Estresse ocupacional, vulnerabilidade e estratégias de enfrentamento: intervenção em serviço de atendimento móvel de urgência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Josiane [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150098
Resumo: O tema estresse tem sido amplamente estudado e o ambiente de trabalho tem se tornado um espaço de grande incidência deste fenômeno. Os profissionais que atuam em Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão expostos diariamente a situações emergenciais e a diferentes eventos estressores que têm reflexo em seu desempenho laboral e na vida pessoal e familiar. O desenvolvimento de alternativas que visem a diminuição do sofrimento físico e emocional e que promovam melhorias no ambiente organizacional e na qualidade de vida do trabalhador faz-se necessário. É neste contexto que se insere o objetivo deste trabalho, que buscou identificar os efeitos de um programa de intervenção sobre a vulnerabilidade ao estresse e as estratégias de enfrentamento em profissionais de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Participaram 26 profissionais que fazem parte do SAMU de uma cidade do interior paulista, sendo: um médico, seis técnicos de enfermagem, cinco enfermeiros, cinco condutores socorristas, quatro auxiliares de serviços gerais, quatro técnicos auxiliares de regulação médica e um auxiliar administrativo. O programa foi composto por oito encontros desenvolvidos com base em discussões teóricas e atividades práticas, que abordaram temas relacionados ao estresse. As reuniões ocorreram no local de trabalho, durante o horário de expediente dos participantes e foram estruturadas de forma a fornecer informações e estimular a aprendizagem de novas habilidades comportamentais e práticas de enfrentamento. Com o intuito de permitir a análise da intervenção, o primeiro e o último encontro foram destinados à avaliação. Utilizou-se o questionário de identificação, a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT) e o Inventário de Coping de Folkman e Lazarus. O grupo foi composto por 13 mulheres e 13 homens. A média de idade foi de 36 anos, sendo a idade mínima de 23 e a máxima de 52 anos. Em relação à EVENT, na medida de estresse geral, a média no pré-manejo foi de 23,65 (DP 13,71) e no pós-manejo foi de 24,77 (DP 12,86), indicando que a população estudada apresentou baixa vulnerabilidade ao estresse no trabalho, tanto no momento anterior quanto posterior à intervenção. Quanto ao Inventário de Coping, houve a utilização tanto de estratégias focadas no problema quanto das centradas na emoção. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas em dois fatores do instrumento: 1 – Confronto e 6 – Fuga/Esquiva, que apresentaram queda, apontando para a diminuição no uso de ações agressivas e hostis, bem como, daquelas que visam evitar ou escapar do problema. Tais resultados indicam que o programa de intervenção trouxe mudanças na forma como os indivíduos interpretam e lidam com seu ambiente de trabalho, bem como, com as situações estressantes presentes nele. Este estudo, apesar de apresentar limitações que impedem a generalização de seus resultados, procurou contribuir para a promoção de reflexões voltadas para a aplicabilidade dos conhecimentos da psicologia no ambiente organizacional, auxiliando na construção de ferramentas que visem cuidar de profissionais que oferecem serviços de saúde, buscando atendimentos mais humanizados, uma vez que bons resultados dependem, principalmente, de equipes de trabalho saudáveis.
