Insuficiência cardíaca congestiva sistêmica em um cão filhote da raça Samoieda: relato de caso

• Autor(a) principal: Lima, Bruno Medolago de [UNESP]
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: Santos, Natália da Silva [UNESP], Manske, Luiza Raasch [UNESP], Jussiani, Giulia Gonçalves [UNESP], Pellissari, Maria Cecília Clarindo [UNESP], Março, Karen Santos [UNESP], Rozza, Daniela Bernadete [UNESP], Machado, Gisele Fabrino [UNESP]
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/243556
• topic: Patologia; Coração; Hipertrofia

Introdução: A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) consiste na perda gradual da capacidade do coração em bombear sangue, resultando em sinais clínicos inespecíficos e lesões extracardíacas de acordo com a sua classificação em esquerda (E) ou direita (D). As causas mais comuns incluem estenose e/ou insuficiência valvar, alterações congênitas, cardiomiopatias, arritmias e hipertensão pulmonar. Em filhotes a condição é rara e está geralmente associada a alterações congênitas. Relato de caso: Um canino, macho, Samoieda, 41 dias, apresentou episódio de dispnéia após refeição. Na madrugada do dia seguinte, apresentou vocalização excessiva e mímica de vômito; veio a óbito logo em seguida e foi encaminhado ao setor de Patologia Veterinária da FMVA-Unesp para exame necroscópico. O animal era proveniente de um canil comercial de criação da respectiva raça, e foi produto de um acasalamento consanguíneo. Resultados: Na necropsia, observou-se hidrotórax, hidropericárdio, cardiomegalia, hidroperitônio e hepatomegalia acentuada. O lúmen traqueal estava repleto de conteúdo branco espumoso e o pulmão apresentou congestão acentuada difusa. No ventrículo E observou-se hipertrofia concêntrica e no átrio E, dilatação; o miocárdio ventricular e o endocárdio atrial possuíam áreas multifocais esbranquiçadas, grosseiras e irregulares de aspecto calcário. As valvas atrioventriculares estavam espessadas e de aspecto nodular. O músculo papilar apresentava hipertrofia acentuada e as cordas tendíneas eram curtas e espessas. Microscopicamente no miocárdio, áreas multifocais a coalescentes de degeneração, necrose e mineralização de cardiomiócitos; as valvas atrioventriculares apresentaram matriz mixomatosa entremeada por abundante tecido conjuntivo fibroso. No lúmen alveolar foram visualizadas células do vício cardíaco. O fígado apresentou degeneração macro e microvacuolar difusa acentuada. Na zona medular do rim, havia nefrocalcinose medular bilateral discreta. Conclusões: Em virtude da gravidade das alterações degenerativas dos cardiomiócitos encontradas em um cão com menos de 60 dias e do histórico de consanguinidade, concluímos se tratar de anomalia de caráter congênito.