A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/100118
Resumo: Os índios Kaingáng do Oeste Paulista, após o processo de pacificação, foram levados a viver em aldeias, demarcadas pelo Governo e administradas pelo SPI – Serviço de Proteção ao índio (hoje FUNAI). A primeira aldeia que surgiu desse processo foi a de Icatu, localizada a 8 km da cidade Braúna, no Oeste Paulista. Os professores Kaingáng de Icatu atualmente demonstram a preocupação com o ensino da língua, já que, segundo eles, a fala e a escrita do Kaingáng do Sul não correspondem com a do Kaingáng de São Paulo e que há diferenças entre as duas variedades. Para verificar se as observações dos Kaingáng paulistas têm fundamento, propusemo-nos em descrever o dialeto Kaingáng paulista da aldeia Icatu, comparando-o com o dialeto Kaingáng do Sul. A hipótese é a de que a divergência entre as duas variedades do Kaingáng se deve ao contato do Kaingáng de Icatu com a língua terena, também falada nessa aldeia, e, principalmente, com o português, atualmente a primeira língua. Para tanto, investigamos a ordenação e as categorias Tempo, Modo e Aspecto (TAM), diferenciando aspectos morfossintáticos mais visíveis entre as duas variedades. Para averiguarmos a ordenação e a categorização do TAM no Kaingáng do Sul, utilizamos os trabalhos de Wiesemann (1967, 1971, 2002), D´Angelis (2004, 2005) e Gonçalves (2007, 2009a, 2009b, 2010a, 2010b). E, para mostramos os aspectos relacionados à sintaxe do Kaingáng paulista, embasamo-nos em Cavalcanti (1987), D´Angelis e Silva (2000), D´Angelis (2002a, 2002b, 2006a, 2006b, 2008a, 2008b). O corpus analisado compõe-se de sentenças e narrativas produzidas por professores Kaingáng da aldeia paulista de Icatu, com a ajuda de uma das falantes mais velhas. Ao compararmos o dialeto paulista de Icatu com o do Sul, notamos que, apesar de sua obsolescência e sua ortografia distanciada da ortografia do dialeto do Sul, a morfossintaxe...
id UNSP_1f1765be3cd9d8c16bf2e5d14ce2951b
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/100118
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcionalLinguísticaAnálise linguísticaFuncionalismo (Linguística)Indios Kaingang - LínguasÍndios Kaingang - São Paulo (Estado)Kaingáng of the São PauloVillage IcatuMultilingualismOrdering of wordsTAM (tense, aspect e mode)Os índios Kaingáng do Oeste Paulista, após o processo de pacificação, foram levados a viver em aldeias, demarcadas pelo Governo e administradas pelo SPI – Serviço de Proteção ao índio (hoje FUNAI). A primeira aldeia que surgiu desse processo foi a de Icatu, localizada a 8 km da cidade Braúna, no Oeste Paulista. Os professores Kaingáng de Icatu atualmente demonstram a preocupação com o ensino da língua, já que, segundo eles, a fala e a escrita do Kaingáng do Sul não correspondem com a do Kaingáng de São Paulo e que há diferenças entre as duas variedades. Para verificar se as observações dos Kaingáng paulistas têm fundamento, propusemo-nos em descrever o dialeto Kaingáng paulista da aldeia Icatu, comparando-o com o dialeto Kaingáng do Sul. A hipótese é a de que a divergência entre as duas variedades do Kaingáng se deve ao contato do Kaingáng de Icatu com a língua terena, também falada nessa aldeia, e, principalmente, com o português, atualmente a primeira língua. Para tanto, investigamos a ordenação e as categorias Tempo, Modo e Aspecto (TAM), diferenciando aspectos morfossintáticos mais visíveis entre as duas variedades. Para averiguarmos a ordenação e a categorização do TAM no Kaingáng do Sul, utilizamos os trabalhos de Wiesemann (1967, 1971, 2002), D´Angelis (2004, 2005) e Gonçalves (2007, 2009a, 2009b, 2010a, 2010b). E, para mostramos os aspectos relacionados à sintaxe do Kaingáng paulista, embasamo-nos em Cavalcanti (1987), D´Angelis e Silva (2000), D´Angelis (2002a, 2002b, 2006a, 2006b, 2008a, 2008b). O corpus analisado compõe-se de sentenças e narrativas produzidas por professores Kaingáng da aldeia paulista de Icatu, com a ajuda de uma das falantes mais velhas. Ao compararmos o dialeto paulista de Icatu com o do Sul, notamos que, apesar de sua obsolescência e sua ortografia distanciada da ortografia do dialeto do Sul, a morfossintaxe...The Kaingáng Indians from the western region of the State of São Paulo, after undergoing a pacification process, were taken to live in villages lined off by the government and managed by the Indian Protection Service [SPI - Serviço de Proteção ao Índio] (currently, FUNAI). Located 8 km away from the city of Braúna, in western São Paulo State, Icatu is the first village built out of this process. Currently, Kaingáng teachers from Icatu show concern about teaching the language, since, according to them, the spoken and written aspects of the Kaingáng from the South do not correspond to those of the Kaingáng from São Paulo. They also claim that there are differences between these two varieties. In order to verify that those claims about the Kaingáng from São Paulo are accurate, we endeavored in describing the Kaingáng dialect from São Paulo State, specifically from Icatu, comparing it to the Kaingáng dialect from the South. Our hypothesis suggests that the differences between both varieties of the Kaingáng are explained by the contact of the Kaingáng people from Icatu with the Terena language, also spoken in this village, and, mainly, with the Portuguese language, currently their first language. So, we investigated both the order and the Time, Mode and Aspect categories [TAM - Tempo, Modo, Aspecto], differentiating the most visible morphosyntactic