O conselheiro/orientador espiritual Frei António das Chagas nas Cartas Espirituais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/181378 |
Resumo: | Em razão de poucos estudos sobre o autor Frei António das Chagas, esta pesquisa aborda uma de suas principais obras: as Cartas Espirituais. Chagas, nome religioso de António da Fonseca Soares (1631 a 1682), ao se tornar franciscano em 1662, foi representante vivo da dualidade encontrada no seiscentismo português, uma vez que dividiu sua vida entre o laicismo e a religiosidade. A essência do autor, condizente com o período referido, trata das dualidades corpo e alma, condenação e salvação, vícios mundanos e virtudes divinas, uma vez que parte de sua vida foi voltada aos prazeres e à guerra, depois, tocada pela religião. Nessa fase, o Frei produz, entre outros escritos, cartas com um forte apelo místico de uma autêntica poesia religiosa. As Cartas Espirituais resultam de compilação “post mortem” do autor e são apresentadas em dois volumes, perfazendo o total de 380 cartas, escritas entre 1662 a 1682. A obra reflete o momento de sua maturidade espiritual e procura preparar o espírito de seu leitor para o desengano do mundo e a negação de si. Assim, o Frei Chagas compõe discursos articulados por diversos recursos retóricos, produzindo efeitos e sentidos na intenção de comover e persuadir seus destinatários, aconselhando-os e orientando-os na busca da salvação de suas almas. Frei Chagas não foi só o missionário religioso, mas demonstrou experiência literária, que, por meio de suas cartas, transpõe o tempo. Guiado por seu amor a Deus e consciente de si, o seu discurso efetiva, reitera e consolida a sua ação de “missionário”, tendo como principal modelo argumentativo de refutação a sua própria experiência mundana, enquanto poeta/militar António da Fonseca Soares. Para análise dessas singularidades, recorremos aos campos da Retórica e da Poética, heranças da Antiguidade clássica, debatendo os modelos emulados pelo autor a partir de Aristóteles, valendo-nos de alguns referenciais teóricos de autores atuais como Lausberg, Perelman e Cherubim, no campo da retórica e da estilística e, por outro lado, Pécora, Hansen e Carvalho, na sistematização do ambiente luso-brasileiro do século XVII. |
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O conselheiro/orientador espiritual Frei António das Chagas nas Cartas EspirituaisThe spiritual counselor / counselor Frei António das Chagas in Spiritual LettersFrei António das ChagasCartas EspirituaisRetórica e PoéticaArgumentaçãoEm razão de poucos estudos sobre o autor Frei António das Chagas, esta pesquisa aborda uma de suas principais obras: as Cartas Espirituais. Chagas, nome religioso de António da Fonseca Soares (1631 a 1682), ao se tornar franciscano em 1662, foi representante vivo da dualidade encontrada no seiscentismo português, uma vez que dividiu sua vida entre o laicismo e a religiosidade. A essência do autor, condizente com o período referido, trata das dualidades corpo e alma, condenação e salvação, vícios mundanos e virtudes divinas, uma vez que parte de sua vida foi voltada aos prazeres e à guerra, depois, tocada pela religião. Nessa fase, o Frei produz, entre outros escritos, cartas com um forte apelo místico de uma autêntica poesia religiosa. As Cartas Espirituais resultam de compilação “post mortem” do autor e são apresentadas em dois volumes, perfazendo o total de 380 cartas, escritas entre 1662 a 1682. A obra reflete o momento de sua maturidade espiritual e procura preparar o espírito de seu leitor para o desengano do mundo e a negação de si. Assim, o Frei Chagas compõe discursos articulados por diversos recursos retóricos, produzindo efeitos e sentidos na intenção de comover e persuadir seus destinatários, aconselhando-os e orientando-os na busca da salvação de suas almas. Frei Chagas não foi só o missionário religioso, mas demonstrou experiência literária, que, por meio de suas cartas, transpõe o tempo. Guiado por seu amor a Deus e consciente de si, o seu discurso efetiva, reitera e consolida a sua ação de “missionário”, tendo como principal modelo argumentativo de refutação a sua própria experiência mundana, enquanto poeta/militar António da Fonseca Soares. Para análise dessas singularidades, recorremos aos campos da Retórica e da Poética, heranças da Antiguidade clássica, debatendo os modelos emulados pelo autor a partir de Aristóteles, valendo-nos de alguns referenciais teóricos de autores atuais como Lausberg, Perelman e Cherubim, no campo da retórica e da estilística e, por outro lado, Pécora, Hansen e Carvalho, na sistematização do ambiente luso-brasileiro do século XVII.Due to few studies about the author Frei António das Chagas, this research addresses one of his main works: the Spiritual Letters. Chagas, religious