Experiência interacional na pandemia da COVID-19 em Unidade de Pronto Atendimento: construção de protocolo assistencial para a saúde dos profissionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rossi, Jossilaine Evangelista Lopes
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/235498
Resumo: Introdução: A pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), originária na China em dezembro de 2019, impactou e desestabilizou principalmente as áreas social, econômica e da saúde. Os profissionais da linha de frente, essenciais à assistência e cuidados à população, sofreram as consequências do aumento de demanda para os serviços público e privado do Brasil. As Unidades de urgência e emergência foram portas de entrada de pacientes críticos e não críticos afetados pela COVID-19, assim como os profissionais da equipe multiprofissional que também se contaminaram com o novo vírus e variantes. A sensibilização e os efeitos de novo processo de trabalho estabeleceu-se de forma contínua, devido aos números de casos e ao cenário epidemiológico à nível nacional, estadual e municipal. O desconhecimento inicial sobre a nova doença e a letalidade da doença causou medo e insegurança nos profissionais de saúde. A finalidade desse estudo foi compreender a experiencia interacional da equipe de saúde de uma Unidade de Pronto Atendimento. Objetivos: Compreender a experiência interacional dos profissionais da equipe de saúde, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e médicos, frente a pandemia da COVID-19; Elaborar um modelo teórico representativo da experiência; Construir um protocolo assistencial à saúde dos profissionais subsidiado pela compreensão da experiência. Métodos: estudo descritivo, qualitativo e subprojeto de um estudo tipo “guarda-chuva”, aprovado pelo comitê de ética sob parecer número 4.038.507; foram utilizados os referenciais teóricos do Interacionismo Simbólico e metodológico a Teoria Fundamentada nos dados; foi realizado durante a pandemia da COVID-19 em uma Unidade de Pronto Atendimento de uma cidade do interior paulista. A coleta de dados foi realizada de julho a outubro de 2020, com entrevistas virtuais via Google Meet, e presenciais no local do estudo. Os fenômenos revelados pela experiência interacional subsidiaram a elaboração do modelo teórico e interpretado à luz dos pressupostos conceituais do Interacionismo Simbólico. O produto do estudo constituiu-se em um protocolo assistencial de saúde mental aos profissionais da saúde e elaborado a partir da identificação da experiência relatada pelos participantes no enfrentamento da pandemia. Resultados: Emergiram 12 categorias; 20 subcategorias e sete subprocessos. O modelo teórico formulado apresentou-se como um espaço comum de trocas entre as experiencias dos profissionais e dos usuários. O protocolo foi constituído por objetivos, justificativa, responsabilidade de execução do protocolo, abrangência, descrição dos atendimentos, agendamento pelo setor de Recursos Humanos. Discussão: As entrevistas revelaram os fenômenos: medo e incertezas frente ao desconhecido e a morte; angústia de contaminar a família e colegas; a inexistência de vacinas; a falta de adesão da população; ausência de suporte psicológico, escassez de equipamentos de proteção; a sobrecarga de trabalho e a fragilidade frente as evidências cientificas sobre tratamento da COVID-19. Formulou-se o modelo teórico bidimensional: a população e os profissionais de saúde. Considerações finais: A experiência compreendida revelou desprovimento de uma rede de atenção e apoio aos profissionais. Faz-se essencial nos pós pandemia fortalecer a saúde dos profissionais e o sistema quanto aos recursos humanos essenciais e o alicerce da assistência à população com ações para o cuidado integral à saúde os profissionais da linha de frente.
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