aspects between the two varieties. In order to verify the order and the TAM categories in the Kaingáng from the South, we used written materials from Wiesemann (1967, 1971, 2002), D´Angelis (2004, 2005) and Gonçalves (2007, 2009a, 2009b, 2010a, 2010b). Also, in order to show the syntax-related aspects of the Kaingáng from São Paulo, we based our study on Cavalcanti (1987), D´Angelis e Silva (2000), D´Angelis (2002a, 2002b, 2006a, 2006b, 2008a, 2008b). The analyzed corpus is comprised of sentences and narratives put together... (Complete abstract click electronic access below)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pezatti, Erotilde Goreti [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]2014-06-11T19:30:28Z2014-06-11T19:30:28Z2011-08-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis261 f. : il. color.application/pdfSILVA, Maria Sueli Ribeiro da. A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional. 2011. 261 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011.http://hdl.handle.net/11449/100118000671258silva_msr_dr_sjrp.pdf33004153069P51169636505222013Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-07T06:09:19Zoai:repositorio.unesp.br:11449/100118Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:04:23.675443Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
title A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
spellingShingle A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]
Linguística
Análise linguística
Funcionalismo (Linguística)
Indios Kaingang - Línguas
Índios Kaingang - São Paulo (Estado)
Kaingáng of the São Paulo
Village Icatu
Multilingualism
Ordering of words
TAM (tense, aspect e mode)
title_short A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
title_full A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
title_fullStr A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
title_full_unstemmed A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
title_sort A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional
author Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]
author_facet Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pezatti, Erotilde Goreti [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Maria Sueli Ribeiro da [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Linguística
Análise linguística
Funcionalismo (Linguística)
Indios Kaingang - Línguas
Índios Kaingang - São Paulo (Estado)
Kaingáng of the São Paulo
Village Icatu
Multilingualism
Ordering of words
TAM (tense, aspect e mode)
topic Linguística
Análise linguística
Funcionalismo (Linguística)
Indios Kaingang - Línguas
Índios Kaingang - São Paulo (Estado)
Kaingáng of the São Paulo
Village Icatu
Multilingualism
Ordering of words
TAM (tense, aspect e mode)
description Os índios Kaingáng do Oeste Paulista, após o processo de pacificação, foram levados a viver em aldeias, demarcadas pelo Governo e administradas pelo SPI – Serviço de Proteção ao índio (hoje FUNAI). A primeira aldeia que surgiu desse processo foi a de Icatu, localizada a 8 km da cidade Braúna, no Oeste Paulista. Os professores Kaingáng de Icatu atualmente demonstram a preocupação com o ensino da língua, já que, segundo eles, a fala e a escrita do Kaingáng do Sul não correspondem com a do Kaingáng de São Paulo e que há diferenças entre as duas variedades. Para verificar se as observações dos Kaingáng paulistas têm fundamento, propusemo-nos em descrever o dialeto Kaingáng paulista da aldeia Icatu, comparando-o com o dialeto Kaingáng do Sul. A hipótese é a de que a divergência entre as duas variedades do Kaingáng se deve ao contato do Kaingáng de Icatu com a língua terena, também falada nessa aldeia, e, principalmente, com o português, atualmente a primeira língua. Para tanto, investigamos a ordenação e as categorias Tempo, Modo e Aspecto (TAM), diferenciando aspectos morfossintáticos mais visíveis entre as duas variedades. Para averiguarmos a ordenação e a categorização do TAM no Kaingáng do Sul, utilizamos os trabalhos de Wiesemann (1967, 1971, 2002), D´Angelis (2004, 2005) e Gonçalves (2007, 2009a, 2009b, 2010a, 2010b). E, para mostramos os aspectos relacionados à sintaxe do Kaingáng paulista, embasamo-nos em Cavalcanti (1987), D´Angelis e Silva (2000), D´Angelis (2002a, 2002b, 2006a, 2006b, 2008a, 2008b). O corpus analisado compõe-se de sentenças e narrativas produzidas por professores Kaingáng da aldeia paulista de Icatu, com a ajuda de uma das falantes mais velhas. Ao compararmos o dialeto paulista de Icatu com o do Sul, notamos que, apesar de sua obsolescência e sua ortografia distanciada da ortografia do dialeto do Sul, a morfossintaxe...
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-08-03
2014-06-11T19:30:28Z
2014-06-11T19:30:28Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv SILVA, Maria Sueli Ribeiro da. A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional. 2011. 261 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011.
http://hdl.handle.net/11449/100118
000671258
silva_msr_dr_sjrp.pdf
33004153069P5
1169636505222013
identifier_str_mv SILVA, Maria Sueli Ribeiro da. A língua kaingáng da aldeia paulista Icatu: uma descrição funcional. 2011. 261 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, 2011.
000671258
silva_msr_dr_sjrp.pdf
33004153069P5
1169636505222013
url http://hdl.handle.net/11449/100118
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 261 f. : il. color.
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv Aleph
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128750398734336