Mujer bonita es la que lucha: mulheres combatentes das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mercadante, Maria Aparecida Felix
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/238379
Resumo: Tradicionalmente, no estudo da guerra e dos conflitos armados as mulheres são recordadas como as principais vítimas da violência armada. Mulheres que buscam refugiar-se em outros países, que sofrem com o assassinato de filhos(as) companheiros(as) e que carregam as marcas da violência sexual como expressão de poder em seus corpos. Outras mulheres são recordadas ainda como mobilizadoras de manifestações e projetos pacifistas. Nessa pesquisa, o olhar é direcionado para mulheres que estão presentes nos grupos armados, que desafiam as expectativas e os estereótipos de gênero que associam as mulheres a uma ‘natureza’ pacífica, de vulnerabilidade e que, por fim, necessita de proteção. No contexto do conflito colombiano, encontramos as mulheres participando ativamente na complexa rede de atores armados que estão em confronto desde a metade do século XX. Em 2016, o processo de paz entre o governo e a guerrilha das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP) revelou a mobilização das mulheres e das organizações da sociedade civil para a inclusão da perspectiva de gênero como enfoque transversal do Acordo de Paz e mostrou que parte da força armada do grupo era composta por mulheres. Dessa forma, a pergunta que orienta o presente trabalho é: Qual o papel que as mulheres desempenharam no interior das FARC-EP durante o conflito colombiano? Questionamos ainda quem eram essas mulheres, porque entraram para as FARC-EP e como foi a experiência no interior do grupo armado. Realizamos um estudo de caráter qualitativo e à luz das contribuições da perspectiva feminista standpoint aliada com o uso de técnica de pesquisa bibliográfica e documental. Partimos das experiências das Mujeres Farianas, mobilizadas por meio da instrumentalização da memória das próprias ex-combatentes, o que possibilitou o resgate das vivencias e o dia a dia no interior da guerrilha. Concluímos que as mulheres no interior da organização exerceram múltiplos papeis que não podem ser resumidos apenas a vítimas ou perpetuadoras da violência. Recorrer às micronarrativas de vida de mulheres combatentes permitiu não apenas complexificar essas categorias, como mostrar um cenário mais completo para a compreensão da relação entre mulheres e grupo armados.
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Nessa pesquisa, o olhar é direcionado para mulheres que estão presentes nos grupos armados, que desafiam as expectativas e os estereótipos de gênero que associam as mulheres a uma ‘natureza’ pacífica, de vulnerabilidade e que, por fim, necessita de proteção. No contexto do conflito colombiano, encontramos as mulheres participando ativamente na complexa rede de atores armados que estão em confronto desde a metade do século XX. Em 2016, o processo de paz entre o governo e a guerrilha das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP) revelou a mobilização das mulheres e das organizações da sociedade civil para a inclusão da perspectiva de gênero como enfoque transversal do Acordo de Paz e mostrou que parte da força armada do grupo era composta por mulheres. Dessa forma, a pergunta que orienta o presente trabalho é: Qual o papel que as mulheres desempenharam no interior das FARC-EP durante o conflito colombiano? Questionamos ainda quem eram essas mulheres, porque entraram para as FARC-EP e como foi a experiência no interior do grupo armado. Realizamos um estudo de caráter qualitativo e à luz das contribuições da perspectiva feminista standpoint aliada com o uso de técnica de pesquisa bibliográfica e documental. Partimos das experiências das Mujeres Farianas, mobilizadas por meio da instrumentalização da memória das próprias ex-combatentes, o que possibilitou o resgate das vivencias e o dia a dia no interior da guerrilha. Concluímos que as mulheres no interior da organização exerceram múltiplos papeis que não podem ser resumidos apenas a vítimas ou perpetuadoras da violência. Recorrer às micronarrativas de vida de mulheres combatentes permitiu não apenas complexificar essas categorias, como mostrar um cenário mais completo para a compreensão da relação entre mulheres e grupo armados.Traditionally, in the study of war and armed conflict women were remembered as the main victims of armed violence. Women who seek refuge in other countries, who suffer from the murder of fellow children, and who carry the marks of sexual violence as an expression of power in their bodies. Other women are also remembered as mobilizers of demonstrations and pacifist projects. In this research, the