Revisão taxonômica do gênero Apostolepis Cope, 1862 (Serpentes, Dipsadidae, Xenodontinae, Elapomorphini)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/183407 |
Resumo: | Apostolepis Apostolepis é o gênero mais diversificado da Tribo Elapomorphini, composto por 40 espécies válidas, sendo 36 brasileiras e quatro que distribuem-se nas Guianas, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. Apostolepis é reconhecido como um dos grupos taxonomicamente mais problemáticos de Dipsadidae, principalmente por causa de descrições de espécies com informações insuficientes, por vezes baseadas em variações intraespecíficas e em indivíduos anômalos. Mais de 50 táxons nominais são relacionados a Apostolepis, dos quais 21 foram descritos nos últimos 30 anos e 35 baseados apenas no holótipo; vários já sinonimizados a espécies descritas anteriormente. Por causa dos hábitos de vida as espécies do gênero não são abundantemente encontradas, fazendo com que muitas espécies ainda sejam minimamente conhecidas e outras conhecidas apenas pelo holótipo. Combinando todos esses fatores, foram gerados muitos equívocos na identificação das espécies, contribuindo para uma sucessão massiva de controvérsias taxonômicas e resultando no insatisfatório entendimento da evolução, ecologia e história natural das espécies do grupo. Por essas razões este estudo objetivou revisar a taxonomia das espécies atualmente alocadas no gênero, examinando séries de museus nacionais e internacionais, através de visitas, empréstimos e dados enviados pelas instituições. Analisei caracteres merísticos de 1803 espécimes provenientes de 32 coleções científicas na América do Sul, Estados Unidos e Europa, referentes a 50 táxons nominais, de uma pequena parte observei a morfologia hemipeniana e craniana, de cerca de 817 espécimes obtive dados de coloração, folidose e morfométricos e do restante foram utilizados apenas características do padrão de coloração. Essas análises possibilitaram a definição correta dos táxons, verificação de sua validade, identificação de espécies possivelmente novas e a distribuição geográfica dos táxons válidos. Além da descrição de uma nova espécie, as mudanças taxonômicas propostas aqui são a revalidação de Apostolepis sanctaeritae, sinonimizada à A. cearensis; a sinonimização das espécies A. ammodites (a A. sanctaeritae), A. barrioi (a A. dimidiata), A. cerradoensis (a A. albicollaris), A. multicincta (a Apostolepis dorbignyi), A. roncadori (a Apostolepis vittata), A. serrana (a A. striata), A. tertulianobeui (a A. assimilis) e A. borellii e A. underwoodi (a A. nigroterminata); correção da grafia dos nomes A. ambinigra, A. arenaria e A. phillipsi e a indicação do nome Apostolepis lineata como nomen dubium. Ao final do estudo temos 31 espécies de Apostolepis válidas e algumas questões irresolutas, como a definição taxonômica do complexo Apostolepis longicaudata e a confirmação e descrição de duas possíveis espécies novas do Cerrado e écotono Cerrado-Amazônia. Esta revisão permite o reconhecimento das espécies válidas de Apostolepis, permitindo agora o estabelecimento de táxons terminais para análise filogenética, o que resultará em hipóteses direcionando a compreensão sobre a origem, evolução e biogeografia das espécies do gênero. |
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Revisão taxonômica do gênero Apostolepis Cope, 1862 (Serpentes, Dipsadidae, Xenodontinae, Elapomorphini)Taxonomic review of the genus Apostolepis Cope, 1862 (Serpentes, Dipsadidae, Xenodontinae, Elapomorphini)ClassificaçãoEvoluçãoSerpentes fossoriaisSistemáticaMorfologiaClassificationEvolutionSystematicFossorial snakesMorphologyApostolepis Apostolepis é o gênero mais diversificado da Tribo Elapomorphini, composto por 40 espécies válidas, sendo 36 brasileiras e quatro que distribuem-se nas Guianas, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. Apostolepis é reconhecido como um dos grupos taxonomicamente mais problemáticos de Dipsadidae, principalmente por causa de descrições de espécies com informações insuficientes, por vezes baseadas em variações intraespecíficas e em indivíduos anômalos. Mais de 50 táxons nominais são relacionados a Apostolepis, dos quais 21 foram descritos nos últimos 30 anos e 35 baseados apenas no holótipo; vários já sinonimizados a espécies descritas anteriormente. Por causa dos hábitos de vida as espécies do gênero não são abundantemente encontradas, fazendo com que muitas espécies ainda sejam minimamente