Integração das estruturas de complementação oracional no português brasileiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/103542 |
Resumo: | Esta tese discute os factivos, propostos por Kiparsky e Kiparsky (1970), e os implicativos, estudados amplamente por Karttunen (1973, 1971a, 1971b, 1970), que são verbos que possuem uma de suas posições argumentais preenchidas com um complemento oracional e estabelecem, em relação a esses complementos, determinadas relações semânticas de pressuposição (verbos factivos) ou de implicação (verbos implicativos), as quais apontam, respectivamente, para uma leitura marcada para a verdade e para a realização/não-realização efetiva do conteúdo contido no complemento. Considerando que essas propostas semânticas foram elaboradas no início da década de 1970, no auge da teoria gerativa, e que o arcabouço teórico em que se fundamenta esta abordagem remete a pontos do funcionalismo desenvolvidos por Dik (1989, 1997), Givón (1990), Lehmann (1988), propõe-se um tratamento dessas categorias verbais sem referência a (ou utilização de) termos que não se orientem pelo aporte funcionalista. Pela análise do escopo de operadores (meios gramaticais), como a negação e os modais, identificam-se, para o português brasileiro, os possíveis predicados verbais de uso factivo e de uso implicativo. O escopo desses meios gramaticais aliado à análise do escopo de satélites (meios lexicais) temporais e locativos permite estabelecer que as relações de factividade e de implicação começam a se instaurar, respectivamente, no nível da proposição e da predicação, conforme o modelo de análise da oração em camadas formulado por Dik (1989). Demonstra-se, também, que essas categorias verbais não são discretas, podendo-se observar uma fluidez de significado, posto que um mesmo predicado, como SABER, pode transitar por quase todas as subclasses semânticas estudadas. A categoria gramatical... |
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Integração das estruturas de complementação oracional no português brasileiroLingua portuguesa - GramaticaLinguísticaLíngua portuguesa - Gramática funcionalVerbos factivosVerbos implicativosLinguisticsEsta tese discute os factivos, propostos por Kiparsky e Kiparsky (1970), e os implicativos, estudados amplamente por Karttunen (1973, 1971a, 1971b, 1970), que são verbos que possuem uma de suas posições argumentais preenchidas com um complemento oracional e estabelecem, em relação a esses complementos, determinadas relações semânticas de pressuposição (verbos factivos) ou de implicação (verbos implicativos), as quais apontam, respectivamente, para uma leitura marcada para a verdade e para a realização/não-realização efetiva do conteúdo contido no complemento. Considerando que essas propostas semânticas foram elaboradas no início da década de 1970, no auge da teoria gerativa, e que o arcabouço teórico em que se fundamenta esta abordagem remete a pontos do funcionalismo desenvolvidos por Dik (1989, 1997), Givón (1990), Lehmann (1988), propõe-se um tratamento dessas categorias verbais sem referência a (ou utilização de) termos que não se orientem pelo aporte funcionalista. Pela análise do escopo de operadores (meios gramaticais), como a negação e os modais, identificam-se, para o português brasileiro, os possíveis predicados verbais de uso factivo e de uso implicativo. O escopo desses meios gramaticais aliado à análise do escopo de satélites (meios lexicais) temporais e locativos permite estabelecer que as relações de factividade e de implicação começam a se instaurar, respectivamente, no nível da proposição e da predicação, conforme o modelo de análise da oração em camadas formulado por Dik (1989). Demonstra-se, também, que essas categorias verbais não são discretas, podendo-se observar uma fluidez de significado, posto que um mesmo predicado, como SABER, pode transitar por quase todas as subclasses semânticas estudadas. A categoria gramatical...This thesis discusses factives, proposed by Kiparsky and Kiparsky (1970), and implicatives, studied extensively by Karttunen (1973, 1971a, 1971b, 1970), which are verbs that have an argument slot filled with a sentential complement, and establish, in relation to these complements, certain semantic relations of presupposition (factive verbs) or implication (implicative verbs), they point to, respectively, for a reading marked for truth and actually realization/non-realization of the content contained in the complement. Considering that these semantic proposals were elaborated in the early 1970s, at the apogee of the generative theory, and the theoretical framework in which this approach is based refers to points of functionalism developed by Dik (1989, 1997), Givón (1990), Lehmann (1988), it is proposed a treatment of these verbal categories without reference to (or use of) terms which are not guided by the functional contribution. By analyzing the scope of operators (grammatical means), like negation and modals, it is identified to the Brazilian Portuguese passible predicate verbs of factive and implicative use. The scope of these grammatical means together with the analysis of the scope of temporal and locative satellites (lexical means) establishes that the relations of factivity and implication begin to establish, respectively, at the level of proposition and predication, as the abstract underlying structure of the clause model formulated by Dik (1989). It is shown also that these verbal categories are not discrete and can be seen a fluidity of meaning, since the same predicate, as KNOW, can move for almost all semantic subclasses studied. The grammatical category of mood (indicative or subjunctive) of the embedded construction reveals that the factives Brazilian Portuguese can provide a reading of non-presupposition of truth... (Complete abstract click electronic access below)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Berlinck, Rosane de Andrade [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Domingos, Eliana Cristina [UNESP]2014-06-11T19:32:46Z2014-06-11T19:32:46Z2011-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis199 f. : il., gráfs., tabs.application/pdfDOMINGOS, Eliana Cristina. Integração das estruturas de complementação oracional no português brasileiro. 2011. 199 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2011.http://hdl.handle.net/11449/103542000676215domingos_ec_dr_arafcl.pdf33004030009P46009854924555046Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-06-13T14:21:29Zoai:repositorio.unesp.br:11449/103542Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:52:02.019112Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Esta tese discute os factivos, propostos por Kiparsky e Kiparsky (1970), e os implicativos, estudados amplamente por Karttunen (1973, 1971a, 1971b, 1970), que são verbos que possuem uma de suas posições argumentais preenchidas com um complemento oracional e estabelecem, em relação a esses complementos, determinadas relações semânticas de pressuposição (verbos factivos) ou de implicação (verbos implicativos), as quais apontam, respectivamente, para uma leitura marcada para a verdade e para a realização/não-realização efetiva do conteúdo contido no complemento. Considerando que essas propostas semânticas foram elaboradas no início da década de 1970, no auge da teoria gerativa, e que o arcabouço teórico em que se fundamenta esta abordagem remete a pontos do funcionalismo desenvolvidos por Dik (1989, 1997), Givón (1990), Lehmann (1988), propõe-se um tratamento dessas categorias verbais sem referência a (ou utilização de) termos que não se orientem pelo aporte funcionalista. Pela análise do escopo de operadores (meios gramaticais), como a negação e os modais, identificam-se, para o português brasileiro, os possíveis predicados verbais de uso factivo e de uso implicativo. O escopo desses meios gramaticais aliado à análise do escopo de satélites (meios lexicais) temporais e locativos permite estabelecer que as relações de factividade e de implicação começam a se instaurar, respectivamente, no nível da proposição e da predicação, conforme o modelo de análise da oração em camadas formulado por Dik (1989). Demonstra-se, também, que essas categorias verbais não são discretas, podendo-se observar uma fluidez de significado, posto que um mesmo predicado, como SABER, pode transitar por quase todas as subclasses semânticas estudadas. A categoria gramatical... |
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