O Direito na Saúde: Judicialização no Brasil e Caminhos de Efetivação em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carrijo, Danila
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/180287
Resumo: A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, reconhece a saúde como “um direito de todos e um dever do Estado”. Entretanto, como consequência às contrarreformas neoliberais, iniciadas a partir de 1990 e que objetivaram a retirada dos direitos e privatização das políticas sociais, muitos direitos que deveriam ser amplamente garantidos pelo Estado passam a não ter a sua efetivação concretizada, entre eles o direito à saúde. Diante do quadro, cidadãos brasileiros buscam judicialmente o direito à saúde e, assim, o Poder Judiciário, numa frequência cada vez maior, recebe processos de medicamentos, exames ou tratamentos de saúde, que não foram disponibilizados pelo SUS. Este fenômeno é denominado de judicialização do direito à saúde e está presente no Brasil desde a década de 1990, sendo evidenciado nos últimos anos grande aumento no número das demandas. O estudo realizado acerca deste fenômeno na Comarca de Franca objetivou identificar a efetividade do direito à saúde pela via judicial. Para tanto, realizou-se um estudo documental em ações judiciais (Justiça Estadual), com amostra obtida em período compreendido de março de 2014 a março de 2017. Buscou-se ainda, uma aproximação com a realidade de Portugal quanto ao direito à saúde, experiência possibilitada através do Programa Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), considerando que o citado país possui um sistema de saúde com semelhanças ao brasileiro. A questão central da investigação realizada em Portugal se relaciona aos caminhos do acesso à saúde em Lisboa e região. Em ambos os estudos foi adotada a abordagem qualitativa e a metodologia também pautada na revisão bibliográfica, com referencial teórico de autores que discutem o tema e questões afins. No estudo no exterior foram realizadas entrevistas semiestruturadas com assistentes sociais de hospitais de Lisboa e região. As análises dos dados ocorreram através de categorias que emergiram da realidade concreta. Os resultados no Brasil apontaram para o deferimento judicial dos pedidos dos casos estudados, à exceção dos medicamentos ainda não aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Quanto ao estudo em Portugal, os relatos das profissionais evidenciaram que, não obstante não haver judicialização no citado país, não se pode concluir a garantia de atendimento de “tudo para todos”. Identifica-se que o enfrentamento do contexto da saúde no Brasil aponta para a relevância de práticas multiprofissionais e, aos atores fica o desafio da judicialização, entre eles, os assistente sociais, salientando que as inovações quanto ao direito à saúde no pós 1988 trouxeram mudanças muito significativas, que vão ao encontro do Projeto Ético-Político do Serviço Social, mas que por outro lado, representam um desafio ao profissional, devido à conjuntura atual da saúde no Brasil.
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Diante do quadro, cidadãos brasileiros buscam judicialmente o direito à saúde e, assim, o Poder Judiciário, numa frequência cada vez maior, recebe processos de medicamentos, exames ou tratamentos de saúde, que não foram disponibilizados pelo SUS. Este fenômeno é denominado de judicialização do direito à saúde e está presente no Brasil desde a década de 1990, sendo evidenciado nos últimos anos grande aumento no número das demandas. O estudo realizado acerca deste fenômeno na Comarca de Franca objetivou identificar a efetividade do direito à saúde pela via judicial. Para tanto, realizou-se um estudo documental em ações judiciais (Justiça Estadual), com amostra obtida em período compreendido de março de 2014 a março de 2017. Buscou-se ainda, uma aproximação com a realidade de Portugal quanto ao direito à saúde, experiência possibilitada através do Programa Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), considerando que o citado país possui um sistema de saúde com semelhanças ao brasileiro. A questão central da investigação realizada em Portugal se relaciona aos caminhos do acesso à saúde em Lisboa e região. Em ambos os estudos foi adotada a abordagem qualitativa e a metodologia também pautada na revisão bibliográfica, com referencial teórico de autores que discutem o tema e questões afins. No estudo no exterior foram realizadas entrevistas semiestruturadas com assistentes sociais de hospitais de Lisboa e região. As análises dos dados ocorreram através de categorias que emergiram da realidade concreta. Os resultados no Brasil apontaram para o deferimento judicial dos pedidos dos casos estudados, à exceção dos medicamentos ainda não aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Quanto ao estudo em Portugal, os relatos das profissionais evidenciaram que, não obstante não haver judicialização no citado país, não se pode concluir a garantia de atendimento de “tudo para todos”. Identifica-se que o enfrentamento do contexto da saúde no Brasil aponta para a relevância de práticas multiprofissionais e, aos atores fica o desafio da judicialização, entre eles, os assistente sociais, salientando que as inovações quanto ao direito à saúde no pós 1988 trouxeram mudanças muito significativas, que vão ao encontro do Projeto Ético-Político do Serviço Social, mas que por outro lado, representam um desafio ao profissional, devido à conjuntura atual da saúde no Brasil.The Federal Constitution of 1988, on its article 196, recognizes health as "a right of all and a duty of the State". However, due to Liberal counterreforms started by 1990 and aimed at the removal of rights and privatization of social policies, many rights that should be guaranteed by the State are still not enforced - among them the right to health. In this scenario, Brazilians seek in Court the right to health; thus, the Judiciary, in a growing frequency, is faced daily with lawsuits claiming for medicines