Análise de fácies sedimentares e quimioestratigrafia da Formação Teresina, Grupo Passa Dois, em Taguaí - SP e Joaquim Távora - PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coletta, Rafaela Casonatto Della
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/243783
Resumo: A Formação Teresina é uma unidade permiana localizada na porção superior do Grupo Passa Dois, Bacia do Paraná. Por corresponder a uma sucessão siliciclástica-carbonática com porções bem preservadas, esta Formação apresenta alto potencial para estudos paleoambientais. São raros estudos sedimentológicos e estratigráficos utilizando isótopos estáveis de carbono e oxigênio em rochas carbonáticas permianas da Bacia do Paraná. A ausência de um modelo sedimentar atrelado a dados geoquímicos e isotópicos adequados é fator complicante ao elucidar questões como: i) possível influência marinha na deposição da Formação Teresina; ii) grau de confinamento do mar interior permiano da Bacia do Paraná, e finalmente, iii) refinamento do modelo deposicional e definição das condições paleoambientais vigentes durante a sedimentação da Formação Teresina. No total foram descritas duas seções colunares abarcando oito fácies carbonáticas e três fácies siliciclásticas para a Formação Teresina nas regiões de Taguaí – SP e Joaquim Távora – PR. A análise e associação de fácies e microfácies carbonáticas permitiu caracterizar a sucessão como depositada em plataforma carbonática mista com características de foreshore, shoreface e offshore transition. Neste contexto, fácies terrígenas são indicativas de entrada pontual de material siliciclástico, possivelmente devido a causas climáticas. Os valores de δ13Ccarb variam entre -3,56 e +3,15 ‰ (PDB) e os valores de δ18Ocarb variam entre -5,17 e +7,87 ‰ (PDB). Não foi constatada relação clara entre a variação dos valores positivos e negativos e as diferentes fácies sedimentares. Ao analisar os sinais isotópicos de C e O nas seções estudadas, é possível inferir que durante o período de deposição da Formação Teresina (na região estudada) a bacia apresentava taxas de soterramento da matéria orgânica elevadas (sinal isotópico do C predominantemente positivo), com grande aporte de sedimentos. Com relação ao sinal isotópico de O, com predomínio de valores positivos, pode-se afirmar que existem indícios de que o ambiente era restrito (ou parcialmente restrito), com taxas de evaporação relativamente altas. A hipótese de que a Formação Teresina representa uma plataforma carbonática mista depositada em ambiente parcialmente salino e com alta taxa de evaporação é reforçada por diversos aspectos sedimentares e geoquímicos, destacando-se: i) presença de quartzina e do mineral glauconita; ii) presença de brechas microbialíticas e gretas de contração; e iii) presença de fósseis anomalamente pequenos associados à baixa abundância/diversidade icnológica.
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A ausência de um modelo sedimentar atrelado a dados geoquímicos e isotópicos adequados é fator complicante ao elucidar questões como: i) possível influência marinha na deposição da Formação Teresina; ii) grau de confinamento do mar interior permiano da Bacia do Paraná, e finalmente, iii) refinamento do modelo deposicional e definição das condições paleoambientais vigentes durante a sedimentação da Formação Teresina. No total foram descritas duas seções colunares abarcando oito fácies carbonáticas e três fácies siliciclásticas para a Formação Teresina nas regiões de Taguaí – SP e Joaquim Távora – PR. A análise e associação de fácies e microfácies carbonáticas permitiu caracterizar a sucessão como depositada em plataforma carbonática mista com características de foreshore, shoreface e offshore transition. Neste contexto, fácies terrígenas são indicativas de entrada pontual de material siliciclástico, possivelmente devido a causas climáticas. Os valores de δ13Ccarb variam entre -3,56 e +3,15 ‰ (PDB) e os valores de δ18Ocarb variam entre -5,17 e +7,87 ‰ (PDB). Não foi constatada relação clara entre a variação dos valores positivos e negativos e as diferentes fácies sedimentares. Ao analisar os sinais isotópicos de C e O nas seções estudadas, é possível inferir que durante o período de deposição da Formação Teresina (na região estudada) a bacia apresentava taxas de soterramento da matéria orgânica elevadas (sinal isotópico do C predominantemente positivo), com grande aporte de sedimentos. Com relação ao sinal isotópico de O, com predomínio de valores positivos, pode-se afirmar que existem indícios de que o ambiente era restrito (ou parcialmente restrito), com taxas de evaporação relativamente altas. A hipótese de que a Formação Teresina representa uma plataforma carbonática mista depositada em ambiente parcialmente salino e com alta taxa de evaporação é reforçada por diversos aspectos sedimentares e geoquímicos, destacando-se: i) presença de quartzina e do mineral glauconita; ii) presença de brechas microbialíticas e gretas de contração; e iii) presença de fósseis anomalamente pequenos associados à baixa abundância/diversidade icnológica.The Teresina Formation is a Permian unit located in the upper portion of the Passa Dois Group, Paraná Basin. As it corresponds to a siliciclastic-carbonate succession with well-preserved portions, this Formation has a high potential for paleoenvironmental studies. Rare sedimentological and stratigraphic studies applying stable isotopes of carbon and oxygen in Permian carbonate rocks from the Paraná Basin are available in the literature. The absence of a sedimentary model grounded on an appropriate geochemical and isotopic data is a complicating factor in order to elucidate questions such as: i) possible marine influence on the deposition of the Teresina Formation; ii) degree of confinement of the Permian inland sea of the Paraná Basin, and, iii) refinement of the depositional model and definition of the prevailing paleoenvironmental conditions during the sedimentation of the Teresina Formation. In total, two columnar sections comprising eight carbonate facies and three siliciclastic facies were described for the Teresina Formation in the regions of Taguaí – SP and Joaquim Távora – PR. The analysis and association of carbonate facies and microfacies allowed characterizing the succession as deposited on a mixed carbonate platform, comprising the foreshore, shoreface and offshore transition facies association. In this context, terrigenous facies would be indicative of punctual input of siliciclastic material, possibly due to climatic causes. The δ13Ccarb values vary between -3,56 and +3,15 ‰ (PDB), while the δ18Ocarb values vary between -5,17 and +7,87 ‰ (PDB). There is no clear relationship between the variation of positive and negative values and the different sedimentary facies. By analyzing the isotopic signals of C and O in the studied section, it is possible to infer that during the analyzed space and time interval, the basin presented high rates of organic matter burial (C isotopic signal predominantly positive). Regarding the O isotopic signal, with a predominance of positive values, there are indications that the environment was restricted (or partially restricted), with a relatively high evaporation rates. The hypothesis that the Teresina Formation represents a shallow carbonate platform, deposited in a partially saline environment and with a high evaporation rate is reinforced by several sedimentary and geochemical aspects, highlighting: i) presence of quartzine and the mineral glauconite; ii) presence of microbialite breccia and mud cracks; and iii) presence of anomalously small fossils associated with low ichnological abundance/diversity.Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Warren, Lucas Veríssimo [UNESP]Okubo, Juliana [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Coletta, Rafaela Casonatto Della2023-05-30T13:28:03Z2023-05-30T13:28:03Z2023-05-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/243783porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-20T06:09:31Zoai:repositorio.unesp.br:11449/243783Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:10:45.328021Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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