name of António da Fonseca Soares (1631 to 1682), when becoming a Franciscan in 1662, was a living representative of the duality found in Portuguese seiscentism, since he divided his life between secularism and religiosity. The essence of the author, corresponding to the period referred, deals with the dualities body and soul, condemnation and salvation, worldly vices and divine virtues, since part of his life was turned to pleasures and war, then touched by religion. In this phase, the Friar produces, among other writings, letters with a strong mystical appeal of an authentic religious poetry. The Spiritual Letters result from the author's postmortem compilation and are presented in two volumes, making a total of 380 letters, written between 1662 and 1682. The work reflects the moment of his spiritual maturity and seeks to prepare the spirit of his reader for the disillusionment of the world and the denial of self. Thus, Frei Chagas composes discourses articulated by various rhetorical resources, producing effects and meanings in the intention of moving and persuading its recipients, advising them and guiding them in the search for the salvation of their souls. Frei Chagas was not only the religious missionary, but he demonstrated literary experience, which, through his letters, transposed time. Guided by his love for God and conscious of himself, his effective discourse reiterates and consolidates his "missionary" action, having as main argumentative model of refutation his own worldly experience as poet / military António da Fonseca Soares. In order to analyze these singularities, we resort to the fields of Rhetoric and Poetics, inheritances of classical antiquity, debating the models emulated by the author from Aristotle, using some theoretical references of current authors such as Lausberg, Perelman and Cherubim, in the field of rhetoric and stylistics, and, on the other hand, Pécora, Hansen and Carvalho, in the systematization of the Luso-Brazilian environment of the seventeenth century.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES - 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Moraes, Carlos Eduardo Mendes de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nogueira, Andréa Scavassa Vecchia2019-04-04T21:47:34Z2019-04-04T21:47:34Z2019-02-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18137800091464433004048019P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T13:23:21Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181378Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:34:13.195625Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Em razão de poucos estudos sobre o autor Frei António das Chagas, esta pesquisa aborda uma de suas principais obras: as Cartas Espirituais. Chagas, nome religioso de António da Fonseca Soares (1631 a 1682), ao se tornar franciscano em 1662, foi representante vivo da dualidade encontrada no seiscentismo português, uma vez que dividiu sua vida entre o laicismo e a religiosidade. A essência do autor, condizente com o período referido, trata das dualidades corpo e alma, condenação e salvação, vícios mundanos e virtudes divinas, uma vez que parte de sua vida foi voltada aos prazeres e à guerra, depois, tocada pela religião. Nessa fase, o Frei produz, entre outros escritos, cartas com um forte apelo místico de uma autêntica poesia religiosa. As Cartas Espirituais resultam de compilação “post mortem” do autor e são apresentadas em dois volumes, perfazendo o total de 380 cartas, escritas entre 1662 a 1682. A obra reflete o momento de sua maturidade espiritual e procura preparar o espírito de seu leitor para o desengano do mundo e a negação de si. Assim, o Frei Chagas compõe discursos articulados por diversos recursos retóricos, produzindo efeitos e sentidos na intenção de comover e persuadir seus destinatários, aconselhando-os e orientando-os na busca da salvação de suas almas. Frei Chagas não foi só o missionário religioso, mas demonstrou experiência literária, que, por meio de suas cartas, transpõe o tempo. Guiado por seu amor a Deus e consciente de si, o seu discurso efetiva, reitera e consolida a sua ação de “missionário”, tendo como principal modelo argumentativo de refutação a sua própria experiência mundana, enquanto poeta/militar António da Fonseca Soares. Para análise dessas singularidades, recorremos aos campos da Retórica e da Poética, heranças da Antiguidade clássica, debatendo os modelos emulados pelo autor a partir de Aristóteles, valendo-nos de alguns referenciais teóricos de autores atuais como Lausberg, Perelman e Cherubim, no campo da retórica e da estilística e, por outro lado, Pécora, Hansen e Carvalho, na sistematização do ambiente luso-brasileiro do século XVII. |
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