Evolução bioquímica, nutricional e condição psicológica em cirurgia bariátrica: estudo de coorte de 2 anos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/152702 |
Resumo: | A obesidade é classificada pelo índice de massa corporal (IMC) superior a 30,00kg/m2, doença caracterizada pelo excesso de gordura, cuja prevalência está associada ao aumento do risco de doença crônica, podendo resultar em mortalidade precoce. Fatores genéticos, endócrinos, neurológicos, psicológicos e ambientais podem estar relacionados à doença. Com o avanço tecnológico na saúde, a procura pelo tratamento cirúrgico aumentou. Infelizmente, a maioria dos indivíduos considera a cirurgia como ponto final, mas é apenas uma ferramenta para controlar a doença, pois a mesma pode acarretar intercorrências associadas às adaptações do organismo como o reganho de peso e em alguns casos reaparecimento das comorbidades. Assim, questiona-se porque alguns indivíduos reganham peso e apresentam dificuldade de adaptação à nova condição e quais são os fatores que interferem nesse processo. O objetivo do presente estudo foi avaliar indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica e verificar se há relação entre condição psicológica e evolução dos indicadores bioquímicos e nutricionais durante dois anos pós-cirúrgico. Além disso, buscamos identificar quais indicadores são mais evidentes, quando ocorre o reganho de peso e qual o momento de maior risco na ocorrência do mesmo e a relação entre percepção do suporte familiar e sobrecarga do cuidado com o reganho de peso. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, caracterizado por coorte única seguida por 2 anos, cuja amostragem foi por conveniência. Após assinatura do TCLE, foram iniciadas as avaliações bioquímicas, nutricionais e psicológicas nos momentos pré-operatório, o M0 e pós-operatório, de 1, 3, 6, 12 e 24 meses, caracterizados como M1, M2, M3, M4 e M5, respectivamente. Os exames bioquímicos foram realizados de acordo com o protocolo do hospital, o peso e a estatura foram calculados para IMC e PEP (Perda de Excesso de Peso). Os instrumentos aplicados pela psicologia foram o EBADEP-A, ISSL, ISPF e Zarit. A entrada dos indivíduos operados ocorreu entre maio de 2014 a maio de 2015 e o acompanhamento e avaliação estendidos até maio de 2017. De forma qualitativa e descritiva, no período de 24 meses após cirurgia bariátrica, foram acompanhados 75 indivíduos, os quais consentiram a participação na pesquisa. Prevaleceu um grupo expressivo feminino de 81,33% (61) e 18,7% (14) do sexo masculino, com idade mediana de 38,47 (+- 8,4 anos). Nos valores bioquímicos ficaram evidenciadas alterações nos triglicérides e glicemia de jejum. A média de peso inicial foi de 121,1 kg e IMC de 45,5 para uma média de PEP de 26,6% no M5. Durante as avaliações psicológicas foram identificados o estresse, a variação de médio-alto e médio-baixo para suporte familiar. Não houve sintomatologia para depressão e a sobrecarga do cuidador foi avaliada apenas no momento pré-operatório. Diante do estudo realizado, conclui-se que a obesidade é uma doença multifatorial, na qual o indivíduo encontra dificuldades no seu dia a dia para alcançar o equilíbrio entre a sintomatologia psicológica, exames bioquímicos e controle nutricional. A procura por cirurgia bariátrica é maior entre as mulheres adultas, normalmente com comorbidades acentuadas. Pode haver reganho de peso após cirurgia bariátrica e esta relaciona-se com a condição psicológica, influenciando assim nos indicadores bioquímicos e nutricionais. |
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Evolução bioquímica, nutricional e condição psicológica em cirurgia bariátrica: estudo de coorte de 2 anosBiochemical, nutritional evolution and psychological condition in bariatric surgery: court study of 2 yearsCirurgia bariátricaComportamento psicológicoEvolução bioquímicaEvolução nutricionalObesidadeBariatric surgeryPsychological behaviorBiochemical evolutionNutritional evolutionObesityA obesidade é classificada pelo índice de massa corporal (IMC) superior a 30,00kg/m2, doença caracterizada pelo excesso de gordura, cuja prevalência está associada ao aumento do risco de doença crônica, podendo resultar em mortalidade precoce. Fatores genéticos, endócrinos, neurológicos, psicológicos e ambientais podem estar relacionados à doença. Com o avanço tecnológico na saúde, a procura pelo tratamento cirúrgico aumentou. Infelizmente, a maioria dos indivíduos considera a cirurgia como ponto final, mas é apenas uma ferramenta para controlar a doença, pois a mesma pode acarretar intercorrências associadas às adaptações do organismo como o reganho de peso e em alguns casos reaparecimento das comorbidades. Assim, questiona-se porque alguns indivíduos reganham peso e apresentam dificuldade de adaptação à nova condição e quais são os fatores que interferem nesse processo. O objetivo do presente estudo foi avaliar indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica e verificar se há relação entre condição psicológica e evolução dos indicadores bioquímicos e nutricionais durante dois anos pós-cirúrgico. Além disso, buscamos identificar quais indicadores são mais evidentes, quando ocorre o reganho de peso e qual o momento de maior risco na ocorrência do mesmo e a relação entre percepção do suporte familiar e sobrecarga do cuidado com o reganho de peso. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, caracterizado por coorte única seguida por 2 anos, cuja amostragem foi por conveniência. Após assinatura do TCLE, foram iniciadas as avaliações bioquímicas, nutricionais e psicológicas nos momentos pré-operatório, o M0 e pós-operatório, de 1, 3, 6, 12 e 24 meses, caracterizados como M1, M2, M3, M4 e M5, respectivamente. Os exames bioquímicos foram realizados de acordo com o protocolo do hospital, o peso e a estatura foram calculados para IMC e PEP (Perda de Excesso de Peso). Os instrumentos aplicados pela psicologia foram o EBADEP-A, ISSL, ISPF e Zarit. A entrada dos indivíduos operados ocorreu entre maio de 2014 a maio de 2015 e o acompanhamento e avaliação estendidos até maio de 2017. De forma qualitativa e descritiva, no período de 24 meses após cirurgia bariátrica, foram acompanhados 75 indivíduos, os quais consentiram a participação na pesquisa. Prevaleceu um grupo expressivo feminino de 81,33% (61) e 18,7% (14) do sexo masculino, com idade mediana de 38,47 (+- 8,4 anos). Nos valores bioquímicos ficaram evidenciadas alterações nos triglicérides e glicemia de jejum. A média de peso inicial foi de 121,1 kg e IMC de 45,5 para uma média de PEP de 26,6% no M5. Durante as avaliações psicológicas foram identificados o estresse, a variação de médio-alto e médio-baixo para suporte familiar. Não houve sintomatologia para depressão e a sobrecarga do cuidador foi avaliada apenas no momento pré-operatório. Diante do estudo realizado, conclui-se que a obesidade é uma doença multifatorial, na qual o indivíduo encontra dificuldades no seu dia a dia para alcançar o equilíbrio entre a sintomatologia psicológica, exames bioquímicos e controle nutricional. A procura por cirurgia bariátrica é maior entre as mulheres adultas, normalmente com comorbidades acentuadas. Pode haver reganho de peso após cirurgia bariátrica e esta relaciona-se com a condição psicológica, influenciando assim nos indicadores bioquímicos e nutricionais.Obesity is classified by a body mass index (BMI) of more than 30.00 kg/m2, a disease characterized by excess fat whose prevalence is associated with an increased risk of chronic disease and may cause early mortality. Genetic, endocrine, neurological, psychological and environmental factors may be related to the disease. With the technological advancement in health, the demand for surgical treatment has increased, however, most patients consider surgery as an end point, but it is only a tool to control the disease, since it can lead to complications associated with the body's adaptations such as weight regain. In some cases reappearance of comorbidities. Thus, it is questioned why some individuals regain weight and have difficulty in adapting to the new condition and what the factors that interfere in the process are. The objective of the study was to evaluate individuals submitted to bariatric surgery, whether there is any relation between psychological condition and evolution of biochemical and nutritional indicators, during 2 years post-surgery. As well as, identify which indicators are more evident, when the weight regain occurs, what is the moment of greatest risk of this occurring, and the relation between perception of the family support and overload of care with weight regain. It is a longitudinal prospective study, characterized by a single cohort followed for 2 years, whose sampling was for convenience. After signing the TCLE, it was started the biochemical, nutritional and psychological evaluations in the preoperative moment, M0, and postoperative, 1, 3, 6, 12 and 24 months, characterized as M1, M2, M3, M4 and M5, respectively. Biochemical examinations were performed according to the hospital protocol, weight and height were calculated for BMI and PEP (Loss of Excess Weight). The instruments applied by the psychology were EBADEP-A, ISSL, ISPF and Zarit. The entry of the operated individuals was from May 2014 to May 2015, followed and evaluated until May 2017. In a qualitative and descriptive way, during a period of 24 months after bariatric surgery, 75 individuals agreed to participate. It was shown a female expressive group of 81.33% (61) and 18.7% (14) males, with mean age of 38.47 (+ - 8.4 years). In biochemical