Polissemia nos usos do verbo ter: arbitrariedade ou iconicidade?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/100113 |
Resumo: | O objetivo desta pesquisa é descrever e analisar os usos do verbo ter no português brasileiro, de um ponto de vista diacrônico. De um ponto de vista funcionalista da linguagem, os usos auxiliares de ter teriam se desenvolvido um do outro mediante processos cognitivos como a metáfora e/ou a metonímia, a partir da noção de posse do verbo. Mais especificamente, o cline de mudança dos usos seria: ter pleno > ter auxiliar aspectual > ter auxiliar temporal > ter auxiliar modal. Como a mudança é lenta e gradativa, ela geraria a polissemia, num recorte sincrônico. A hipótese é que, na língua portuguesa brasileira, esse desenvolvimento não ocorreria; não haveria iconicidade entre a forma ter e as suas funções. Seguindo uma orientação funcionalista da linguagem, a pesquisa se baseia nos pressupostos teóricos de: i) Dik (1989; 1997) e Neves (2001; 2002), a respeito da gramática de orientação funcional; ii) Croft e Cruse (2004), Haiman (1980; 1985) e Langacker (1985), sobre a iconicidade e os mecanismos cognitivos de abstratização de sentido mencionados acima, a metáfora e a metonímia; e iii) Heine et alii (1991), Heine (1993) e Hopper (1991), a respeito da gramaticalização e dos princípios e propriedades inerentes a esse processo de mudança linguística. O universo de pesquisa compreende a adoção do “Corpus do Português” (disponível em: www.corpusdoportugues.org.br), que contém registros da língua do século XVI ao XX, provenientes de fontes textuais diversas. A escolha desse corpus se justifica pela hipótese de que os usos de ter seriam favorecidos por diferentes gêneros textuais. Os usos de ter são descritos em termos do cruzamento entre o estatuto categorial e o valor semântico do verbo, e analisados segundo a tipologia de Estado de Coisas de Dik (op. cit.) e os pressupostos teóricos que norteiam este estudo... |
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