conhecidas e outras conhecidas apenas pelo holótipo. Combinando todos esses fatores, foram gerados muitos equívocos na identificação das espécies, contribuindo para uma sucessão massiva de controvérsias taxonômicas e resultando no insatisfatório entendimento da evolução, ecologia e história natural das espécies do grupo. Por essas razões este estudo objetivou revisar a taxonomia das espécies atualmente alocadas no gênero, examinando séries de museus nacionais e internacionais, através de visitas, empréstimos e dados enviados pelas instituições. Analisei caracteres merísticos de 1803 espécimes provenientes de 32 coleções científicas na América do Sul, Estados Unidos e Europa, referentes a 50 táxons nominais, de uma pequena parte observei a morfologia hemipeniana e craniana, de cerca de 817 espécimes obtive dados de coloração, folidose e morfométricos e do restante foram utilizados apenas características do padrão de coloração. Essas análises possibilitaram a definição correta dos táxons, verificação de sua validade, identificação de espécies possivelmente novas e a distribuição geográfica dos táxons válidos. Além da descrição de uma nova espécie, as mudanças taxonômicas propostas aqui são a revalidação de Apostolepis sanctaeritae, sinonimizada à A. cearensis; a sinonimização das espécies A. ammodites (a A. sanctaeritae), A. barrioi (a A. dimidiata), A. cerradoensis (a A. albicollaris), A. multicincta (a Apostolepis dorbignyi), A. roncadori (a Apostolepis vittata), A. serrana (a A. striata), A. tertulianobeui (a A. assimilis) e A. borellii e A. underwoodi (a A. nigroterminata); correção da grafia dos nomes A. ambinigra, A. arenaria e A. phillipsi e a indicação do nome Apostolepis lineata como nomen dubium. Ao final do estudo temos 31 espécies de Apostolepis válidas e algumas questões irresolutas, como a definição taxonômica do complexo Apostolepis longicaudata e a confirmação e descrição de duas possíveis espécies novas do Cerrado e écotono Cerrado-Amazônia. Esta revisão permite o reconhecimento das espécies válidas de Apostolepis, permitindo agora o estabelecimento de táxons terminais para análise filogenética, o que resultará em hipóteses direcionando a compreensão sobre a origem, evolução e biogeografia das espécies do gênero.Apostolepis is the most diverse genus of the Tribe Elapomorphini. It is composed of 40 valid species, being 36 from Brazil and others distributed in the Guianas, Colombia, Peru, Bolivia, Paraguay and Argentina. The genus Apostolepis is recognized as one of the most problematically taxonomic groups of Dipsadidae because original species descriptions with insufficient information, sometimes based on intraspecific variations and anomalous specimens. More than 50 nominal taxa are related to Apostolepis, of which 21 were described in the last 30 years and 35 based only on the holotype; several taxa already synonimized to species described above. Because of life habits of species are not abundantly found, causing that many species are still minimally known and others known only by the holotype. Combining all these factors, many misunderstandings were generated in the identification of the species, contributing to a massive succession of taxonomic controversies and resulting in an unsatisfactory understanding of the evolution, ecology and natural history of the species. For these reasons, this study aimed to review the taxonomy of species currently allocated to the genus, examining series of European, South and North American museums through visits, loans and data sent by institutions. Of 1803 specimens from 32 scientific collections, referring to 50 nominal taxa I analyzed meristic characters, of small part I observed the hemipenian and cranial morphology, of about 817 specimens obtained data of coloration, folidosis and morphometry and from remainder were used only characteristics of the color pattern. These analyzes allowed the correct definition of the taxa, verification of their validity, identification of possibly new species and the geographical distribution of valid taxa. In addition to the description of the new species, the taxonomic changes proposed here are the revalidation of Apostolepis sanctaeritae, synonimized to A. cearensis; the synonymization of species A. ammodites (to A. sanctaeritae), A. barrioi (to A. dimidiata), A. cerradoensis (to A. albicollaris), A. multicincta (to Apostolepis dorbignyi), A. roncadori (to Apostolepis vittata), A. serrana (to