A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online |
Texto Completo: | https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1012 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A reforma psiquiátrica compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais que ocorre no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais. Trata-se de um processo que avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios (Martines e Silva, 2007, p. 01). Com o processo de desinstitucionalização algumas mudanças na atenção ao portador de doença mental foram realizadas com o intuito de atender aos preceitos da reforma psiquiátrica. Dentre os desafios da reforma, encontramos a redução no número de leitos psiquiátricos, a criação de novos dispositivos substitutivos do modelo hospitalar e um desafio em particular para a enfermagem em saúde mental.OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo demonstrar as mudanças ocorridas em relação ao número de leitos psiquiátricos no período de 2002-2010, e quais são os números de serviços substitutivos disponíveis neste momento.METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, a coleta de dados foi realizada através da análise documental em bases de dados de domínio público do Ministério da Saúde/Brasil com utilização do DATASUS.RESULTADOS: De acordo com o DATASUS (Brasil, 2005, 2009, 2010) o número de leitos psiquiátricos ocupados em 2002 era de 51.393 e com o processo de desinstitucionalização em 2009 passou para 35.426. Quanto ao número de serviços substitutivos até o mês de junho de 2010, estes somavam 5.831. Quanto ao percentual relativo ao número de unidades, a modalidade CAPS no período de 2002 a 2008, teve um aumento de 31%; os programas de Residências Terapêuticas tiveram um aumento de 16% e no período de 2003 a 2008 o programa De Volta Pra Casa teve um aumento de 7%. Estes números apontam dois avanços. O primeiro, uma redução em torno de 70%, de leitos psiquiátricos e o segundo, a criação de novas unidades de dispositivos substitutivos de assistência psiquiátrica em torno de 54%. Mesmo com a redução do número de leitos e aumento percentual significativo de dispositivos substitutivos, estes ainda apresentam cobertura insuficiente.CONCLUSÕES: Concluímos que com o processo de desinstitucionalização houve uma redução no número de leitos psiquiátricos com um aumento singular dos serviços substitutivos, embora em momento de transição entre modelos o quantitativo de leitos ainda é considerado elevado de acordo com os preceitos da reforma psiquiátrica. Embora estes números comprovem a redução do número de leitos psiquiátricos o processo de desinstitucionalização não deve ser visto apenas como ato de fechamento de hospitais psiquiátricos. A desinstitucionalização é um processo complexo, que não significa apenas a desospitalização. A desospitalização tem que estar atrelada a um tempo de preparo qualificado, uma assistência de enfermagem voltada para a pessoa e a criação de possibilidades de vida, o que caracteriza uma transição com qualidade e não uma desassistência desta clientela, que está em processo de envelhecimento. |
id |
UNIRIO-2_6f4cfcfabbcc856d7c0d502302bdd075 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.seer.unirio.br:article/1012 |
network_acronym_str |
UNIRIO-2 |
network_name_str |
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online |
repository_id_str |
|
spelling |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEMsaúde mentalenfermagemdesinstitucionalizaçãoHigiene Mental INTRODUÇÃO: A reforma psiquiátrica compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais que ocorre no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais. Trata-se de um processo que avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios (Martines e Silva, 2007, p. 01). Com o processo de desinstitucionalização algumas mudanças na atenção ao portador de doença mental foram realizadas com o intuito de atender aos preceitos da reforma psiquiátrica. Dentre os desafios da reforma, encontramos a redução no número de leitos psiquiátricos, a criação de novos dispositivos substitutivos do modelo hospitalar e um desafio em particular para a enfermagem em saúde mental.OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo demonstrar as mudanças ocorridas em relação ao número de leitos psiquiátricos no período de 2002-2010, e quais são os números de serviços substitutivos disponíveis neste momento.METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, a coleta de dados foi realizada através da análise documental em bases de dados de domínio público do Ministério da Saúde/Brasil com utilização do DATASUS.RESULTADOS: De acordo com o DATASUS (Brasil, 2005, 2009, 2010) o número de leitos psiquiátricos ocupados em 2002 era de 51.393 e com o processo de desinstitucionalização em 2009 passou para 35.426. Quanto ao número de serviços substitutivos até o mês de junho de 2010, estes somavam 5.831. Quanto ao percentual relativo ao número de unidades, a modalidade CAPS no período de 2002 a 2008, teve um aumento de 31%; os programas de Residências Terapêuticas tiveram um aumento de 16% e no período de 2003 a 2008 o programa De Volta Pra Casa teve um aumento de 7%. Estes números apontam dois avanços. O primeiro, uma redução em torno de 70%, de leitos psiquiátricos e o segundo, a criação de novas unidades de dispositivos substitutivos de assistência psiquiátrica em torno de 54%. Mesmo com a redução do número de leitos e aumento percentual significativo de dispositivos substitutivos, estes ainda apresentam cobertura insuficiente.CONCLUSÕES: Concluímos que com o processo de desinstitucionalização houve uma redução no número de leitos psiquiátricos com um aumento singular dos serviços substitutivos, embora em momento de transição entre modelos o quantitativo de leitos ainda é considerado elevado de acordo com os preceitos da reforma psiquiátrica. Embora estes números comprovem a redução do número de leitos psiquiátricos o processo de desinstitucionalização não deve ser visto apenas como ato de fechamento de hospitais psiquiátricos. A desinstitucionalização é um processo complexo, que não significa apenas a desospitalização. A desospitalização tem que estar atrelada a um tempo de preparo qualificado, uma assistência de enfermagem voltada para a pessoa e a criação de possibilidades de vida, o que caracteriza uma transição com qualidade e não uma desassistência desta clientela, que está em processo de envelhecimento. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem2010-11-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos paresPesquisa quantitativaapplication/pdfhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/101210.9789/2175-5361.2010.v0i0.%pRevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIORevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIORevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO2175-53611809-6107reponame:Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Onlineinstname:Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)instacron:UNIRIOporhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1012/pdf_173Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Onlineinfo:eu-repo/semantics/openAccessSILVA, JAQUELINE DAFERREIRA, EMILIANE CUNHA2024-01-12T14:08:13Zoai:ojs.seer.unirio.br:article/1012Revistahttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/about/contactPUBhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/oaiprofunirio@gmail.com||rev.fundamental@gmail.com2175-53611809-6107opendoar:2024-01-12T14:08:13Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
title |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
spellingShingle |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM SILVA, JAQUELINE DA saúde mental enfermagem desinstitucionalização Higiene Mental |
title_short |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
title_full |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
title_fullStr |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
title_full_unstemmed |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
title_sort |
A TRANSIÇÃO DE MODELOS EM SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS, A REFORMA PSIQUIÁTRICA E AS DEMANDAS DE DISPOSITIVOS SUBSTITUTIVOS: UM DESAFIO PARA A ENFERMAGEM |
author |
SILVA, JAQUELINE DA |
author_facet |
SILVA, JAQUELINE DA FERREIRA, EMILIANE CUNHA |
author_role |
author |
author2 |
FERREIRA, EMILIANE CUNHA |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
SILVA, JAQUELINE DA FERREIRA, EMILIANE CUNHA |
dc.subject.por.fl_str_mv |
saúde mental enfermagem desinstitucionalização Higiene Mental |
topic |
saúde mental enfermagem desinstitucionalização Higiene Mental |
description |
INTRODUÇÃO: A reforma psiquiátrica compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais que ocorre no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais. Trata-se de um processo que avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios (Martines e Silva, 2007, p. 01). Com o processo de desinstitucionalização algumas mudanças na atenção ao portador de doença mental foram realizadas com o intuito de atender aos preceitos da reforma psiquiátrica. Dentre os desafios da reforma, encontramos a redução no número de leitos psiquiátricos, a criação de novos dispositivos substitutivos do modelo hospitalar e um desafio em particular para a enfermagem em saúde mental.OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo demonstrar as mudanças ocorridas em relação ao número de leitos psiquiátricos no período de 2002-2010, e quais são os números de serviços substitutivos disponíveis neste momento.METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, a coleta de dados foi realizada através da análise documental em bases de dados de domínio público do Ministério da Saúde/Brasil com utilização do DATASUS.RESULTADOS: De acordo com o DATASUS (Brasil, 2005, 2009, 2010) o número de leitos psiquiátricos ocupados em 2002 era de 51.393 e com o processo de desinstitucionalização em 2009 passou para 35.426. Quanto ao número de serviços substitutivos até o mês de junho de 2010, estes somavam 5.831. Quanto ao percentual relativo ao número de unidades, a modalidade CAPS no período de 2002 a 2008, teve um aumento de 31%; os programas de Residências Terapêuticas tiveram um aumento de 16% e no período de 2003 a 2008 o programa De Volta Pra Casa teve um aumento de 7%. Estes números apontam dois avanços. O primeiro, uma redução em torno de 70%, de leitos psiquiátricos e o segundo, a criação de novas unidades de dispositivos substitutivos de assistência psiquiátrica em torno de 54%. Mesmo com a redução do número de leitos e aumento percentual significativo de dispositivos substitutivos, estes ainda apresentam cobertura insuficiente.CONCLUSÕES: Concluímos que com o processo de desinstitucionalização houve uma redução no número de leitos psiquiátricos com um aumento singular dos serviços substitutivos, embora em momento de transição entre modelos o quantitativo de leitos ainda é considerado elevado de acordo com os preceitos da reforma psiquiátrica. Embora estes números comprovem a redução do número de leitos psiquiátricos o processo de desinstitucionalização não deve ser visto apenas como ato de fechamento de hospitais psiquiátricos. A desinstitucionalização é um processo complexo, que não significa apenas a desospitalização. A desospitalização tem que estar atrelada a um tempo de preparo qualificado, uma assistência de enfermagem voltada para a pessoa e a criação de possibilidades de vida, o que caracteriza uma transição com qualidade e não uma desassistência desta clientela, que está em processo de envelhecimento. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010-11-25 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo avaliado pelos pares Pesquisa quantitativa |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1012 10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%p |
url |
https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1012 |
identifier_str_mv |
10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%p |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1012/pdf_173 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO 2175-5361 1809-6107 reponame:Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online instname:Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) instacron:UNIRIO |
instname_str |
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) |
instacron_str |
UNIRIO |
institution |
UNIRIO |
reponame_str |
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online |
collection |
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) |
repository.mail.fl_str_mv |
profunirio@gmail.com||rev.fundamental@gmail.com |
_version_ |
1800218874246856704 |