Geologia do grupo Maricá e do grupo Bom Jardim na região norte do Distrito de Joca Tavares, Bagé/RS

• Autor(a) principal: Silveira, Rafael Ramos
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/2505
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA; Bacia do Camaquã; Mapeamento Geológico; Distrito de Joca Tavares; Grupo Maricá; Grupo Bom Jardim; Camaquã Basin; Geological Mapping; Joca Tavares District; Maricá Group; Bom Jardim Group

A Bacia do Camaquã apresenta excepcionais registros de depósitos Ediacarano, não afetados por metamorfismo regional, que afloram no Escudo Sul - riograndense, e são reunidos estratigraficamente no Supergrupo Camaquã, cujas unidades basais são: i) Grupo Maricá, sequência sedimentar composta por depósitos fluviais e depósitos turbidíticos, que recobrem em não conformidade rochas metamórficas relacionadas à Orogenia Brasiliana; e ii) Grupo Bom Jardim, sequência vulcano-sedimentar composta por depósitos turbidíticos e rochas vulcânicas predominantemente intermediárias, além de rochas vulcanoclásticas. Na presente pesquisa, foram estudados os grupos Maricá e Bom Jardim a partir do mapeamento geológico de detalhe de uma área de 20 km² na região norte do Distrito de Joca Tavares, Bagé/RS, sendo realizados estudos integrados de estratigrafia, petrografia, petrologia sedimentar, análise faciológica, e de geologia estrutural. A região de estudo apresenta variedade e complexidade geológica devido principalmente a condicionantes estruturais, que correspondem a falhas transcorrentes e normais, dentre elas, cabe salientar a Falha Porteiras e a Falha Província. Dentro deste contexto, foram identificadas na área de mapeamento as seguintes unidades: (1) rochas metassedimentares (xistos e filitos) de baixo grau metamórfico, agrupadas no Complexo Metamórfico Arroio Marmeleiro, que constituem o embasamento metamórfico da região; (2) arenito com estratificação cruzada acanalada e seixos esparsos bem arredondados de rochas metamórfica e/ou plutônicas, agrupados na Formação Passo da Promessa; (3) intercalações rítmicas de arenito maciço arcoseano, arenito com estratificação plano-paralela, arenito com laminação cruzada cavalgante e pelitos laminados, constituindo uma clássica sequência de turbiditos de Bouma, agrupados na Formação São Rafael; (4) intercalações rítmicas de arenito maciço, arenito estratificado e pelitos laminados, agrupados na Formação Mangueirão, e arenito médio a grosso maciço ou estratificado e conglomerados com intraclastos de pelito, depositados em canais distributivos, agrupados na Formação Vargas. Ambas as unidades apresentam grande contribuição vulcânica e são interpretadas como constituídas por depósitos gerados por correntes de turbidez; (5) andesito com textura porfíritica e fenocristais de plagioclásio não raro orientados, basaltos e subordinadamente rochas piroclásticas, agrupadas na Formação Hilário; e (6) intrusões sub-vulcânica de andesito porfirítico com fenocristais de plagioclásio e anfibólio, aqui definido como Andesitos Porteira. Acerca dos questionamentos levantados por inúmeros autores referentes ao vulcanismo sin-Maricá, os trabalhos do Geológo Maurício Ribeiro demonstram-se corretos até o presente momento. Porém, o recente achado de níveis piroclásticos possibilitarão a partir da tefrocronologia a descoberta da idade absoluta da unidade. Dentro deste contexto, cabe salientar a similariedade litológica e faciológica da Formação São Rafael com a Formação Mangueirão, fato que têm gerado inúmeras confusões registradas em artigos científicos e mapas geológicos. Portanto, avanços em estudos petrológicos das unidades propiciarão uma melhor compreensão das mesmas.