Semente de um devir alegria: intervenção psicossocial num asilo para idosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Yonezawa, Fernando Hiromi [UNESP]
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Cruz, Soráia Georgina Ferreira de Paiva [UNESP], Justo, José Sterza [UNESP]
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://proex.reitoria.unesp.br/congressos/Congressos/2__Congresso/Sa_de/Saude126.htm
http://hdl.handle.net/11449/148423
Resumo: Atualmente, quando vemos idosos freqüentando cursos de línguas, ginástica ou artesanato, entendemos que existe hoje a tendência de velhice se desfazer dos estigmas ligados à dor e tristeza que algumas vezes lhe é atribuída. Assim, no ano de 2002, decidimos nos engajar na tentativa de ampliar a proposta de oficinas de psicologia aplicada à terceira idade (do programa de Universidade Aberta à Terceira Idade da UNESP de Assis-SP) para dentro de uma instituição total, um asilo para idosos da cidade de Assis-SP. Neste trabalho disponibilizamos dinâmicas de grupo com os seguintes objetivos: criar um espaço de escuta e fala de si e do outro, que fortaleçam as relações identidade e de alteridade; criar vínculos grupais coletivos, que possibilitem a construção de novas relações face a face; incitar movimentos instituintes (tanto individual quanto coletivamente), que tragam o rompimento com os modelos de existência dados pela instituição, através da retomada da palavra, da ação e conseqüente reapropriação do próprio desejo. Como o trabalho no asilo não estava estabelecido, iniciamos com observações da dinâmica da instituição e com entrevistas abertas, que procuraram abranger o histórico de vida, os desejos e os gostos de cada sujeito. Assim, pudemos investigar as demandas da população e percebemos que o estabelecimento oferecia um pouco de um mundo, que acabava sendo visto pelo asilado como uma totalidade acabada, um sentido único de existência. Portanto, pudemos sentir falas desinteressadas e indiferentes com a vida. Embora nem sempre fossem falas queixosas e pessimistas, notamos que não havia nelas abertura em direção a um novo, a uma multiplicidade de sentidos para a vida. Dessa maneira, aleatoriamente formamos um pequeno grupo e passamos a promover encontros semanais com a duração aproximada de uma hora. Utilizando uma perspectiva de autogestão, preparamos cada oficina com o intuito de, a cada fala pessimista ou apática diante da vida, incluir questionamentos sobre como poderiam estar transformando sua situação, tanto como indivíduos, quanto como grupo, porém, sempre como sujeitos do desejo. Também queremos possibilitar a visualização de novas realidades, promovendo passeios e atividades artísticas, fora da instituição. Apostamos que as oficinas possam reaquecer o gosto pela vida e façam romper com a dependência, de forma que, em algum momento, a nossa presença se torne redundante e desnecessária para a promoção do novo e da multiplicidade, ou seja, que os próprios sujeitos asilados sejam capazes de gerar ações e movimentos instituintes num jogo dentro/fora da sociedade.
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