A agroecologia nos cursos de engenharia agronômica: para além de desafios e dilemas curriculares
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Avaliação (Campinas. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.uniso.br/avaliacao/article/view/2515 |
Resumo: | Este texto tem o intuito de problematizar a educação superior em Engenharia Agronômica. Partimos da ideia de que esta educação coloca-se dentro de um processo de legitimação, acumulação e produção de conhecimento, necessário para o funcionamento da sociedade tecno-industrial; tal conhecimento entra em choque com outras formas de conhecimento que o desafiam. No caso da Engenharia Agronômica, a forma desafiante mais destacada é a Agroecologia. Procuramos caracterizar o espaço curricular ocupado pela Agroecologia, que sabíamos ser muito limitado. Analisamos esta falta de espaço apoiando-se em perspectiva orientada pela transição paradigmática social e científica, por meio do estudo dos projetos político-pedagógicos e dos currículos dos cursos públicos de Engenharia Agronômica do Estado de São Paulo. Constatamos que, de forma geral, os cursos estão pautados numa racionalidade que acaba por legitimar a manutenção de um modelo de desenvolvimento rural social e ambientalmente insustentável. É premente a transição para a sustentabilidade. Não obstante, a Universidade continua formando agrônomos que veem a continuidade do sistema dominante e insustentável de agricultura como o único caminho possível. Nossos dados e reflexões indicam que, apesar de haver uma consciência sobre as questões socioambientais de nosso tempo contida nos projetos político-pedagógicos e nos discursos institucionais, ela não só não está expressa nos currículos dos cursos, como aponta para a continuidade da racionalidade econômica. Mudanças paradigmáticas na organização dos cursos precisam manifestar-se no projeto político-pedagógico, na perspectiva institucional e, de forma correlata, nas práticas pedagógicas, no exercício da docência, da pesquisa e da extensão. Tais mudanças demandam um profundo debate e democrático, que inclua docentes, funcionários, estudantes e sociedade, de modo que o projeto político-pedagógico reflita a pluralidade das vozes existentes. |
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