Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Simone Quintão [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/144522
Resumo: A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um importante problema de saúde pública. Nos últimos anos tem sido frequente o isolamento de bactérias resistentes a partir de animais de produção e alimentos de origem animal. O objetivo desse estudo é identificar em Enterococcus spp. isolados de carnes (suína, bovina e frango) e de queijo Minas Frescal, o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos e a diversidade de genes de resistência aos antimicrobianos e de genes de virulência. Os resultados são comparados ao perfil observado em Enterococcus spp. isolados de pacientes internados em um hospital terciário no estado de São Paulo. Foram avaliados 102 Enterococcus spp. isolados de alimentos e 46 isolados clínicos. Entre os isolados de alimentos, 39% apresentaram resistência à tetraciclina, 32% à eritromicina, 17,5% à estreptomicina, 13% à norfloxacina, 10% ao cloranfenicol, 8% à ciprofloxacina e à fosfomicina, 6% à levofloxacina, 5,5% à quinupristina-dalfopristina, 4% à linezolida e à penicilina, 3,5% à moxifloxacina, 3% à ampicilina e 2% à gentamicina. Todos os Enterococcus spp. isolados de alimentos foram sensíveis à teicoplanina e à tigeciclina. Entre os isolados clínicos, 67,5% apresentaram resistência à ciprofloxacina, 56,5% à penicilina, 43,5% à ampicilina, 37% à estreptomicina, 24% à vancomicina e à teicoplanina, e 11% à gentamicina. Cepas multirrestentes foram detectadas entre os isolados de alimentos e de amostras clínicas. Nos Enterococcus isolados de alimentos resistentes à tetraciclina foram detectados os genes tet M, tet L, tet K e tet C. Os genes ant6-Ia e aac(6’)-Ie/aph(2”)-Ia foram detectados em cepas de alimentos e de origem clínica. Com relação aos genes de virulência, entre os Enterococcus isolados de alimentos, 48% apresentaram o gene efaA, 42% o gelE, 37,5% o ace, 15% o as, 13% o esp e 11% o cyl. Entre os isolados clínicos, 61% apresentaram o gene ace, 56,5% o efaA, 43,5% o gelE, 11% o cyl e o esp e 6,5% o as. O gene hyl não foi detectado nesse estudo. Fenotipicamente, 63,5% foram positivos para gelatinase e 45% para citolisina entre os isolados de alimentos e 55% e 44,55% para gelatinase e citolisina, respectivamente, entre os clínicos. Entre os 102 isolados de alimentos, 62 foram identificados quanto à espécie, 59,5% foram identificados como E. faecalis, 22,5% como E. faecium e 18% como E. durans. Após análise do perfil de restrição de DNA de Enterococcus por PFGE, não foi observado similaridade entre as cepas de alimentos e clínicas. Esses alimentos podem representar um risco para a saúde dos consumidores, pois podem veicular Enterococcus spp. multirresistentes via cadeia alimentar, que além de causar infecções de difícil tratamento podem atuar como reservatórios para genes de resistência e de virulência.
id UNSP_0078d22161d418fe10c277acbf7bdb42
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/144522
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicasDetection and identification of antimicrobial resistance genes and virulence in Enterococcus spp. isolated from food and clinical samplesEnterococcusCarneQueijoResistênciaAntimicrobianosVirulênciaMeatCheeseResistanceAntimicrobialsVirulenceA resistência bacteriana aos antimicrobianos é um importante problema de saúde pública. Nos últimos anos tem sido frequente o isolamento de bactérias resistentes a partir de animais de produção e alimentos de origem animal. O objetivo desse estudo é identificar em Enterococcus spp. isolados de carnes (suína, bovina e frango) e de queijo Minas Frescal, o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos e a diversidade de genes de resistência aos antimicrobianos e de genes de virulência. Os resultados são comparados ao perfil observado em Enterococcus spp. isolados de pacientes internados em um hospital terciário no estado de São Paulo. Foram avaliados 102 Enterococcus spp. isolados de alimentos e 46 isolados clínicos. Entre os isolados de alimentos, 39% apresentaram resistência à tetraciclina, 32% à eritromicina, 17,5% à estreptomicina, 13% à norfloxacina, 10% ao cloranfenicol, 8% à ciprofloxacina e à fosfomicina, 6% à levofloxacina, 5,5% à quinupristina-dalfopristina, 4% à linezolida e à penicilina, 3,5% à moxifloxacina, 3% à ampicilina e 2% à gentamicina. Todos os Enterococcus spp. isolados de alimentos foram sensíveis à teicoplanina e à tigeciclina. Entre os isolados clínicos, 67,5% apresentaram resistência à ciprofloxacina, 