Deu a louca na princesa: do conto de fadas tradicional à Hollywood do século XXI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amorim, Inessa Rosa de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/255083
https://orcid.org/0000-0003-0297-8857
Resumo: Esta tese consiste na análise da representação da figura da princesa em contos de fadas clássicos e em adaptações cinematográficas contemporâneas, tendo-se elegido para o estudo os seguintes filmes de animação, que situam a princesa fora de seu contexto tradicional: Shrek [Shrek] (2001), Shrek 2 [Shrek 2] (2004), Shrek, the Third [Shrek Terceiro] (2007), Shrek Forever After [Shrekpara Sempre] (2010) Happily N'Ever After [Deu a Louca na Cinderela] (2006), Brave [Valente] (2012), Wreck-It Ralph [Detona Ralph] (2012) e Ralph Breaks the Internet [Wi-Fi Ralph: Quebrando a Internet] (2018). Primeiramente, buscou-se realizar uma investigação das características da princesa clássica, em particular, nos contos de Charles Perrault, Irmãos Jacob Grimm e Wilhelm Grimm e Hans Christian Andersen, com o propósito de verificar a sua constituição formal na narrativa desse gênero literário: os conflitos entre bem e mal, os elementos maravilhosos, o papel do príncipe, que salva a princesa e restaura a harmonia nos finais das histórias, entre outras características. Com base nesses fundamentos, propôs-se, em seguida, examinar as representações da princesa em versões fílmicas, concentrando-se primeiro nas adaptações realizadas pelos estúdios de Walt Disney no decorrer do século XX e, na sequência, nas produções elegidas como corpus de estudo, a partir dos anos 2000. Observou-se que, principalmente nas versões contemporâneas, a princesa clássica passa por um processo de remodelagem, com mudanças significativas de postura e atitudes. Numa análise para estabelecer os principais aspectos de sua transformação e a maneira como ocorrem, sugerimos como hipótese de trabalho que, embora graduais e enfocando diferentes traços da personagem a cada vez, a princesa é reconfigurada de um modo muito rápido para o período de menos de vinte anos, contemplado no estudo (se comparado à mudança de mentalidade em gerações anteriores), o que também delineia a influência dos (novos) padrões comportamentais e da visão da mulher na literatura e na arte da contemporaneidade. Os estudiosos Nelly Novaes Coelho (2010), Jack Zipes (2006), Katia Canton (1994), entre outros são algumas referências para embasar a trajetória histórica dos contos de fadas, para a visualização de cuja estrutura são ainda empregadas as teorias de Vladimir Propp (1984; 2002). Robert Stam (2008) e Linda Hutcheon (2013), por sua vez, são utilizados para auxiliar nas teorias sobre adaptações fílmicas. Finalmente, teóricos que abordam a mulher, questões femininas e a contemporaneidade incluem, em particular, Naomi Wolf (2018), Karen Rowe (1986) e Simone Beauvoir (1970).
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Primeiramente, buscou-se realizar uma investigação das características da princesa clássica, em particular, nos contos de Charles Perrault, Irmãos Jacob Grimm e Wilhelm Grimm e Hans Christian Andersen, com o propósito de verificar a sua constituição formal na narrativa desse gênero literário: os conflitos entre bem e mal, os elementos maravilhosos, o papel do príncipe, que salva a princesa e restaura a harmonia nos finais das histórias, entre outras características. Com base nesses fundamentos, propôs-se, em seguida, examinar as representações da princesa em versões fílmicas, concentrando-se primeiro nas adaptações realizadas pelos estúdios de Walt Disney no decorrer do século XX e, na sequência, nas produções elegidas como corpus de estudo, a partir dos anos 2000. Observou-se que, principalmente nas versões contemporâneas, a princesa clássica passa por um processo de remodelagem, com mudanças significativas de postura e atitudes. Numa análise para estabelecer os principais aspectos de sua transformação e a maneira como ocorrem, sugerimos como hipótese de trabalho que, embora graduais e enfocando diferentes traços da personagem a cada vez, a princesa é reconfigurada de um modo muito rápido para o período de menos de vinte anos, contemplado no estudo (se comparado à mudança de mentalidade em gerações anteriores), o que também delineia a influência dos (novos) padrões comportamentais e da visão da mulher na literatura e na arte da contemporaneidade. Os estudiosos Nelly Novaes Coelho (2010), Jack Zipes (2006), Katia Canton (1994), entre outros são algumas referências para embasar a trajetória histórica dos contos de fadas, para a visualização de cuja estrutura são ainda empregadas as teorias de Vladimir Propp (1984; 2002). Robert Stam (2008) e Linda Hutcheon (2013), por sua vez, são utilizados para auxiliar nas teorias sobre adaptações fílmicas. Finalmente, teóricos que abordam a mulher, questões femininas e a contemporaneidade incluem, em particular, Naomi Wolf (2018), Karen Rowe (1986) e Simone Beauvoir (1970).This thesis comprises a study of the representation of the princess in classic fairy tales and some of their contemporary versions, concentrating on the following animated film adaptations in which the princess is portrayed outside of her traditional context: Shrek (2001), Shrek 2 (2004), Shrek, the Third (2007), Shrek Forever After (2010) Happily N'Ever After (2006), Brave (2012), Wreck-It Ralph (2012) and Ralph Breaks the Internet (2018). Initially, an investigation into the characteristics of the classic princesses is conducted, particularly considering the fairy tales collected and (re)written by Charles Perrault, the Brothers Grimm (Jacob Grimm and Wilhelm Grimm) and Hans Christian Andersen, examining their formal components and how narration is carried out in them as a literary genre (and which include conflicts between good and evil, supernatural elements, the role of the prince, who will most often save the princess and restore the harmony to the story, etc.). Building up on these foundations, the study then examines how the princess is represented in modern animations, focusing on Walt Disney adaptations produced in the twentieth century along with the contemporary productions, the objects of our study. We observe that, especially in these latter versions, the classical princess undergoes a process of remodelling, with significant changes in posture and attitudes. In an analysis to establish the main aspects of these transformations and the way they take place, we suggest as our central hypothesis that, albeit gradual and emphasing different features of this character in each film, the princess is reshaped in a very short time span of less than twenty years (if compared to changes in the mentality of generations before), which also evidences the influence of (new) literary and artistic patterns of behaviour and views on women in contemporary times. Teorists such as Nelly Novaes Coelho (2010), Jack Zipes (2006) and Katia Canton (1994) serve as references to support the historical trajectory of fairy tales and the structure of fairy tales as a literary genre will also be viewed according to Vladimir Propp (1984; 2002). In their turn, Robert Stam (2008) and Linda Hutcheon (2013) are employed to contribute to theories concerning film adaptation. Finally, women’s studies and contemporaneity are considered by means of the studies of Naomi Wolf (2018), Karen Rowe (1986) and Simone Beauvoir (1970).Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pereira, Nilce Maria [UNESP]Amorim, Inessa Rosa de2024-04-10T18:58:53Z2024-04-10T18:58:53Z2024-03-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfAMORIM, Inessa Rosa de. Deu a louca na princesa: do conto de fadas tradicional à Hollywood do século XXI. (Doutorado em Letras). 2024. 231 f. - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas (Ibilce), São José do Rio Preto, 2024.https://hdl.handle.net/11449/2550833062009172604710https://orcid.org/0000-0003-0297-8857porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-04-11T06:23:06Zoai:repositorio.unesp.br:11449/255083Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-04-11T06:23:06Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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