Análise das razões isotópicas de 87sr/86sr em mesossaurídeos do Membro Assistência da Formação Irati – SP

• Autor(a) principal: Lima, Bruna Numeriano da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252720
• topic: Paleogeografia; Geoquímica; Isótopos de estrôncio; Permiano; Paleogeography; Geochemistry; Strontium isotopes; Permian

A Formação Irati é a unidade basal do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná. Esta Formação é caracterizada por sua grande continuidade lateral, e exibe em seu registro geológico dois membros: Taquaral (inferior) e Assistência (superior). Neste trabalho, a porção alvo foi o Membro Assistência, característico por seu conteúdo fossilífero e camadas de folhelhos intercaladas com rochas dolomíticas. A unidade apresenta um contexto paleogeográfico restrito, definido como mar epicontinental. Apesar de a Formação já ter sido alvo de diversos estudos, o caráter anômalo de seu contexto paleoambiental e paleogeográfico ainda apresenta lacunas. No intuito de discutir sobre esses aspectos e obter novas informações acerca do contexto paleogeográfico e do paleoambiente, foram feitas análises geoquímicas isotópicas de estrôncio (isótopos 87Sr/86Sr) em fósseis de mesossaurídeos e em dolomitos do Membro Assistência. Foram analisadas 8 amostras no total, 6 de fósseis e 2 de rochas. As amostras foram analisadas no espectrômetro de massa multicoletor por termo-ionização. A partir destas análises, foi notada uma heterogeneidade isotópica entre as amostras, tanto em cada fóssil como em cada amostra de rocha. Além dessa heterogeneidade, as razões isotópicas obtidas se apresentam muito mais elevadas do que o esperado para o Permiano global, variando de 0,709682 a 0,711087. A partir desta análise foram discutidas quais as hipóteses para estes valores se mostrarem tão altos. A principal hipótese sugere que o contexto paleogeográfico e ambiente restrito da Formação Irati são os principais responsáveis pelos valores excedentes para o Permiano, devido ao fato de que ambientes restritos ou de conexão parcialmente limitada com o oceano podem apresentar uma pré-disposição para concentração de Sr radiogênico no ambiente deposicional, a depender da composição química das rochas que alimentaram o sistema deposicional. Por outro lado, discute-se a hipótese de que as amostras analisadas apresentam valores alterados por processos diagenéticos e pós-deposicionais. Desta forma, o presente trabalho buscou abordar, da maneira mais ampla possível, o significado dos valores elevados de 87/86Sr da Formação Irati e contribuir para o conhecimento acerca dessa unidade.