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É neste contexto que se insere o objetivo deste trabalho, que buscou identificar os efeitos de um programa de intervenção sobre a vulnerabilidade ao estresse e as estratégias de enfrentamento em profissionais de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Participaram 26 profissionais que fazem parte do SAMU de uma cidade do interior paulista, sendo: um médico, seis técnicos de enfermagem, cinco enfermeiros, cinco condutores socorristas, quatro auxiliares de serviços gerais, quatro técnicos auxiliares de regulação médica e um auxiliar administrativo. O programa foi composto por oito encontros desenvolvidos com base em discussões teóricas e atividades práticas, que abordaram temas relacionados ao estresse. As reuniões ocorreram no local de trabalho, durante o horário de expediente dos participantes e foram estruturadas de forma a fornecer informações e estimular a aprendizagem de novas habilidades comportamentais e práticas de enfrentamento. Com o intuito de permitir a análise da intervenção, o primeiro e o último encontro foram destinados à avaliação. Utilizou-se o questionário de identificação, a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT) e o Inventário de Coping de Folkman e Lazarus. O grupo foi composto por 13 mulheres e 13 homens. A média de idade foi de 36 anos, sendo a idade mínima de 23 e a máxima de 52 anos. Em relação à EVENT, na medida de estresse geral, a média no pré-manejo foi de 23,65 (DP 13,71) e no pós-manejo foi de 24,77 (DP 12,86), indicando que a população estudada apresentou baixa vulnerabilidade ao estresse no trabalho, tanto no momento anterior quanto posterior à intervenção. Quanto ao Inventário de Coping, houve a utilização tanto de estratégias focadas no problema quanto das centradas na emoção. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas em dois fatores do instrumento: 1 – Confronto e 6 – Fuga/Esquiva, que apresentaram queda, apontando para a diminuição no uso de ações agressivas e hostis, bem como, daquelas que visam evitar ou escapar do problema. Tais resultados indicam que o programa de intervenção trouxe mudanças na forma como os indivíduos interpretam e lidam com seu ambiente de trabalho, bem como, com as situações estressantes presentes nele. Este estudo, apesar de apresentar limitações que impedem a generalização de seus resultados, procurou contribuir para a promoção de reflexões voltadas para a aplicabilidade dos conhecimentos da psicologia no ambiente organizacional, auxiliando na construção de ferramentas que visem cuidar de profissionais que oferecem serviços de saúde, buscando atendimentos mais humanizados, uma vez que bons resultados dependem, principalmente, de equipes de trabalho saudáveis.Stress is a topic that has been widely studied, and the workplace has become a setting where its incidence is very high. Mobile Urgent Care staff is daily exposed to emergency situations and different stressor events that impact on job performance as well on personal and family life. The development of alternatives aimed at reducing physical and emotional suffering to improve the working environment and the worker’s quality of life is necessary. Within this framework, the objective of this study was to assess the effects of a stress vulnerability intervention program and coping strategies on the staff of a Mobile Urgent Care Unit (SAMU). Twenty-six SAMU staff members working in a town in São Paulo state, Brazil, participated in the study. Participants included a physician, six orderlies, five nurses, five urgent care drivers, four caretakers, four auxiliary medical regulatory technicians, and one administrative assistant. The program consisted of eight meetings that included stress-related discussions and practical activities. The meetings, held at the participants’ workplace during working hours, were designed to be informative and to stimulate the learning of new behavioral skills and coping practices. The assessment of the intervention was enabled by dedicating the first and the last meeting to data collection. An identification questionnaire, the Work Stress Vulnerability Scale (EVENT), and the Coping Inventory developed by Folkman and Lazarus were used. The study group comprised 13 females and 13 males. Mean age was 36 years, ranging from 23 to 52 years. Mean EVENT general stress score was 23.65 (SD 13.71) pre-management, and 24.77 (SD 12.86) post-management, indicating low stress vulnerability in the study population both before and after the intervention. Coping Inventory both problem-focused and emotion-focused strategies were used. Significant differences were only observed with regard to two factors: 1 – Confrontation, and 6 - Escape/Avoidance, which indicate reduction. This finding suggests that, after the intervention program, there was a decrease in the occurrence of aggressive and hostile actions, as well as in those aimed at avoiding or escaping from the problem. These results indicate that the intervention program has brought about changes in the way individuals interpret and deal with their work environment, as well as the stressful situations present in them. Despite its limitations that do not allow generalization, this study might add to scientific and social knowledge in psychology by contributing to the development of tools intended to help healthcare professionals searching to provide more humane care, whose success mostly relies on healthy work teams.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Calais, Sandra Leal [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fernandes, Josiane [UNESP]2017-04-11T17:32:45Z2017-04-11T17:32:45Z2017-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15009800088380833004056085P023126852548136590000-0001-5704-4643porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-04T06:28:29Zoai:repositorio.unesp.br:11449/150098Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T22:08:05.670420Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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