56,5% à penicilina, 43,5% à ampicilina, 37% à estreptomicina, 24% à vancomicina e à teicoplanina, e 11% à gentamicina. Cepas multirrestentes foram detectadas entre os isolados de alimentos e de amostras clínicas. Nos Enterococcus isolados de alimentos resistentes à tetraciclina foram detectados os genes tet M, tet L, tet K e tet C. Os genes ant6-Ia e aac(6’)-Ie/aph(2”)-Ia foram detectados em cepas de alimentos e de origem clínica. Com relação aos genes de virulência, entre os Enterococcus isolados de alimentos, 48% apresentaram o gene efaA, 42% o gelE, 37,5% o ace, 15% o as, 13% o esp e 11% o cyl. Entre os isolados clínicos, 61% apresentaram o gene ace, 56,5% o efaA, 43,5% o gelE, 11% o cyl e o esp e 6,5% o as. O gene hyl não foi detectado nesse estudo. Fenotipicamente, 63,5% foram positivos para gelatinase e 45% para citolisina entre os isolados de alimentos e 55% e 44,55% para gelatinase e citolisina, respectivamente, entre os clínicos. Entre os 102 isolados de alimentos, 62 foram identificados quanto à espécie, 59,5% foram identificados como E. faecalis, 22,5% como E. faecium e 18% como E. durans. Após análise do perfil de restrição de DNA de Enterococcus por PFGE, não foi observado similaridade entre as cepas de alimentos e clínicas. Esses alimentos podem representar um risco para a saúde dos consumidores, pois podem veicular Enterococcus spp. multirresistentes via cadeia alimentar, que além de causar infecções de difícil tratamento podem atuar como reservatórios para genes de resistência e de virulência.Bacterial resistance to antibiotics is a major public health. In recent years there has often been the isolation of resistant bacteria from production and animal food animals. The aim of this study is to identify in Enterococcus spp. isolated from meat (pork, beef and chicken) and Frescal Minas cheese, susceptibility profile to antimicrobials and the diversity of antimicrobial resistance genes and virulence genes. The results are compared to the profile observed in Enterococcus spp. isolated from patients admitted to a tertiary hospital in São Paulo. One hundread two Enterococcus spp. were isolated from food and 46 were from clinical isolates. Resistances to different classes of antimicrobials has been observed, and among the isolates of food were resistant to tetracycline (39%), erythromycin (32%), Streptomycin (17.5%), norfloxacin (13%), chloramphenicol (10%), ciprofloxacin and fosfomycin (8%), levofloxacin (6%), quinupristin-dalfopristin (5.5%), penicillin and linezolid (4%), moxifloxacin (3.5%), ampicillin (3%) and gentamicin (2%). All Enterococcus spp. isolates from foods were sensitive to teicoplanin and tigecycline. Among clinical isolates, were resistant to ciprofloxacin (67.5%), penicillin (56.5%), ampicillin (43.5%), streptomycin (37%), vancomycin and teicoplanin (24%) and gentamicin (11%). Multidrug-resistant strains were detected among isolates from food and clinical samples. In Enterococcus spp. tetracycline resistant, the genes tet M, tet L, tet K and tet C were detected. The genes ant6-la and aac(6')-Ie/aph(2")-Ia were detected in strains of food and clinical origin. Regarding the virulence genes among Enterococcus isolates from food, 48% had the gene efaA, 42% the gelE, 37.5% the ace, 15% the as, 13% the esp and 11% the cyl. Among the clinical isolates, 61% had the ace, 56.5% the efaA, 43.5% the gelE, 11% the cyl and esp, and 6,5% the as. The hyl gene was not detected in this study. Phenotypically, 63.5% were positive for gelatinase and 45% for cytolysin A isolated from food and 55% and 44.55% for gelatinase and cytolysin, respectively, among clinicals. Among the 102 isolated from foods, 62 were identified as the species, 59.5% were identified as E. faecalis, E. faecium (22.5%) and E. durans (18%). After analysis of DNA restriction profile by PFGE, similarity between the strains of food and clinical was not observed. These foods may pose a risk to the health of consumers because they may serve of source of Enterococcus spp. multiresistant, which in addition to a cause infections difficult to treat can act as reservoirs for resistance genes and virulence.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nogueira, Mara Corrêa Lelles [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Simone Quintão [UNESP]2016-11-04T16:06:33Z2016-11-04T16:06:33Z2016-10-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14452200087519233004153074P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-11T06:25:35Zoai:repositorio.unesp.br:11449/144522Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-11T06:25:35Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
