esse equilíbrio pode resultar em prejuízos no desenvolvimento normal desses organismos. Dessa forma, o fungicida pode causar danos aos ecossistemas aquáticos que são particularmente vulneráveis à contaminação por pesticidas. Neste sentido, buscamos com este trabalho avaliar biomarcadores comportamentais e bioquímicos frente à exposição a concentrações ambientalmente relevantes de mancozebe durante o desenvolvimento embrionário de peixe-zebra. Embriões de 4 horas pós-fertilização (hpf) foram expostos a Mancozebe 96% nas concentrações de 5, 10 e 20 µg/L, mantendo um grupo controle. A toxicidade do composto foi avaliada através de parâmetros comportamentais e bioquímicos em 24, 72 e 168 hpf. Os resultados obtidos demonstraram que o mancozebe alterou significativamente a taxa de eclosão, o movimento espontâneo dos embriões (24 hpf), inferiu dano a respostas motoras de escape e a capacidade natatória (72 hpf), afetou o comportamento exploratório das larvas (168 hpf) e foi responsável por um aumento na geração de espécies reativas de oxigênio também em larvas (72 hpf). Dessa forma, o mancozebe, em baixas concentrações, foi capaz de alterar parâmetros comportamentais e causar um aumento de espécies reativas de oxigênio em peixe-zebra em desenvolvimento embrionário. Ressaltamos que os efeitos comportamentais induzidos por mancozebe ocorreram em tempos de exposição anteriores em comparação com as alterações bioquímicas, portanto, apontando para as análises comportamentais como ferramentas sensíveis à detecção precoce dos efeitos causados pela contaminação por produtos agrícolas, uma vez que se manifestam anteriormente aosparâmetros bioquímicos.