A. striata), A. tertulianobeui (to A. assimilis), A. borellii and A. underwoodi (to A. nigroterminata); correction of the spelling of names A. ambinigra, A. arenaria and A. phillipsi and the name Apostolepis lineata suggested as nomen dubium. At the end of the revision we have 301 valid species of Apostolepis and some unsolved questions, such as the taxonomic definition of the Apostolepis longicaudata complex and the confirmation and description of two possible new species of the Cerrado and Cerrado-Amazonian ecotone. This study allows the valid species of Apostolepis to be recognized, allowing the establishment of terminal taxa for phylogenetic analysis, which will result in hypotheses about the origin, evolution and biogeography of species of the genus.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)CAPES: 001FAPESP: 2015/05047-0Universidade Estadual Paulista (Unesp)Zaher, Hussam El Dine [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)França, Daniella Pereira Fagundes de2019-09-03T13:54:33Z2019-09-03T13:54:33Z2018-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18340700092468233004137003P3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-03T06:11:50Zoai:repositorio.unesp.br:11449/183407Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:21:39.691123Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Apostolepis Apostolepis é o gênero mais diversificado da Tribo Elapomorphini, composto por 40 espécies válidas, sendo 36 brasileiras e quatro que distribuem-se nas Guianas, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. Apostolepis é reconhecido como um dos grupos taxonomicamente mais problemáticos de Dipsadidae, principalmente por causa de descrições de espécies com informações insuficientes, por vezes baseadas em variações intraespecíficas e em indivíduos anômalos. Mais de 50 táxons nominais são relacionados a Apostolepis, dos quais 21 foram descritos nos últimos 30 anos e 35 baseados apenas no holótipo; vários já sinonimizados a espécies descritas anteriormente. Por causa dos hábitos de vida as espécies do gênero não são abundantemente encontradas, fazendo com que muitas espécies ainda sejam minimamente conhecidas e outras conhecidas apenas pelo holótipo. Combinando todos esses fatores, foram gerados muitos equívocos na identificação das espécies, contribuindo para uma sucessão massiva de controvérsias taxonômicas e resultando no insatisfatório entendimento da evolução, ecologia e história natural das espécies do grupo. Por essas razões este estudo objetivou revisar a taxonomia das espécies atualmente alocadas no gênero, examinando séries de museus nacionais e internacionais, através de visitas, empréstimos e dados enviados pelas instituições. Analisei caracteres merísticos de 1803 espécimes provenientes de 32 coleções científicas na América do Sul, Estados Unidos e Europa, referentes a 50 táxons nominais, de uma pequena parte observei a morfologia hemipeniana e craniana, de cerca de 817 espécimes obtive dados de coloração, folidose e morfométricos e do restante foram utilizados apenas características do padrão de coloração. Essas análises possibilitaram a definição correta dos táxons, verificação de sua validade, identificação de espécies possivelmente novas e a distribuição geográfica dos táxons válidos. Além da descrição de uma nova espécie, as mudanças taxonômicas propostas aqui são a revalidação de Apostolepis sanctaeritae, sinonimizada à A. cearensis; a sinonimização das espécies A. ammodites (a A. sanctaeritae), A. barrioi (a A. dimidiata), A. cerradoensis (a A. albicollaris), A. multicincta (a Apostolepis dorbignyi), A. roncadori (a Apostolepis vittata), A. serrana (a A. striata), A. tertulianobeui (a A. assimilis) e A. borellii e A. underwoodi (a A. nigroterminata); correção da grafia dos nomes A. ambinigra, A. arenaria e A. phillipsi e a indicação do nome Apostolepis lineata como nomen dubium. Ao final do estudo temos 31 espécies de Apostolepis válidas e algumas questões irresolutas, como a definição taxonômica do complexo Apostolepis longicaudata e a confirmação e descrição de duas possíveis espécies novas do Cerrado e écotono Cerrado-Amazônia. Esta revisão permite o reconhecimento das espécies válidas de Apostolepis, permitindo agora o estabelecimento de táxons terminais para análise filogenética, o que resultará em hipóteses direcionando a compreensão sobre a origem, evolução e biogeografia das espécies do gênero. |
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