Detection and identification of antimicrobial resistance genes and virulence in Enterococcus spp. isolated from food and clinical samples
title Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
spellingShingle Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
Silva, Simone Quintão [UNESP]
Enterococcus
Carne
Queijo
Resistência
Antimicrobianos
Virulência
Meat
Cheese
Resistance
Antimicrobials
Virulence
title_short Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
title_full Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
title_fullStr Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
title_full_unstemmed Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
title_sort Detecção e identificação de genes de resistência aos antimicrobianos e de virulência em Enterococcus spp. isolados de alimentos e de amostras clínicas
author Silva, Simone Quintão [UNESP]
author_facet Silva, Simone Quintão [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Nogueira, Mara Corrêa Lelles [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Simone Quintão [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Enterococcus
Carne
Queijo
Resistência
Antimicrobianos
Virulência
Meat
Cheese
Resistance
Antimicrobials
Virulence
topic Enterococcus
Carne
Queijo
Resistência
Antimicrobianos
Virulência
Meat
Cheese
Resistance
Antimicrobials
Virulence
description A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um importante problema de saúde pública. Nos últimos anos tem sido frequente o isolamento de bactérias resistentes a partir de animais de produção e alimentos de origem animal. O objetivo desse estudo é identificar em Enterococcus spp. isolados de carnes (suína, bovina e frango) e de queijo Minas Frescal, o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos e a diversidade de genes de resistência aos antimicrobianos e de genes de virulência. Os resultados são comparados ao perfil observado em Enterococcus spp. isolados de pacientes internados em um hospital terciário no estado de São Paulo. Foram avaliados 102 Enterococcus spp. isolados de alimentos e 46 isolados clínicos. Entre os isolados de alimentos, 39% apresentaram resistência à tetraciclina, 32% à eritromicina, 17,5% à estreptomicina, 13% à norfloxacina, 10% ao cloranfenicol, 8% à ciprofloxacina e à fosfomicina, 6% à levofloxacina, 5,5% à quinupristina-dalfopristina, 4% à linezolida e à penicilina, 3,5% à moxifloxacina, 3% à ampicilina e 2% à gentamicina. Todos os Enterococcus spp. isolados de alimentos foram sensíveis à teicoplanina e à tigeciclina. Entre os isolados clínicos, 67,5% apresentaram resistência à ciprofloxacina, 56,5% à penicilina, 43,5% à ampicilina, 37% à estreptomicina, 24% à vancomicina e à teicoplanina, e 11% à gentamicina. Cepas multirrestentes foram detectadas entre os isolados de alimentos e de amostras clínicas. Nos Enterococcus isolados de alimentos resistentes à tetraciclina foram detectados os genes tet M, tet L, tet K e tet C. Os genes ant6-Ia e aac(6’)-Ie/aph(2”)-Ia foram detectados em cepas de alimentos e de origem clínica. Com relação aos genes de virulência, entre os Enterococcus isolados de alimentos, 48% apresentaram o gene efaA, 42% o gelE, 37,5% o ace, 15% o as, 13% o esp e 11% o cyl. Entre os isolados clínicos, 61% apresentaram o gene ace, 56,5% o efaA, 43,5% o gelE, 11% o cyl e o esp e 6,5% o as. O gene hyl não foi detectado nesse estudo. Fenotipicamente, 63,5% foram positivos para gelatinase e 45% para citolisina entre os isolados de alimentos e 55% e 44,55% para gelatinase e citolisina, respectivamente, entre os clínicos. Entre os 102 isolados de alimentos, 62 foram identificados quanto à espécie, 59,5% foram identificados como E. faecalis, 22,5% como E. faecium e 18% como E. durans. Após análise do perfil de restrição de DNA de Enterococcus por PFGE, não foi observado similaridade entre as cepas de alimentos e clínicas. Esses alimentos podem representar um risco para a saúde dos consumidores, pois podem veicular Enterococcus spp. multirresistentes via cadeia alimentar, que além de causar infecções de difícil tratamento podem atuar como reservatórios para genes de resistência e de virulência.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-11-04T16:06:33Z
2016-11-04T16:06:33Z
2016-10-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/144522
000875192
33004153074P9
url http://hdl.handle.net/11449/144522
identifier_str_mv 000875192
33004153074P9
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803047314065981440