Dimorfismo sexual em Belostoma angustum lauck (insecta, heteroptera, belostomatidae) pode estar relacionado ao cuidado paternal

• Autor(a) principal: Lopes , Cassiane Furlan
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4527
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS; Alometria; Hemiélitros; Insetos aquáticos; Seleção sexual; Morfometria geométrica; Allometry; Aquatic insects; Geometric morphometrics; Hemelytra; Sexual selection

Belostoma angustum compreende parte de um complexo de três espécies muito semelhantes, que apresentam cuidado paternal pós-zigótico do tipo ―back-brooding” e possivelmente o sistema sexual é a poliandria. Belostoma possui muitas variações comportamentais associadas à realização das atividades de cuidado parental pelas pernas posteriores, e a seleção sexual pode promover dimorfismo sexual nessas estruturas. O cuidado paternal requer estruturas especiais para sua manutenção? Para tanto, verificou-se a presença de dimorfismo sexual no comprimento da região funcional dos fêmures e das tíbias posteriores, no tamanho corporal, na forma e tamanho dos hemiélitros, avaliando o efeito da presença da célula cerdosa nesta etapa e na modularidade dos hemiélitros. A existência de relações de dependência entre o tamanho corporal e as pernas posteriores, e entre a forma e tamanho do centroide dos hemiélitros e pernas posteriores, levando-se em conta a covariância entre variáveis também foi testada, bem como o dimorfismo sexual nessas relações de dependência. Medidas corporais de 138 indivíduos de ambos os sexos de B. angustum, bem como a utilização de ferramentas morfogeométricas e análises de caminho e multigrupos foram utilizadas para estes fins. Os resultados sugerem que os dimorfismos sexuais de tamanho, enviesados para machos, nos interceptos referentes à largura máxima dos hemiélitros e espaço interocular, podem estar ligados à seleção sexual na largura máxima dos hemiélitros e às diferenças no forrageamento entre os sexos e/ou aumento da glândula salivar nos machos, respectivamente. Embora os comprimentos das margens internas dos fêmures e das tíbias médias e posteriores não apresentem diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, elas apresentam correlações isométrica entre: fêmur 3 e largura corporal e, hipoalométrica entre: tíbia 3 e comprimento corporal. É sugerido que exista um dimorfismo sexual nessas relações alométricas em B. angustum, sustentado por um balanço entre seleção sexual e custos de viabilidade, uma estabilização no tamanho da massa de ovos e uma conservação geral do hemiélitro em ambos os sexos. O dimorfismo sexual nos interceptos pode estar ligado à reversão do papel sexual em Belostomatinae. Assim, se fazem necessários experimentos futuros para a compreensão dos processos evolutivos envolvidos nesse fenômeno.