look is directed to women who are present in armed groups, who challenge the expectations and gender stereotypes that associate women with a peaceful 'nature' of vulnerability and that, finally, needs protection. In the context of the Colombian conflict, we find women actively participating in the complex network of armed actors who have been in confrontation since the middle of the 20th century. In 2016, the peace process between the government and the guerrilla group Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP) revealed the mobilization of women and civil society organizations to include the gender perspective as a cross-cutting focus of the Peace Agreement and showed that part of the group's armed force was made up of women. Thus, the question that guides the present work is: What role did women play within the FARC-EP during the Colombian conflict? We also questioned who these women were, why they joined the FARC-EP, and how the experience was within the armed group. We conducted a qualitative study in light of contributions from the standpoint feminist perspective allied with bibliographic and documentary research techniques. We start from the experiences of the Mujeres Farianas, mobilized through the instrumentalization of the memory of the former combatants themselves, which made it possible to rescue the experiences and the day-to-day inside the guerrilla. We conclude that women within the organization have exercised multiple roles that cannot be summed up only as victims or perpetrators of violence. Resorting to the micronarratives of the lives of female combatants allowed not only to complex these categories but also to show a more complete scenario for understanding the relationship between women and armed groups.Tradicionalmente, en el estudio de la guerra y los conflictos armados, las mujeres son recordadas como las principales víctimas de la violencia armada. Mujeres que buscan refugio en otros países, que sufren el asesinato de sus niños y que llevan las marcas de la violencia sexual como expresión de poder en sus cuerpos. Otras mujeres también son recordadas como movilizadoras de manifestaciones y proyectos pacifistas. En esta investigación, la mirada se dirige a las mujeres que están presentes en grupos armados, que desafían las expectativas y los estereotipos de género que asocian a las mujeres con una "naturaleza" pacífica de vulnerabilidad y que, finalmente, necesita protección. En el contexto del conflicto colombiano, encontramos mujeres que participan activamente en la compleja red de actores armados que han estado en confrontación desde mediados del siglo 20. En 2016, el proceso de paz entre el gobierno y el grupo guerrillero Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP) reveló la movilización de mujeres y organizaciones de la sociedad civil para incluir la perspectiva de género como un enfoque transversal del Acuerdo de Paz y mostró que parte de la fuerza armada del grupo estaba conformada por mujeres. Por lo tanto, la pregunta que guía el presente trabajo es: ¿Qué papel jugaron las mujeres dentro de las FARC-EP durante el conflicto colombiano? También cuestionamos quiénes eran estas mujeres, por qué se unieron a las FARC-EP y cómo fue la experiencia dentro del grupo armado. Se realizó un estudio cualitativo y a la luz de las contribuciones del punto de vista feminista aliadas con el uso de la técnica de investigación bibliográfica y documental. Partimos de las experiencias de las Mujeres Farianas, movilizadas a través de la instrumentalización de la memoria de las propias excombatientes, lo que permitió rescatar las experiencias y el día a día dentro de la guerrilla. Concluimos que las mujeres dentro de la organización han ejercido múltiples roles que no pueden resumirse solo en víctimas o perpetuadores de violencia. Recurrir a las micro narrativas de la vida de las mujeres combatientes permitió no sólo complejizar estas categorías, sino también mostrar un escenario más completo para comprender la relación entre las mujeres y los grupos armados.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES PROCAD DEFESA: 88887.505416/2020-00Universidade Estadual Paulista (Unesp)Saint-Pierre, Héctor Luis [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Mercadante, Maria Aparecida Felix2022-12-21T13:01:44Z2022-12-21T13:01:44Z2022-11-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23837933004110044P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-07T06:07:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/238379Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:16:13.485106Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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