and health treatments, which were not provided by the power public. This phenomenon is called the judicialization of the right to health and is noticeable in Brazil since the 1990s, with a large increase in the number of cases being evidenced in recent years. The research carried out about the phenomenon in the region of Franca/SP/Brazil aimed to identify the effectiveness of the right to health through the judicial process. To this end, we conduced a research of documents in lawsuits (State Court), with a sample collected in the period comprehended between March 2014 to March 2017. Also, the present research offers an approach on the reality of Portugal regarding the right to health, possible through Doctoral Sandwich Program Abroad (PDSE), evidencing that Portugal has a health care system with similarities to the Brazilian system. The central question of research carried out in Portugal relates to paths of access to healthcare in Lisbon and region. In both studies it has been adopted a qualitative approach and methodology also based on literature review, with theoretical framework of authors who discuss the topic and related issues. Partially-structured interviews with social workers in hospitals of Lisbon and region were conduced in the research abroad. The data analysis appeared through categories that emerged from the concrete reality. The results in Brazil pointed that the Judicial Court has accepted all the requests (regarding the assessed cases of the present research), except for drugs that have not been approved by the Health Agency ANVISA until now. Regarding the research in Portugal, the reports of professionals showed that, despite the lack of judicialization in that country, it cannot be concluded the attendance of "everything for everyone". We have identified that the confrontation of the context of health in Brazil points to the relevance of multiprofessionalism and practices, as well as to challenges towards judicialization - among them, the social worker, emphasizing that the innovations regarding the right to health in the post 1988 brought very significant changes that by one side are related to the Ethical-political Project of Social Service, but that on the other hand, represent a challenge to the professional, due to the current situation of health in Brazil.La Constitución Federal de 1988, en su artículo 196, reconoce la salud como "un derecho de todos y un deber del estado". Sin embargo, como consecuencia las contrarreformas neoliberales, que empezaron a partir de 1990 y que tenían como objetivo quitar los derechos y la privatización de las políticas sociales, muchos derechos que deberían ser amplamente garantizados por el Estado pasan a no tener su ejecución, entre ellos el derecho a la salud. Delante de esta situación, los brasileños se ven obligados a buscar en la justicia sus derechos, aumentando cada día más los procesos, unos requieren medicamentos otros análisis y otros tratamientos, que no fueron proporcionados por la asistencia sanitaria – SUS. Este. Este fenómeno se denomina judicialización del derecho a la salud y está presente en Brasil desde 1990, siendo que en los últimos años un aumento del número de demandas. El estudio hecho sobre este fenómeno en el municipio de Franca tubo como meta identificar la efectividad del derecho a la salud pública por la via judicial. Para eso se hizo un estudio de los documentos relacionados a las acciones juciciales (Justicia Estadual). Con la muestra de este resultado obtenido dentro del período de marzo de 2014 a marzo de 2017. Se busco aun un acercamiento con la realidad de Portugal con respecto al derecho a la salud, esta experiencia se hizo posible a través de “Programa Doutorado Sanduíche no Exterior” (PDSE), considerando que dicho país posee un sistema de salud semejante al brasileño. La cuestión central de la investigación hecha en Portugal se relaciona a los caminos de aceso a la salud en Lisboa y región. En ambos estudios fue adoptado un abordaje cualitativa y la metodología también fue pautada la revisión bibliografica, con referenciales teóricos de autores que discuten el tema y cuestiones semejantes. En el estudio hecho, en el extranjero se llevaron a cabo entrevistas semiestructuradas con los trabajadores sociales de los hospitales de Lisboa y región. Los análisis de los datos se dieron a través de las categorías que emergieron de la realidad concreta. Los resultados en Brasil aputan para la aceptación judicial de los pedidos de los casos estudiados, exepto los medicamentos que aun no fueron aprobados por la Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Con respecto al estudio en Portugal, los relatos de las profesionales comprobaron que a pesar de no haber judicialización en dicho país, no puede concluir que se garantiza el atendimento de "todo para todos". Se identifica que el enfrentamiento del contexto de salud en Brasil apunta para la importancia de las prácticas multiprofesionales y, a los actores les queda el reto de la judicialización, entre ellos, los trabajadores sociales, destacando que las innovaciones con respecto a la salud después de 1988 trajeron cambios muy significativos, que van de encuentro al proyecto Ético-Político del Trabajo Social, no obstante por otro lado, presentan un reto al profesional debido a la conjuntura actual de la salud en Brasil.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 88881.135101/2016-01Universidade Estadual Paulista (Unesp)Oliveira, Cirlene Aparecida Hilário da Silva [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Carrijo, Danila2018-12-19T16:32:59Z2018-12-19T16:32:59Z2018-09-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18028700091109733004072067P207511553777609450000-0003-0045-5956porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-26T19:37:28Zoai:repositorio.unesp.br:11449/180287Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-06-26T19:37:28Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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