values, changes in triglycerides and fasting glycaemia were evidenced. The initial mean weight was 121.1 kg and the BMI was 45.5 for a mean PEP of 26.6% in M5. During the psychological assessment, it was identified stress, a medium-high and medium-low range for family support was not symptomatic for depression and a caregiver overload was assessed only at the preoperative time. Faced with the study, obesity is a multifactorial disease in which the individual has difficulties in his daily life in balancing the psychological symptomatology with biochemical tests and nutritional control. The demand for bariatric surgery is higher among adult women, usually with marked comorbidities. There may be weight regain after bariatric surgery and this is related to a psychological condition, and thus influencing biochemical and nutritional indicators.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bocchi, Silvia Cristina Mangini [UNESP]Papini, Silvia Justina [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Veiga, Alessandro Gabriel Macedo2018-02-08T11:42:02Z2018-02-08T11:42:02Z2017-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15270200089668933004064085P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T14:40:10Zoai:repositorio.unesp.br:11449/152702Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T14:40:10Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A obesidade é classificada pelo índice de massa corporal (IMC) superior a 30,00kg/m2, doença caracterizada pelo excesso de gordura, cuja prevalência está associada ao aumento do risco de doença crônica, podendo resultar em mortalidade precoce. Fatores genéticos, endócrinos, neurológicos, psicológicos e ambientais podem estar relacionados à doença. Com o avanço tecnológico na saúde, a procura pelo tratamento cirúrgico aumentou. Infelizmente, a maioria dos indivíduos considera a cirurgia como ponto final, mas é apenas uma ferramenta para controlar a doença, pois a mesma pode acarretar intercorrências associadas às adaptações do organismo como o reganho de peso e em alguns casos reaparecimento das comorbidades. Assim, questiona-se porque alguns indivíduos reganham peso e apresentam dificuldade de adaptação à nova condição e quais são os fatores que interferem nesse processo. O objetivo do presente estudo foi avaliar indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica e verificar se há relação entre condição psicológica e evolução dos indicadores bioquímicos e nutricionais durante dois anos pós-cirúrgico. Além disso, buscamos identificar quais indicadores são mais evidentes, quando ocorre o reganho de peso e qual o momento de maior risco na ocorrência do mesmo e a relação entre percepção do suporte familiar e sobrecarga do cuidado com o reganho de peso. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, caracterizado por coorte única seguida por 2 anos, cuja amostragem foi por conveniência. Após assinatura do TCLE, foram iniciadas as avaliações bioquímicas, nutricionais e psicológicas nos momentos pré-operatório, o M0 e pós-operatório, de 1, 3, 6, 12 e 24 meses, caracterizados como M1, M2, M3, M4 e M5, respectivamente. Os exames bioquímicos foram realizados de acordo com o protocolo do hospital, o peso e a estatura foram calculados para IMC e PEP (Perda de Excesso de Peso). Os instrumentos aplicados pela psicologia foram o EBADEP-A, ISSL, ISPF e Zarit. A entrada dos indivíduos operados ocorreu entre maio de 2014 a maio de 2015 e o acompanhamento e avaliação estendidos até maio de 2017. De forma qualitativa e descritiva, no período de 24 meses após cirurgia bariátrica, foram acompanhados 75 indivíduos, os quais consentiram a participação na pesquisa. Prevaleceu um grupo expressivo feminino de 81,33% (61) e 18,7% (14) do sexo masculino, com idade mediana de 38,47 (+- 8,4 anos). Nos valores bioquímicos ficaram evidenciadas alterações nos triglicérides e glicemia de jejum. A média de peso inicial foi de 121,1 kg e IMC de 45,5 para uma média de PEP de 26,6% no M5. Durante as avaliações psicológicas foram identificados o estresse, a variação de médio-alto e médio-baixo para suporte familiar. Não houve sintomatologia para depressão e a sobrecarga do cuidador foi avaliada apenas no momento pré-operatório. Diante do estudo realizado, conclui-se que a obesidade é uma doença multifatorial, na qual o indivíduo encontra dificuldades no seu dia a dia para alcançar o equilíbrio entre a sintomatologia psicológica, exames bioquímicos e controle nutricional. A procura por cirurgia bariátrica é maior entre as mulheres adultas, normalmente com comorbidades acentuadas. Pode haver reganho de peso após cirurgia bariátrica e esta relaciona-se com a condição psicológica, influenciando assim nos indicadores bioquímicos e nutricionais. |
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