Resposta fisiológica de alface a subdoses de maturadores utilizados em cana-de-açucar

• Autor(a) principal: Rodrigues, Juliana de Souza
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/191066
• topic: Herbicidas; Lactuca sativa; Saccharum spp; Herbicides

É prática comum durante o cultivo da cana-de-açúcar o uso de maturadores de forma antecipar a colheita. No entanto, considerando que pode haver cultivos próximos, como o de hortaliças, é importante ressaltar os cuidados necessários quando dá aplicação destes produtos, que é realizada por via aérea, a fim de evitar a deriva. Culturas sensíveis, como a da alface, podem sofrer efeitos deletérios. Sendo assim, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito da deriva dos maturadores glyphosate, trinexapac-ethyl e sulfometuron comumente utilizados em cana-de-açúcar no crescimento da alface ‘Lucy Brown’ e ‘Vanda’. O experimento foi instalado em ambiente aberto do Laboratório de Plantas Daninhas (LAPDA), UNESP/FCAV nos meses de outubro e novembro. Mudas de alface foram transplantadas para vaso com capacidade para 5 L, sendo cada planta a parcela experimental. O experimento foi constituído de 15 tratamentos estabelecidos no delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 3x5, com cinco repetições. O primeiro fator correspondeu aos maturadores e o segundo às subdoses, de forma a simular a deriva, sendo essas de 0, 3%, 6%, 9% e 12% da dose recomendada de cada produto, sendo aplicados quando as mudas apresentavam ao início da formação da cabeça, para a cultivar Lucy Brown e o estádio de 6 a 7 folhas para a cultivar Vanda. Após aplicação, as avaliações ocorreram aos 5, 10, 15 e 20 dias após aplicação (DAA). Foram realizadas avaliações visuais, com base na escala EWRC (1964), teor de clorofilas, eficiência quântica do fotossistema II, número de folhas, massa fresca e massa seca. Para a cultivar ‘Lucy Brown’ todos os produtos testados resultaram em danos visuais, redução no teor de clorofila aos 15 dias após aplicação, sem afetar a fluorescência da clorofila a, bem como redução da massa fresca e seca aos 20 dias após aplicação. Para a cultivar ‘Vanda”, sulfometuron methyl e trinexapac ethyl causaram danos visuais permanentes, enquanto para o glyphosate houve posterior recuperação das plantas. Os produtos reduziram os teores de clorofila, causaram alterações no fotossistema II, reduzindo a massa seca sem alterar número de folhas e massa fresca. Sendo assim, é possível concluir que já a partir de 3% da dose recomendada para maturação da cana-de-açúcar, o trinexapac-ethyl e sulfumeturon methyl podem acarretar em grandes prejuízos à cultura da alface ‘Lucy Brown’ e ‘Vanda’, quando aplicados início da formação da cabeça e no estádio de 6 a 7 folhas, respectivamente, enquanto o glyphosate até a dose de 12% da dose recomendada não causou danos irreversíveis à cultura